quarta-feira, 8 de julho de 2015

Gavião-real




Gavião-real: a maior águia das Américas está ameaçada de extinção

Ave chega a 2 metros de comprimento, de uma ponta à outra da asa, pode pesar até 8 kg e constrói ninhos em Castanheiras e Samaúmas.
O gavião real atinge a idade adulta aos cinco anos e pode viver até 40 anos. Foto: João Marcos Rosa.
MANAUS – O desmatamento e a caça têm deixado sob risco de extinção a maior águia das Américas. O gavião-real chega a 2 metros de comprimento, de uma ponta à outra da asa. De acordo com a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA, Tânia Sanaiotti, um Programa de Conservação tem acompanhado o desenvolvimento de filhotes em comunidades onde existem ninhos, desenvolver campanhas de proteção e reabilitado os que estão feridos feridos para serem reintegrados à natureza.

Caça, principalmente, preguiças, além de macacos e porco-espinho. Fotos: Olivier Jaudoin
O gavião-real precisa de árvores muito altas para construir seu ninho, como a Castanheira, o Angelim ou a Samaúma.
Os ninhos do gavião-real possuem quase dois metros de diâmetro. A fêmea põe de um a dois ovos que são chocados durante 58 dias. A cada três anos, é criado um novo filhote de gavião-real que voa pela primeira vez aos seis meses e é alimentado pelos pais até os dois anos e meio de idade. O Programa Brasileiro de Conservação do Gavião-real foi criado em 1997.

Gavião real macho
pesa entre 4,5 a 5,5 kg. 
Gavião real fêmea pesa entre 6 a 8kg




“Os gaviões reais capturados recebem uma anilha do CEMAVE/ICMBio para serem identificados na floresta e também são rastreados por meio de sinais enviados por satélites para saber a distância de dispersão dos filhotes e a área utilizada pelos adultos”, conta a pesquisadora. O programa conta com a participação de escolas, comunitários, organizações locais e órgãos municipais, que formam a corrente da conservação do Gavião-real.
Quando adulto, a cabeça do gavião-real torna-se cinza, com duas penas evidentes no penacho e uma faixa de penas pretas no pescoço. Cabeça, lados do pescoço e garganta são cinza-claro; dorso e parte superior das asas são pretos, não há dimorfismo sexual quanto à coloração das penas. Alimenta-se de mamíferos de médio e pequeno porte (tais como preguiças e primatas) e aves e se reproduz a cada dois anos e meio a três.
Mas não só o gavião real (Harpia harpyja) entra no programa de conservação. O Uiraçu-falso, também conhecido popularmente como gavião-real-falso, o Morphnus guianensis (Daudin 1800), e o gavião-de-penacho, o Spizaetus ornatus, também ameaçados pelo desmatamento e a caça, estão sendo acompanhados pelos pesquisadores do programa.

 
Uiraçu falso


O gavião-real, harpia, uiraçu, gavião-pega-nenê (Harpia harpyja) possui garras de 6 cm de comprimento que o colocam como a mais possante ave de rapina do mundo. Chega a medir 1,05 m comprimento total do corpo e, quando adulto, pode atingir 2,05m de uma ponta a outra das asas. Seu peso varia entre 5 Kg (macho) e 10 Kg (fêmea).
Já o Uiraçu-falso, possui garras (hálux) de 4 cm, atinge entre 81 a 91 cm de comprimento total do corpo, tem uma envergadura de 1,60 cm de uma ponta a outra das asas e pesa entre 1 kg (macho) a 1,5 kg (fêmea). Tem um penacho preto com uma pena evidente, cinza no pescoço e alto do peito, região ventral clara, com estrias bege-claro. Possui morfotipos distintos e alimenta-se de pequenos mamíferos, aves e répteis. Sua reprodução é de um filhote a cada um ano e meio.
O gavião-de-penacho , Spizaetus ornatus (Daudin 1800), também conhecido por inapacanim  e águia-de-tufo, possui garras de 58 a 67 cm de comprimento e envergadura de 1,40 m de uma ponta a outra das asas. Pesa 1 kg (macho) e 1,5 kg (fêmea). O pescoço tem a cor-de-castanha, costas preto-fuliginosas, coberteiras superiores das asas pretas, cauda preta, garganta branca, penacho da cabeça preto. Alimenta-se de diversas espécies de aves, pequenos mamíferos e répteis e se reproduz a cada dois anos.