quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A Onça-Pintada




A onça-pintada é o maior felino do continente americano. Seu peso varia entre 35 e 130 kg e geralmente, os machos são mais pesados que as fêmeas. Possui o corpo robusto, compacto e musculoso. O seu comprimento total pode variar de 1,7 a 2,4 metros, e sua cauda é responsável por 52 a 66 cm do seu tamanho corporal (Seymour, 1989). As onças-pintadas que habitam áreas de florestas tendem a ser menores do que as que habitam áreas abertas como o Pantanal, no Brasil ou os Llanos, na Venezuela.
Sua pelagem varia do amarelo-claro ao castanho-ocreáceo e é caracterizada por manchas pretas em forma de rosetas de diferentes tamanhos. Estas rosetas são como a “impressão digital” do animal e servem para diferenciá-lo, pois cada indivíduo possui um padrão único de pelagem. Deste modo, com o uso de armadilhas fotográficas, é possível realizar a contagem de onças-pintadas e estimar o tamanho da população em uma determinada área. Existe também a variação melânica da espécie, que são onças com uma coloração de fundo preto, mas que também possuem as rosetas. Essas são conhecidas como onças-pretas e ocorrem em algumas regiões da distribuição da espécie.
Outras espécies de felinos, que também possuem manchas, podem ser confundidas com a onça-pintada. Por exemplo o leopardo (Panthera pardus) que ocorre na África e Ásia e a jaguatirica (Leopardus pardalis) que ocorre no continente americano. No entanto, essas espécies possuem porte e padrão de pelagem distintos. A onça-pintada, juntamente com o leopardo das neves, o tigre, o leão e o leopardo, compõem as cinco espécies de grandes felinos pertencentes ao Gênero Panthera. Como característica em comum, estas espécies possuem uma ossificação incompleta do osso hióide, localizado na região da garganta, que proporciona um som forte e grave conhecido como esturro (ouça o esturro da onça ). O esturro é utilizado na comunicação entre indivíduos de onças-pintadas principalmente no período de reprodução, quando machos e fêmeas o utilizam para se localizarem. As demais espécies de felinos emitem apenas um miado como forma de comunicação. As onças-pintadas concentram suas atividades no período crepuscular-noturno, porém este comportamento pode variar conforme a região geográfica. Em hábitats de mata densa, as onças-pintadas podem apresentar maior atividade durante o dia do que em hábitats abertos como o Cerrado, o Pantanal e a Caatinga.

 A onça-pintada é um animal territorial, e utiliza para delimitar sua área de vida fezes, urina e arranhões em árvores. De hábito solitário, interage com outros indivíduos da espécie apenas no período reprodutivo, sendo que um macho pode acasalar com várias fêmeas. As fêmeas atingem a maturidade sexual com aproximadamente dois anos, podendo ter sua primeira cria com três anos. Os machos atingem sua maturidade sexual com aproximadamente três anos, e são atraídos pelo odor e vocalização das fêmeas. O período reprodutivo se estende por todo o ano, quando as onças-pintadas machos e fêmeas interagem por alguns dias, copulando por várias vezes. Neste período, pode ser observado mais de um macho acompanhando a mesma fêmea. O tempo de gestação da onça-pintada varia entre 93 e 105 dias, podendo nascer de um a quatro filhotes, sendo mais comum o nascimento de dois filhotes por ninhada. Em média, os filhotes recém-nascidos pesam de 700-900 g, abrem os olhos entre o sétimo e o 13º dia, mamam até aproximadamente o sexto mês de vida e acompanham a mãe até um ano e meio de idade (Seymour, 1989).

