sábado, 27 de dezembro de 2014

Cavalo Marinho

O cavalo marinho é uma das espécies marinhas em vias de extinção.  A pesca indiscriminada dos cavalos marinhos é uma das causas para que esta espécie esteja em extinção,. em todo o mundo. Por exemplo, a China é o pais que mais o utiliza para fins farmacêuticos. Os locais de criação natural não são respeitados, nem a idade, nem o sexo.

Os cavalos marinhos são exóticos e chamam a atenção pela singulariedade. Caracterizam - se por terem uma cauda longa, um focinho parecido com um cavalo e uma bolsa para proteger os ovos. No fundo do mar, utilizam uma camuflagem natural para iludir os seus predadores.

Apesar de tanta beleza, o Homem continua a destruir os habitats mais importantes para o ciclo de vida da espécie, como recifes de corais; pesca esta espécie para comercialização e mata exemplares involuntariamente por meio da pesca de arrasto. Actualmente existem 33 espécies de cavalos marinhos no mundo.
CAVALO MARINHO
Pode encontrar mais informações em:
http://www.slideshare.net/lisetemouta/animais-marinhos-em-vias-de-extino
http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=1063238

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

NARVAL

Narval

  O Narval é um mamifero que habita no oceano Glaciar Árctico, em águas frias. Este animal mede cerca de 5 metros de comprimento e pesa cerca de 1,5 toneladas. Possui uma coloração branca e cinzenta. O macho possui um chifre de marfim que pode chegar a medir 3 metros de comprimento e o que torna este animal bastante procurado pelo seu valor comercial. As fêmeas não costumam possuir chifres, mas existem algumas execções.
Actualmente, pensa – se que em todo o mundo só existem 100.000 baleias.


NARVAL

      


    Podem encontrar mais informação em:
http://especiesemextincao.blogs.sapo.pt/1217.html
http://fotolog.terra.com.br/pceam:1

domingo, 26 de outubro de 2014

ALABOTE

O Alabote é um peixe com grandes dimensões, que se alimenta de outros peixes, lulas, polvos e outros invertebrados. O crescimento deste animal é lento e na idade adulta é dificil capturar um destes exemplares devido á profundidade a que se encontram.

  O Alabote é um excelente nadador, sendo as fêmeas maiores e mais pesadas que os machos. As fêmeas podem chegar a pôr 4 milhões de ovos, que ficam á deriva no mar. Os machos apenas pesam 40 kg e crecem mais rapidamente que as fêmeas, independentemente de serem mais pequenos.
  A melhor altura para pescar este animal é desde Janeiro até Outubro. Este peixe é sensivel á pesca comercial, pois é muitas vezes capturado sem conseguir completar o seu ciclo biológico.
  Esta espécie encontra-se em vias de extinção devido á pesca indiscriminada que não deixa completar o ciclo biológico deste animal.

Pode encontrar mais informações em:
http://www.greenpeace.org/portugal/pt/O-que-fazemos/Campanha-Dos-Oceanos-Mercados-em-Portugal/lista-vermelha/
http://peixesdesportivosdomundo.blogspot.com/2010/01/o-alabote-do-pacifico-hippoglossus.html


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

GOLFINHO

Golfinho
    O golfinho é um mamífero aquático muito inteligente, que sempre foi reconhecido como um dos melhores amigos do Homem no oceano. Mede de 1,9 m a 4 m, pesa 500kg e pode atingir uma idade de cerca de 50 anos (sendo raro o caso).  
     Come normalmente vários peixes e mariscos. O nome do maior golfinho de focinho deve-se ao seu bico comprido, que parece o gargalo de uma garrafa. Pensa-se que os golfinhos nariz de garrafa são muito inteligentes e vivem em grupos sociais. Comunicam uns com os outros utilizando silvos.
    A principal época de acasalamento é entre Maio e Abril. Antes de acasalar o macho faz uma corte à fêmea, que pode ser muito violenta, devido ás cabeçadas que dão um ao outro. Depois de acasalar a fêmea dá à luz uma só cria. Apesar do golfinho ser um animal muito simpático e ainda existir em número alargado, têm sido caçados em alguns lugares.
     Normalmente encontram-se golfinhos em águas temperadas e tropicais dos oceano Atlântico e nos mares adjacentes, e estes preferem as zonas costeiras pouco profundas e quentes, podendo ser também encontrados perto do Hawai e da Florida.



