Pato-mergulhão
O pato-mergulhão é uma ave anseriforme da família Anatidae.
Também conhecido como merganso do sul, mergulhador, patão e pato-mergulhador.
O Mergus octosetaceus só sobrevive em ecossistemas
ambientalmente equilibrados, em especial aqueles em que há cursos d'água limpos
e transparentes. Por causa dessa peculiaridade - e dada a delicada situação dos
recursos hídricos do planeta no século 21 -, não é de espantar que essa ave
aquática seja classificada como ”criticamente em perigo” nas listas das
espécies consideradas em sério risco de extinção.
No mundo todo restam, no máximo, 250 deles tentando
subsistir em algumas áreas do interior da Argentina, do Paraguai e do Brasil.
Por aqui, ainda são avistados de forma esparsa na Chapada dos Veadeiros, em
Goiás, e no Jalapão, no Tocantins. O maior grupo, com cerca de 100 espécimes,
resiste na serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, em um trecho perto
dos limites do parque nacional homônimo. A razão principal dessa surpreendente
população está na excelência das águas do São Francisco e de alguns de seus
afluentes em um pequeno trecho que vai do alto da serra até a parte baixa da
cachoeira Casca d'Anta - o cartão-postal do parque -, em um raio de 50
quilômetros desde a sua nascente.
Atualmente, sabe-se que os mais terríveis inimigos da ave
são a retirada da mata ciliar, o assoreamento do São Francisco, a expansão da
agropecuária e o uso de agrotóxicos. “O crescimento do turismo desorganizado e
a prática de esportes radicais nas proximidades de seu território também tiram
o sossego desses animais, arredios e assustadiços.
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (latim) Mergus =
mergulhão; nome utilizado para definir ave aquática não identificada,
mencionada por Plínio, Terêncio Varro e pelo poeta Horácio Flaco; e octo =
oito; e setaceus, seta = com cerdas, cerdas. ⇒ Mergulhão
oito cerdas.
Características
Seu bico longo, fino, serrilhado e recurvo é adaptado para
capturar peixes com mergulhos de extrema destreza. Penacho nucal desenvolvido e
preto (preto esverdeado no macho, menor e cor de chocolate na fêmea). Silhueta
baixa quando nada. Grande marca dividida na asa. Pés vermelhos. Apresenta asa de
21 centímetros, a cauda de 10 centímetros, um bico de 3,2 centímetros em média
e tarso de 4,2 centímetros. Mede cerca de 55 centímetros.
PATO MERGULHÃO MACHO |
PATO MERGULHÃO FÊMEA |
Alimentação
Sobe e desce rios encachoeirados à procura de pequenos
peixes (Characidae). A espécie necessita de correntes d'água 100% limpas e
claras, protegidas por matas ciliares preservadas e com abundância de peixes,
em especial o lambari.
São monogâmicos, com período reprodutivo entre maio e
setembro, quando chocam até oito ovos por ninhada. Os filhotes nascem depois de
pouco mais de 30 dias de incubação e permanecem com os pais por até dez meses.
Nidifica nos ocos das árvores à beira dos rios. Voa baixo ao
longo do rio, pousando em rochas, bancos de areia (praia) e troncos caídos na
água. Uma das poucas aves brasileiras adaptadas a rios de regiões de planalto.
Ameaçado de Extinção
Criticamente em perigo. Tamanho populacional reduzido e em
declínio, com probabilidade de extinção da natureza. São ameaçadas devido a
alterações de seu habitat, tais como redução das matas ciliares, poluição dos
cursos d'água por garimpeiros, destruição de florestas ripáricas (mata ciliar)
e de galerias, bem como a instalação de hidrelétricas (que transformam rios de
correnteza em lagos artificiais). Sua área de distribuição é restrita e suas
populações são pequenas.
Fonte: http://www.wikiaves.com.br/pato-mergulhao