                                                          AS ONCINHAS E A MÃE
A onça-pintada exerce importante função ecológica para a manutenção do equilíbrio dos ambientes onde ocorre, principalmente por regular o tamanho das populações de suas espécies presas como, por exemplo, queixadas, capivaras e jacarés. É um animal que exige extensas áreas preservadas para sobreviver e se reproduzir. Dessa forma, a onça-pintada é considerada uma espécie guarda chuva, pois suas exigências ecológicas englobam todas as exigências das demais espécies que ocorrem no seu ambiente.
No Brasil, a onça-pintada é listada pelo IBAMA (2003) como ameaçada de extinção. Globalmente é classificada como “quase ameaçada” (IUCN, 2008). A conversão de seu habitat natural para atividades agropecuárias é a principal causa da redução de 50% de sua distribuição original (Sanderson et al. 2002), sendo que a espécie foi extinta em dois (Uruguai e El Salvador) dos 21 países em que ocorria historicamente. A onça-pintada é legalmente protegida na maioria dos países que compreendem a sua distribuição – somente na Bolívia a caça ainda é permitida; e a espécie não tem nenhuma proteção legal no Equador e Guiana (Caso et al., 2008). A Amazônia é, atualmente, o maior refúgio para a onça-pintada ao longo de toda a sua distribuição. Nos demais ambientes, a fragmentação de habitat e o consequente isolamento de suas populações são as maiores ameaças para a espécie. Nesses casos, a manutenção e restauração de conexões entre populações isoladas é a principal estratégia de conservação para a onça-pintada (veja por exemplo, Corredor de Biodiversidade do Rio Araguaia).http://www.jaguar.org.br/pt/projetos/araguaia-biodiversity/index.html
                                                CORREDOR DE BIODIVERSIDADE

A fragmentação de hábitats também influencia diretamente na disponibilidade de presas naturais das onças-pintadas. Nesses casos, em regiões de produção pecuária, o gado pode passar a ser uma importante presa para a espécie A inclusão da espécie no Apêndice I da CITES (Convenção do Comércio em Espécies Ameaçadas) praticamente eliminou o comércio ilegal de pele de onça-pintada. No entanto, o abate de animais em retaliação a prejuízos que eles causam a pecuaristas continua sendo uma importante ameaça à conservação da espécie. Isso demonstra que, para conservar a onça-pintada não basta manter hábitats e presas naturais, mas também minimizar conflitos entre esses predadores e os pecuaristas (veja por exemplo, Projeto Onça Social). http://www.jaguar.org.br/pt/projetos/projeto-onca-social/index.html.

A onça-pintada é um predador topo de cadeia alimentar, exclusivamente carnívoro. Estudos de sua dieta ao longo de toda sua distribuição já registraram mais de 85 espécies de presas naturais (Sunquist & Sunquist, 1989). A onça-pintada caça de forma oportunista, se alimentando das espécies mais abundantes no seu ambiente. Em algumas regiões do Brasil, as onças-pintadas se alimentam principalmente de grandes mamíferos, como o queixada, a capivara, o tamanduá-bandeira e a anta, e em outras, se alimentam de répteis, como a tartaruga e o jacaré. Em áreas onde vivem próximas ao gado, este pode constituir uma importante fonte de alimento na sua dieta.

   A extensão da área de vida da onça-pintada varia ao longo de sua distribuição: as menores áreas foram estimadas em 13 km2 nas florestas de Belize (Rabinowitz, & Nottingham, 1986) e as maiores em 265 km2 no Cerrado do Brasil central (Silveira, 2004). Estudos têm revelado também que a área de vida de indivíduos machos é maior do que a de fêmeas, sendo que a área de vida de um macho pode englobar as de várias fêmeas.
A onça-pintada ocorre em densidades de aproximadamente 1 a 7 indivíduos adultos por 100 km². Altas densidades foram relatadas em florestas de Belize e Costa Rica (Salom-Pérez et al. 2007, Silver et al. 2004), e do Pantanal brasileiro (Soisalo & Cavalcanti 2006), onde a abundância de espécies presa é excepcionalmente alta.
A onça-pintada ocorre em distintos e variados habitats, desde florestas tropicais na Amazônia, planícies inundáveis no Pantanal, florestas secas no México, campos arbustivos e abertos do Cerrado, e até mesmo em regiões semi-áridas da Caatinga. Preferencialmente utilizam habitats próximos a cursos d‘água com vegetação densa. Normalmente a onça-pintada evita áreas de agricultura, mas pode ser observada utilizando pastagens.