Golfinho

Pode encontrar mais informações em:

http://www.eb1-n1-sines.rcts.pt/eb1/golfinhos/golfinho.htm

sábado, 16 de agosto de 2014

PEIXE ESPADA BRANCO

Peixe Espada Branco
  O peixe Espada Branco habita na plataforma continental, entre os 100 e os 250 metros de profundidade e normalmente em fundos arenosos ou lamacentos. Alimenta-se de crustáceos, lulas e pequenos peixes. Chega a medir 210 cm de comprimento e chega a pesar 8 kg. Possui um corpo uniforme e prateado.
  O peixe Espada Branco vive em cardume, possui uma barbatana pélvica muito pequena e o seu corpo é extremamente alongado.
  Esta espécie tem um crescimento lento e migra para o centro da coluna de água á noite, para se alimentar. São geralmente encontrados exemplares na costa de França, nos Açores, na Madeira, nas Canárias, na África do Sul, na Austrália e na Nova Zelândia.
  O peixe Espada Branco encontra-se em vias de extinção devido á pesca, porque este animal não se reproduz facilmente.


Peixe Espada Branco

Pode encontrar mais informações em:
http://ictio2009c.blogspot.com/2009/03/peixe-espada.html
http://pt.scribd.com/doc/3623237/listavermelhapeixe

http://www.lotacor.pt/utilidades/ver_especies.php?letra=P

quarta-feira, 16 de julho de 2014

OSTRA

Ostra
   A ostra é um animal que vive em águas salgadas, ou relativamente salgadas, mas não consegue sobreviver em águas frias ou poluídas. Possui um corpo mole, protegido dentro de uma concha muito calcificada, e fechada por músculos muito fortes. Alimenta-se do plâncton que existe na água e que é filtrado pelas guelras.
   Quando a ostra é atacada por um parasita, liberta uma substância que se cristaliza sobre o invasor e o impede de reproduzir-se. De 3 em 3 anos, deste material forma-se uma pérola, que varia na sua forma dependendo do formato do invasor, e na sua cor dependendo da saúde da ostra. A pérola pode ser preta, branca, vermelha, verde, azul ou cor de cinza. As pérolas que são bem redondas, são utilizadas para jóias.
   Quando a temperatura sobe e ultrapassa os 10ºC, as ostras ingerem mais alimentos, e chegam a filtrar 5 litros de água por hora.
   No oceano Pacífico Sul existe uma espécie de ostra que pesa 500 kg e alimenta-se de algas que se desenvolvem dentro da sua carapaça. A ostra é muito utilizada na culinária, pois é um animal rico em zinco, que é necessário para a produção de testosterona (hormona masculina).
   Esta espécie está em vias de extinção devido á exploração e destruição do seu habitat por parte do ser humano, que destrói cerca de 85% dos recifes de ostras.

                                                                       Ostras
                                                       

quarta-feira, 4 de junho de 2014

ORCA

Orca
A orca, também conhecida por baleia assassina, alimenta-se de peixes, moluscos, aves, tartarugas, ainda que, caçando em grupo conseguem capturar presas se maior dimensão. É um predador carnívoro, estando ela no topo da cadeia alimentar.
É o segundo maior mamífero de maior área de distribuição geográfica, podendo encontrar – se em qualquer um dos oceanos.
Os machos desta espécie podem atingir 9,5 m e pesar cerca de 7500kg, enquanto as fêmeas dificilmente ultrapassam os 8,5 m e os 5000kg.
ORCA
As orcas estão em extinção devido à caça, ao desaparecimento de alimento em quantidade e à poluição.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ostra
http://www.infoescola.com/moluscos/ostra/

domingo, 4 de maio de 2014

PEIXE BOGA PORTUGUESA

31 de Janeiro de 2011

Peixe Boga-Portuguesa
   O peixe Boga-Portuguesa é um peixe que habita numa área quase restrita no centro-oeste da Península Ibérica, sendo em Portugal muito vulgar nas bacias hidrográficas. Possui um corpo alongado, com um focinho proeminente, com uma boca interior e uma coloração avermelhada. Alimenta-se de algas, invertebrados e larvas de insectos.
   Vive habitualmente em águas com alguma corrente e pode chegar a medir 30 cm de comprimento e chegar a pesar de 400 a 500 gramas. É uma espécie com uma longevidade à volta  dos 10 anos e chega a atingir a maturidade aos 2/3 anos de idade.
   O peixe Boga-Portuguesa efectua migrações no início da Primavera, para desovar em cursos de água corrente, com pouca profundidade e fundos de areia e cascalho. A fêmea coloca entre 1000 e 7000 ovos e durante a reprodução, os machos apresentam minúsculos tubérculos nupciais ao longo do corpo.
    Está em vias de extinção devido á perda do habitat por parte do ser Humano que o destrói.




Peixe Boga-Portuguesa

Pode encontrar mais informações em:
http://www.g6-team.net/f972/principais-peixes-para-a-pesca-desportiva-em-portugal-agua-doce-113058/

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Pinguim Africano

O pinguim Africano alimenta-se principalmente de sardinha, biqueirão, carapau e arenque. Esta espécie habita em colónias e atingem uma velocidade média de 20 km/h. Este pinguim mede 60 cm de comprimento, pesa de 2,4 a 3,6 quilos e os machos são maiores que as fêmeas.
  O pinguim Africano escolhe um(a) parceiro(a) e permanece com ele(a) durante a reprodução, podendo chegar a estar 10 anos com o(a) mesmo(a) companheiro(a). Cada fêmea coloca dois ovos, e o periodo de incubação é de cerca de 40 dias. Nesta espécie tanto o macho como a fêmea ajuda na incubação que consiste em chocar o ovo.  Quando nasce, a cria possui uma coloração azul-cinzento, e possui uma mancha vermelha em cima dos olhos.

  Esta espécie de pinguim encontra-se em vias de extinção devido aos derramamentos de óleo.
Pinguins Africanos

PINGUINS AFRICANOS

Pode encontrar mais informações em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ping%C3%BCim-africano
Publicada por Wenceslau 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

CRISE DA ÁGUA

CRISE DA ÁGUA: MODISMO, FUTUROLOGIA OU UMA QUESTÃO ATUAL?
O problema da escassez de água doce já é uma realidade em vários locais do planeta. Alguns dos aspectos dessa crise vêm sendo discutidos na área acadêmica e por autoridades políticas e organizações não-governamentais, mas o grande público ainda não percebeu a importância da questão.
A água doce é essencial para a humanidade, mas a maioria das pessoas não se dá conta de que o aumento da população mundial, e portanto das atividades agrícolas e industriais, está reduzindo a qualidade desse recurso e tornando-o mais escasso em algumas regiões. O problema já é uma realidade em vários locais do planeta, preocupando cientistas e autoridades públicas e levando à adoção de medidas que evitem o desperdício ou a degradação das reservas hídricas. Leis mais sensíveis à importância dessa questão e a conscientização de cada indivíduo de que essa ameaça envolve a todos são os primeiros passos na busca de um uso mais sustentado da água na Terra.
A água doce, indispensável à vida, é um recurso renovável, mas relativamente escasso em algumas regiões da Terra. A maior demanda (decorrente do crescimento acelerado da população humana), o desperdício e o uso inadequado podem esgotar ou degradar esse recurso. Problemas desse tipo já ocorrem em certas áreas ou regiões, e acredita-se que a médio prazo, mantidas as atuais formas de uso da água, poderão abranger todo o planeta, gerando uma crise global da água.
Alguns dos aspectos dessa crise já vêm sendo discutidos na área acadêmica e por autoridades políticas e organizações não-governamentais. No entanto, o principal interessado — o grande público — ainda não percebeu a importância dessa questão e não conhece a fundo suas causas e conseqüências. Este trabalho, baseado em aulas de ecologia ministradas no curso de ciências biológicas da Universidade de São Paulo, apresenta fatos e argumentos que podem auxiliar a compreensão da problemática da água e a busca de soluções.
Essa questão preocupante está diretamente associada aos impactos das ações humanas sobre os ambientes de água doce, mas não basta identificar tais impactos. É necessária uma visão de maior alcance, que abranja a avaliação das causas e efeitos dos problemas existentes e o desenvolvimento e adoção de medidas que remediem os já constatados e previnam não só a sua repetição em outros lugares como também o surgimento de novos tipos de impacto. Essa visão certamente inclui a divulgação de todas essas informações em linguagem mais simples, para que a discussão atinja um número maior de pessoas. Afinal, a crise da água diz respeito a todos.