      FONTE: http://www.jaguar.org.br/pt/                                                

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Fauna brasileira: espécies em extinção na caatinga

A Caatinga é um dos biomas mais afetados pela ação do homem na natureza, prejudicando a vida da flora e da fauna da região

Único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga está presente em nove estados. Com uma extensão territorial de aproximadamente 826.411 km, a região corresponde a 10% do território do país e possui uma grande diversidade de fauna e flora.

 

A Caatinga é um dos biomas mais afetados pelas atividades humanas. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, mais de 80% de sua área já foi alterada pela ação humana, perdendo apenas da Mata Atlântica.
Isso acontece porque o bioma enfrenta problemas como o desmatamento, exploração de madeiras, queimadas, extração da mata nativa, monocultura de cana-de-açúcar, e principalmente, a substituição de espécies vegetais nativas por pastagens.
Além disso, a região conta com cerca de 27 milhões habitantes, segundo o IBGE, e enfrenta problemas sociais – baixo nível de renda, de escolaridade, falta de saneamento e alto índice de mortalidade -, e climáticos.

Durante as grandes secas, por exemplo, as safras agrícolas são menores e os animais domésticos morrem por fome, pela falta de água, ou pela caça de subsistência. O problema é um dos grandes responsáveis pelo aumento na taxa de extinção de animais.
Segundo estudos da Conservação Internacional – Brasil (CI – Brasil), divulgados em 2010, a região conta com 932 espécies de plantas, 187 de abelhas, 240 de peixes, 167 de répteis e anfíbios, 510 tipos diferentes de aves e 148 de mamíferos.
Dados do Instituto Chico Mendes apontam que existem mais de 60 espécies em extinção na caatinga. Confira alguns exemplos:
• Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus lear)


• Pitu (Macrobrachium carcinus)
 
• Morcego vermelho (Myotis ruber)
Gato-maracajá (Leopardus wiedii)


• Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus)


 • Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus)

Preservação

Um estudo realizado pelo Banco Mundial em parceria com a WWF definiu prioridades para a conservação da biodiversidade no mundo, estabelecendo cinco níveis, por ordem de relevância: prioridades I, II, III, IV e V. A Caatinga foi classificada no nível I, o mais alto.
Com o intuito de melhorar a imagem e acolher espécies ameaçadas, o bioma possui uma reserva natural, localizada nos Sertões dos Inhamuns. Em 5.646 hectares, o local abriga algumas amostras da flora e da fauna e possui um centro de visitas em sua sede.
A Caatinga conta com outros órgãos e associações que visam preservar o bioma e amenizar os problemas causados pelo homem. Apesar disso, a região ainda é considerada pouco explorada por estudiosos e pesquisadores.
Fonte: pensamentoverde
 

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Dia da Amazônia

Próximo Dia da Amazônia  5 de Setembro de 2016 (Segunda-feira)
O Dia da Amazônia é celebrado anualmente em 5 de setembro.
Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.
A data escolhida faz referência ao dia 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas).
Não há muitos motivos para comemoração e sim para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos constantes desmatamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global.
Dados Importantes sobre a Amazônia
Com uma area de aproximadamente 5,5 milhões de quilômetros apenas de floresta, a Amazônia está presente em 8 estados brasileiros: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte do Maranhão e Mato Grosso.
Na América do Sul, compreende os seguintes países: Suriname, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador.
O clima na região amazônica é predominantemente equatorial/quente e úmido.
Outro recorde da Amazônia é a sua bacia hidrográfica. Com cerca de 7 milhões de quilômetros de extensão, os principais rios da região são: Amazonas (maior do mundo em extensão), Negro, Trobetas, Japurá, Madeira, Xingu, Tapajós, Purus e Juruá (todos afluentes do Rio Amazonas).

segunda-feira, 25 de julho de 2016

TRÁFICO DE ANIMAIS

Fauna brasileira sofre com o tráfico de animais e o desmatamento das florestas

Todos os anos cerca de 12 milhões de animais silvestres são retirados das florestas do país, sendo que 95% deles são aves, e, em sua maioria, nunca retornam à natureza

 