Fator limitante da vida humana
A água doce (menos de 3% de toda a água existente no mundo) é a forma desse recurso usada primariamente pelo homem. A água salgada, encontrada nos oceanos e em algumas áreas continentais (97,25% do total), precisa passar por um processo de dessalinização antes do uso. A parcela imediatamente utilizável, presente em rios e lagos e nos aqüíferos subterrâneos, alcança em torno de 22% do estoque mundial de água doce. A maior parte do restante está em geleiras (nos pólos e nas montanhas de grande altitude), o que dificulta seu aproveitamento.
O corpo humano, como o dos outros seres vivos, é formado principalmente por água, o que torna esse recurso essencial à vida. Por isso, o homem precisa ingerir água com freqüência, diretamente ou através dos diferentes alimentos. Grande parte das atividades humanas cotidianas também depende da água, como cozinhar, tomar banho, lavar (alimentos, roupas, quintais etc.), assim como as indústrias (que exigem grandes quantidades em alguns setores), a agricultura e até os esportes e o lazer (em piscinas). O homem tem extrema dependência da água doce, e como o volume desse recurso no ambiente é relativamente pequeno, ele é considerado um fator limitante para a espécie humana.

A crescente demanda mundial
Nas últimas cinco décadas, a população humana aumentou de forma rápida, até atingir o número atual: cerca de 5,7 bilhões de pessoas. Esse intenso crescimento está em parte relacionado às novas tecnologias industriais, que levaram à criação de novas drogas e à melhoria das condições de saneamento, em especial nas regiões urbanas mais desenvolvidas. Uma das conseqüências da explosão populacional foi a demanda crescente de água para atender necessidades básicas, como beber e cozinhar, e para as demais atividades ligadas à produção e ao lazer.
Quando se fala em aproveitamento da água, é importante diferenciar o uso e o consumo. O uso é a retirada de água do ambiente para suprir necessidades humanas, e esse termo implica que uma parte do que é aproveitado volta para o ambiente (caso da água usada para cozinhar ou para o banho). Já o consumo refere-se à parcela que não retorna de modo direto para o ambiente (como a água usada na irrigação de uma plantação, que passa a fazer parte dos tecidos vegetais).
A necessidade de alimentar uma população cada vez maior fez o setor agrícola, com a ajuda de novas tecnologias, aumentar bastante sua produtividade. Isso tem sido obtido, no entanto, às custas do uso e do consumo elevados de água. Anualmente, a agricultura é responsável por 65% do uso e 87% do consumo total de água no mundo. Além disso, muitas atividades industriais, que fornecem produtos tidos como indispensáveis ao homem moderno, requerem enormes quantidades de água. Em termos globais, a indústria usa 24% e consome 4% da água hoje aproveitada. O baixo percentual de consumo, em relação ao uso, indica que a maior parte da água utilizada em processos industriais retorna ao ambiente, embora freqüentemente poluída.

Uso excessivo e degradação
A água doce, apesar de sua importância, é mal utilizada. O mau uso caracteriza-se tanto pelo uso excessivo, ou seja, o abuso ou desperdício (que reduz a quantidade disponível), quanto pelo uso inadequado, ou inescrupuloso, que leva à degradação do recurso (o que reduz sua qualidade).
O uso excessivo pode acarretar a diminuição do volume, ou o esgotamento, dos aqüíferos subterrâneos, e mesmo dos estoques de água existentes na superfície, em lagos e rios. A questão da água subterrânea é crucial, pois grande parte da população mundial depende dessa fonte para seu abastecimento. No Brasil, por exemplo, 49% dos municípios são abastecidos total ou parcialmente com água de poços profundos ou rasos, segundo dados do Atlas do meio ambiente do Brasil (1966), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além da ameaça a seus estoques, os aqüíferos também têm sido contaminados por diversos poluentes, de origem industrial, agrícola e doméstica.
Deve ser lembrado que os estoques naturais de água não são distribuídos de modo eqüitativo no globo terrestre. Assim, o uso excessivo de água tende a ser mais problemático em locais naturalmente mais secos. No entanto, mesmo em áreas onde a água é abundante, a degradação de rios, lagos e depósitos subterrâneos é uma forma potencial de redução de sua disponibilidade.
São inúmeros os impactos de origem humana que degradam a água e modificam sua qualidade, com efeitos tanto diretos quanto indiretos sobre os corpos d’água. Entre os efeitos diretos destaca-se a introdução nos ambientes aquáticos de substâncias estranhas que, além de tornarem a água imprópria para utilização pelo homem, afetam negativamente a flora e fauna aquáticas. Um exemplo desse problema está em estudo (da autora) que compara a fauna de invertebrados que habitam o fundo das represas de Paraibuna e Pirapora, ambas no estado de São Paulo. Na primeira, pouco afetada pela ação humana, essa fauna é mais rica, contendo organismos cuja presença indica água de boa qualidade. Já em Pirapora a fauna inclui poucos indivíduos, de poucas espécies, que conseguem sobreviver em uma água sujeita a poluição pesada.
Entre os impactos indiretos está a retirada da vegetação existente nas margens, que leva à erosão nos locais desmatados e à entrada, no corpo d’água, de material inorgânico do solo. As alterações ambientais provocadas por esse material afetam os organismos que ali vivem. Também nesse caso os invertebrados do fundo da represa de Paraibuna servem como exemplo: a fauna é mais rica onde a vegetação terrestre marginal é composta por mata do que onde é composta por pastagem. Portanto, a presença de uma vegetação mais desenvolvida ajuda a manter as características estruturais do corpo d’água, o que, em última análise, favorece o conjunto dos organismos que ali vivem.
Seja qual for o motivo do mau uso, a diminuição dos estoques de água e/ou a degradação desse recurso interferem nos organismos que vivem no ambiente aquático e ainda nos elementos de ecossistemas terrestres com os quais esses organismos mantêm relações. O homem também sofre as conseqüências de suas próprias atitudes. Ao gastar muita água, despejar rejeitos domésticos e industriais em corpos d’água e desmatar suas margens, entre outras ações, pode deixar de ter esse recurso em quantidade e/ou qualidade adequadas para seu uso. Os impactos humanos sobre os ambientes aquáticos têm reflexos negativos em todas as atividades que utilizam água. No caso da agricultura irrigada, por exemplo, a iminente escassez do recurso ameaça o suprimento global de alimentos.

Veículo para muitas doenças
A redução da qualidade da água pela contaminação por esgotos domésticos, muitas vezes lançados no ambiente sem tratamento prévio, traz um problema a mais: o aumento da incidência de doenças transmitidas por esse meio, como cólera, diarréia, amebíase e esquistossomose. Essa preocupação assume proporções mais graves em países ou regiões onde é maior a pobreza. Nos países em desenvolvimento, 90% das doenças infecciosas são transmitidas pela água.
A origem do problema está nas políticas públicas: na ausência de recursos, o tratamento de água e de esgotos muitas vezes é relegado a segundo plano. No Brasil, por exemplo, o maior percentual de residências sem instalações sanitárias ocorre justamente nas regiões Norte e Nordeste, que concentram a população mais carente do país. As conseqüências das más condições de saneamento são agravadas pela desinformação, mais comum entre a população de baixa renda. Só a diarréia, segundo dados da Organização das Nações Unidas, mata quatro milhões de crianças a cada ano.
Em todo o mundo, há uma clara relação inversa entre a mortalidade infantil e o grau de acesso à água limpa. No Brasil, essa tendência também é observada quando se compara as diferentes regiões geográficas: o maior índice de mortalidade infantil ocorre na região mais pobre, o Nordeste, que tem também a menor proporção de domicílios com acesso à água tratada (em relação ao total de domicílios da região). É importante salientar que, como os dados sobre a região Norte não incluem a área rural, a mortalidade infantil pode estar subestimada.

Fonte de conflitos internacionais
Um complicador para a questão da água é o fato de que cerca de 40% da população mundial dependem de bacias hídricas divididas por duas ou mais nações, como salientou em 1993 a geóloga e cientista política americana Sandra Postel, especialista na questão do uso dos recursos globais de água. Conflitos internacionais envolvendo a questão da água têm surgido em várias regiões, principalmente em função de atitudes de países localizados na parte superior da bacia. Esses países constroem reservatórios, poluem os corpos d’água ou causam sua eutrofização, comprometendo a quantidade e/ou qualidade da água de países situados mais abaixo na bacia. A eutrofização é o aumento do teor de nutrientes (principalmente fósforo e nitrogênio) em um ambiente aquático, que leva à excessiva proliferação de certas cianobactérias e plantas (como o aguapé), alterando o equilíbrio ecológico.
Problemas desse tipo tendem a ser maiores quando envolvem nações onde a água é naturalmente escassa. No golfo Pérsico, por exemplo, as ameaças à paz surgem não só das disputas que envolvem o petróleo, mas também das relacionadas à água. Mais próximos da realidade brasileira estão os debates ocasionais provocados por represamentos do rio Paraná, dentro do país, mas que afetam o estoque e a qualidade da água que chega à Argentina. Esses conflitos podem aumentar, no caso de bacias hídricas divididas por países em desenvolvimento, quando estes buscam seguir o modelo de desenvolvimento adotado por nações mais ricas, baseado no uso de grandes quantidades de água e energia.