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil abriga cerca de 517 espécies de anfíbios (das quais 294 são endêmicas), 468 de répteis (172 endêmicos), 524 de mamíferos (com 131 endêmicas), 1.622 de aves (191 endêmicas), cerca de 3 mil peixes de água doce e uma fantástica diversidade de artrópodos: só de insetos, são cerca de 15 milhões de espécies.
Todos os anos, cerca de 12 milhões de animais silvestres são retirados das florestas brasileiras. Dono de uma das biodiversidades mais ricas do mundo, o nosso país sofre com a ação de traficantes de animais e com o desmatamento. Mas o problema não para só aí, a caça e pesca predatórias, a construção de hidrelétricas, a instalação de indústrias, o garimpo e os projetos agropecuários também corroboram para a atual situação. Por conta deste grave problema, 22 de setembro foi instituído como o Dia da Defesa da Fauna.
Devido aos grandes impactos ambientais e à desenfreada ocupação humana, vêm ocorrendo uma grande degradação de habitats naturais e o desaparecimento de espécies e formas genéticas, o que influi muito na fauna brasileira. Assim, para uma maior conservação da fauna, flora, ecossistemas e demais recursos naturais, foram criadas as Unidades de Conservação em diversos pontos do território nacional.
Porém, esses espaços não são suficientes para que a natureza esteja totalmente protegida da ação humana. Deste modo, projetos focados na proteção dos animais, como o “De Volta Pra Casa”, da ONG SOS Fauna, são necessários.
A iniciativa nasceu há cerca de nove anos, pois a problemática do pós apreensão em relação a animais silvestres confiscados é sério. Porque a sociedade, por falta de informação, imagina que após uma apreensão dos animais silvestres, o problema está resolvido, o que não é verdade.

A maioria dos animais apreendidos – sendo que mais de 95% destes são aves – não regressa à natureza e aos seus locais de origem. Muitos são encaminhados a criadores comerciais e conservacionistas, tanto para reprodução em cativeiro, bem como para enriquecer plantéis, salvos raros e isolados casos.
O projeto promove ações conjuntas com as autoridades em operações de repressão ao tráfico de animais silvestres em guardas domésticas, interceptação de cargas e desmonte de depósitos clandestinos. Depois de apreendidos, os animais são recuperados e devolvidos à natureza.
fONTE: pensamentoverde

domingo, 10 de julho de 2016

Dia da Proteção das Florestas: nossas árvores pedem socorro



O Brasil já perdeu 19% da Amazônia e quase 91% da Mata Atlântica. No dia que celebra a proteção das florestas, há pouco o que comemorar. Participe do Twitaço em defesa das florestas.
Originalmente nesta data era comemorado o dia do Curupira, um personagem do folclore brasileiro conhecido por pregar peças naqueles que destroem a floresta. Mas, infelizmente, o personagem vive apenas nos contos infantis e a floresta não consegue se defender sozinha. Por isso, é nossa responsabilidade preservar este importante patrimônio do Brasil.


Por que precisamos das florestas?
As florestas são parte vital do ciclo da água, contribuindo para a formação de chuvas que abastecem várias regiões do país. Elas também nos protegem de climas extremos, como cheias ou secas. Sem elas, a produção de alimentos ficaria comprometida e a vida na Terra cada vez mais difícil.
Diversos estudos científicos já mostraram que as florestas também são importantes na proteção de nascentes e rios, aumentando a qualidade e a quantidade da água que consumimos. O desmatamento oferece lucro para poucos e prejuízo para toda a sociedade, inclusive para quem vive nas grandes cidades e para aqueles que promovem o desmatamento. Ainda sim, destruir as florestas é permitido no Brasil.
Isso tem que acabar! Desde 2012 o Greenpeace mantém uma campanha para levar ao Congresso Nacional um Projeto de Lei com apoio popular pelo Desmatamento Zero no Brasil.  Pela proposta, fica proibido o corte raso de floresta nativa e não serão mais emitidas autorizações para novos desmatamentos. As florestas precisam de proteção e a hora é agora, não amanhã.
Apoie a campanha pelo Desmatamento Zero. Acesse desafio.salveasflorestas.org.br e assine a petição, por um futuro com água, clima ameno e alimento para todos.

Fonte: Greenpeace Brasil