Economizar, reciclar e reutilizar
A alta dependência humana em relação à água e a baixa disponibilidade desse recurso tornam cada vez mais necessária a sua preservação, evitando-se tanto o gasto excessivo quanto a degradação. A simples economia de água é uma das formas de minimizar o problema. No âmbito doméstico, a economia depende essencialmente de uma mudança de costumes, em relação a atividades cotidianas. Assim, diminuir a duração do banho, fechar a torneira durante a escovação dos dentes ou evitar lavar pátios e calçadas usando apenas a mangueira traz ótimos resultados. Ao tomar banho ou escovar os dentes é relativamente fácil economizar água.
Consertar vazamentos também é importante para evitar o desperdício. Para se ter uma idéia desse tipo de perda, basta dizer que uma torneira gotejando deixa cair no ralo 46 litros de água por dia, em média. Com pouco esforço, qualquer pessoa pode pensar em maneiras de economizar água em atividades rotineiras como lavar a louça, as roupas, o carro e muitas outras.
Além da economia, a reciclagem e a reutilização surgem como alternativas para o uso mais racional da água. A reciclagem pode ser definida como o reaproveitamento de água já utilizada para determinada função, mesmo que sua qualidade tenha sido reduzida durante esse uso inicial. O reaproveitamento é feito antes que essa água atinja a rede de esgoto. Em uma residência, por exemplo, a água gasta durante o banho poderia ser reaproveitada, sem qualquer tratamento, para a descarga do vaso sanitário ou para a lavagem do quintal. A reciclagem já é uma realidade em vários setores industriais. Para as empresas, ela é economicamente interessante tanto pela própria economia de água quanto pela redução de gastos com impostos.
A reutilização consiste no reaproveitamento da água que já passou pela rede de esgoto e por uma estação de tratamento. À primeira vista, essa possibilidade pode parecer um exagero e uma perspectiva apenas a longo prazo. Vários países, porém, já estão planejando esse tipo de reaproveitamento, diante da crescente escassez. Isso acontece inclusive no Brasil: a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) desenvolve projetos, na região da capital paulista, para fornecer água tratada, não-potável, para indústrias. Com isso, grandes quantidades de água de alta qualidade deixariam de ser empregadas em atividades que não exigem tal pureza, como produção de vapor e limpeza e refrigeração de equipamentos, entre outras.

A legislação brasileira
A água é um bem de domínio público, além de um recurso limitado e dotado de valor. Essa definição é a base da política nacional de recursos hídricos, instituída pela Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Essa lei trata, entre outros pontos, da concessão de direitos de uso de recursos hídricos naturais para a realização de atividades econômicas que requeiram grandes volumes de água.
Uma questão importante também prevista nessa política é a cobrança pelo uso dos corpos d’água para o lançamento de efluentes (despejos líquidos). Para isso, a lei institui a figura do ‘usuário pagador’ — por exemplo, indústrias e municípios que lancem seus despejos em rios ou lagos. O uso dos corpos d’água seria pago de acordo com o tipo e volume do efluente lançado e, além disso, os responsáveis pelos despejos teriam que obedecer às normas que garantem a preservação dos recursos hídricos nacionais. Tais normas estão associadas à classificação, estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) em 1986, das águas doces, salobras e salinas do território brasileiro em nove classes, segundo seus usos preponderantes.
A instituição do usuário pagador depende da regulamentação da lei, em especial no que diz respeito ao domínio do curso da água, para evitar divergências entre estados ou entre um estado e o governo federal. Acredita-se que, a partir da entrada em vigor dessa cobrança, as entidades que lançam efluentes em corpos d’água passem a investir mais no tratamento de seus despejos e na reciclagem da água, levando tanto à redução do desperdício quanto à preservação das águas naturais. Essa lei poderá, sem dúvida, desempenhar papel importante no uso mais racional e responsável da água no Brasil. No entanto, como acontece com qualquer lei, não basta estar no papel para funcionar: precisa ser cumprida, e para isso é fundamental uma fiscalização rigorosa de suas determinações.

Uso mais sustentável é possível
Após todas essas informações, a resposta à questão proposta no início do texto é clara. A preocupação com a crise da água é mais do que um simples modismo ou uma previsão para o futuro. Se esse tema vem ganhando cada vez mais espaço nos fóruns de discussão, embora ainda não tenha atingido o grande público, é porque já é uma situação real em vários locais do planeta. Obviamente, os problemas relacionados ao mau uso da água já deviam estar sendo equacionados há muito tempo. Não se trata mais de tomar medidas no futuro, mas sim para o futuro.
A princípio, a aplicação de uma legislação ambiental justa e eficiente garantiria a diminuição dos impactos sobre os ecossistemas aquáticos. Isso, porém, só é válido para as atividades impactantes cujo responsável pode ser identificado com facilidade, como indústrias, sistemas agrícolas e prefeituras. No caso de ações individuais, esse controle é praticamente impossível. É muito mais fácil punir uma indústria que lance efluentes sem controle em um rio do que uma pessoa que despeja seu lixo doméstico no mesmo.
A dificuldade no controle das ações individuais decorre, muitas vezes, do fato de o indivíduo não se sentir responsável pela preservação dos recursos hídricos e/ou não ter consciência de como os seus atos podem alterar tais recursos. Em conseqüência, campanhas governamentais pelo uso mais racional da água não têm qualquer efeito na população. Por isso, junto com a criação de uma legislação adequada sobre o uso e a preservação da água, é preciso que as pessoas tomem consciência da gravidade desse problema e da necessidade de mudar a forma de utilizar esse recurso.
Essa conscientização tem dois aspectos fundamentais. Em primeiro lugar, cada indivíduo precisa compreender que é parte integrante do ambiente e que, através de suas ações, é um agente modificador do mesmo. Em segundo lugar, deve se sentir como participante da sociedade, interagindo com iguais e compartilhando os mesmos direitos e deveres. A conscientização é a base para o exercício da cidadania, no qual o indivíduo entende que suas ações podem afetar os demais integrantes da sociedade. Consciência crítica e cidadania, por sua vez, estão intimamente ligadas à educação em todos os níveis: em casa, na escola e em qualquer outro local. Só assim será possível alcançar um uso mais sustentável da água, a fim de garantir esse recurso para as próximas gerações com a qualidade e a quantidade adequadas.
Ana Lúcia BrandimarteDepartamento de Ecologia Geral, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo.
Ciência Hoje, Rio de Janeiro, vol.26, nº154, out.1999.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

FAUNA DA ASIA

Animalsasia.org

Restam menos de 16 mil ursos-lua na natureza

Por Patricia Tai (da Redação)

 Simpático "Andrew" - Foto: Animals Asia

Simpático “Andrew”. ( Foto: Animals Asia)
Os ursos-negros-asiáticos (Ursus selenarctos Thibetanus) são carinhosamente chamados de “ursos-lua”, pois a sua marca característica é um lindo desenho em forma de lua crescente, na região do seu peito.
Os ursos-lua têm pelo espesso e geralmente desgrenhado, variando na cor de ébano preto para um marrom-escuro, e as orelhas são grandes e redondas. Eles têm garras fortes e curtas que lhes permitem escalar superfícies com facilidade.
Pesando de 140 a 200 quilos, os machos atingem aproximadamente o dobro do tamanho das fêmeas, que costumam pesar entre 60 e 130 quilos. Contudo, as fêmeas frequentemente são dominantes. E elas usualmente podem ser identificadas por um colar de pelo mais volumoso ao redor do pescoço. O altura desses ursos varia de 1,2 a 1,8 metros.
Eles são encontrados na extensão do continente asiático, do Paquistão ao Japão. Costumam viver em altas altitudes e preferem matas fechadas.
Estes ursos são classificados como carnívoros, embora eles sigam dieta onívora. Suas dietas variam de acordo com o local e a estação, mas predominantemente consistem em vegetais, frutas, sementes, insetos, pequenos mamíferos, pássaros e corpos de animais em decomposição. Ocasionalmente, ursos-lua podem atacar rebanhos ou plantações.
 Urso "Mickey Mouse". (Foto: Animals Asia)
Urso “Mickey Mouse”. (Foto: Animals Asia)
Os ursos-lua também são muito inteligentes e têm um grande vocabulário, emitindo sons enquanto estão brincando, quando estão em advertência ou prestes a atacar. As fêmeas são mais vocais que os machos.
Outras características é que tendem a ser solitários, e crepusculares (ativos ao amanhecer e ao entardecer), quando atingem a idade adulta. Eles podem sobreviver até 35 anos em cativeiro, e geralmente vivem por 25 a 30 anos em estado selvagem. Gostam de fazer tocas em troncos ocos e grutas, e também dormir nas árvores. Eles costumam hibernar entre novembro e março ou abril (embora isso possa variar de acordo com a sua região específica).
Eles podem migrar e passar os meses mais quentes do ano em altitudes mais elevadas e, em seguida, descer para a planície durante os meses mais frios.
Tendem a dar à luz a gêmeos em abril ou maio (mas também são conhecidos por dar à luz no início do período de hibernação) e, embora desmamados entre os 4 e 6 meses, os filhotes permanecem com suas mães em seus dois primeiros anos.
 Ursos-lua adoram escalar. (Foto: Animals Asia)

Ursos-lua adoram escalar. (Foto: Animals Asia)
Ursos-lua são os ursos mais explorados pela medicina tradicional asiática, em parte porque a espécie era abundante nas áreas onde a medicina tradicional teve origem. Sua gama se estende do Irã ao Japão e por todo o Sudeste da Ásia, e estima-se que tenham restado menos de 16 mil na natureza em todo o mundo

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

FAUNA INVASORA

O javali como espécie exótica invasora


O javali (Sus scrofa scrofa) é uma espécie originária da Europa, introduzida no Brasil há muitos anos, e que se tornou asselvajada e fora de controle.

O javali (Sus scrofa scrofa) é uma espécie originária da Europa, introduzida no Brasil há muitos anos, e que se tornou asselvajada e fora de controle. Foi trazido para ser criado, mas escapou ao cultivo, passou a fazer populações cada vez maiores na natureza e entrou na classe de espécies exóticas invasoras.

Os impactos causados pela espécie no meio natural afetam diretamente tanto a fauna como a flora. O javali desloca populações nativas de porcos-do-mato/catetos, por ser mais agressivo, compete por alimento, e causa danos à regeneração de florestas.

Em médio ou longo prazos, os impactos são sempre crescentes, pois a tendência é de aumento populacional em detrimento das espécies nativas.
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Por essas razões, o  javali precisa ser controlado. Não deveria existir na natureza brasileira, não faz parte da nossa biodiversidade e é uma ameaça à sua conservação. Biodiversidade é o resultado de milhões de anos de evolução natural e equilíbrio de espécies e populações. Esta interferência causada por espécies exóticas invasoras constitui atualmente a segunda grande causa de perda de diversidade biológica no planeta. Só perde para a conversão direta de ambientes para uso humano, que faz redução de hábitat em maior extensão.

Além disso, o javali tornou-se um problema para agricultores e têm trazido prejuízos econômicos a lavouras. O javali é espécie exótica invasora em diversos países e um dos maiores causadores de danos às florestas tropicais do Havaí, onde inclusive é grande auxílio à dispersão do araçá brasileiro, que inviabiliza a regeneração natural da floresta. Espécies exóticas comumente se ajudam entre si e ganham espaço sobre espécies nativas.

Se a proteção à fauna tem apreço pela biodiversidade, deve passar a compreender que nem sempre uma espécie animal é benéfica ao meio. Isso é fato, sem dúvida uma situação delicada, mas necessária para evitar que a lista de espécies ameaçadas de extinção seja crescente. As soluções para esse tipo de problema só ficam mais difíceis em longo prazo, além de caras demais para serem viáveis.

Na Itália, há muitos anos tentou-se fazer uma campanha de erradicação do esquilo norte-americano que havia sido introduzido e virou invasor. Um dos efeitos da sua presença era de competir por habitat e alimento com o esquilo nativo. A população, por comoção e pena do bichinho, não permitiu que isso ocorresse. Hoje o esquilo nativo é uma das espécies mais ameaçadas de extinção no país, porque não consegue competir com o norte-americano. Esse exemplo não deve ser repetido, é preciso que haja mais compreensão do equilíbrio dos ecossistemas.

Este texto foi escrito no intuito de prestar um serviço à conservação da biodiversidade. Maiores esclarecimentos sobre espécies exóticas invasoras podem ser encontrados no site do Instituto Hórus, www.institutohorus.org.br. Mais informações sobre impactos de javali sobre o meio natural na Nova Zelândia podem ser encontrados no Banco de Dados Global de Espécies Invasoras em www.issg.org, procurando por "feral pig" ou pelo nome científico. Sugiro ainda tomarem conhecimento do Programa Global de Espécies Invasoras (GISP), que foi criado por determinação da Convenção sobre Diversidade Biológica justamente para gerar conscientização sobre este tipo de problema (www.gisp.org).

Sílvia R. Ziller - Presidente Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental