quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Mundo reforça combate ao lixo marinho

A comunidade internacional aprovou uma série de resoluções na Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA 3), que terminou nesta quarta-feira (06/12) em Nairóbi (Quênia). Uma das prioridades da delegação brasileira no evento, o combate ao lixo marinho está entre as proposições aprovadas pelos 193 países que integram o foro. A proposição destaca a importância da eliminação dos microplásticos dos oceanos e de ações para prevenir e reduzir significantemente a poluição marinha até 2025.
O engajamento do país na conservação dos oceanos foi destacado pelo embaixador Fernando Coimbra, chefe da delegação brasileira na Assembleia. “Harmonizar atividades econômicas com a conservação é crucial para manter a saúde dos oceanos”, destacou Coimbra em sessão plenária. O embaixador afirmou que o evento tem atuado no combate à poluição em todas as suas reformas e ressaltou que o Brasil também tem dado sua contribuição em agendas como a de mudança do clima e de controle do mercúrio.
O Brasil também foi convidado a participar do grupo de coordenação do Global Partnership of Marine Litter (GPML), uma parceria global entre agências internacionais, governos, sociedade, academia e terceiro setor no combate ao lixo marinho. Os integrantes do grupo trabalham para o desenvolvimento de ações em áreas como apoio técnico e financeiro. Entre os objetivos da aliança, está a redução dos impactos do lixo marinho nas economias, nos ecossistemas, na biodiversidade e na saúde humana.
AÇÃO
A resolução sobre lixo marinho reconhece a UNEA como fórum de discussão e negociação do tema no contexto internacional. O coordenador-geral de Gerenciamento Costeiro do MMA, Regis de Lima, explicou que os países-membros serão solicitados a fazer seus planos de ação para o tema. “A resolução traz a promoção do fortalecimento da integração intersetorial”, acrescentou.
A ação brasileira nessa agenda já começou. No mês passado, o país realizou, no Rio de Janeiro, seminário que serviu como o primeiro momento de elaboração do plano nacional de combate ao lixo do mar. A construção do documento para 2018 já havia sido apresentada como compromisso voluntário do Brasil durante a Conferência dos Oceanos, realizada em junho deste ano na sede das Nações Unidas, em Nova York.
Fonte: MMA

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Água Doce capacita mais de 500 pessoas

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) abriu, nesta terça-feira (5/12), o maior e mais importante evento de formação do Programa Água Doce (PAD). Mais de 500 pessoas, vindas de 10 estados brasileiros, lotaram o Centro de Convenções de João Pessoa, na Paraíba, para participar da abertura do VII Encontro Nacional de Formação do Programa Água Doce, que acontece até a próxima quinta-feira (7/12).
Com o tema “O papel dos estados, municípios e comunidades na gestão compartilhada dos sistemas de dessalinização”, o evento proporciona aos participantes um espaço para a troca de experiências e a formação de multiplicadores, além da capacitação dos técnicos dos Núcleos Gestores Estaduais e representantes dos munícipios e comunidades atendidas pelo programa.
“Esse encontro é um espaço e uma oportunidade para o aperfeiçoamento da metodologia do programa. Ele possibilita a troca de experiências e de saberes”, afirmou o secretário de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Jair Tannús Junior, para a plateia, composta por comunidades, parceiros institucionais, empresas, equipes técnicas estaduais, núcleos gestores estaduais e coordenação nacional.
O Programa Água Doce já entregou 508 sistemas de dessalinização e beneficia, diariamente, cerca de 200 mil pessoas do semiárido brasileiro com água de boa qualidade para o consumo. “A gente se emociona por ver a transformação que o Água Doce faz com as pessoas”, disse a vice-governadora do estado da Paraíba, Ana Ligia Feliciano.
Além do secretário Jair Tannús Junior e da vice-governadora da Paraíba, participaram da mesa de abertura do evento o presidente da Associação Internacional de Dessalinização, Emilio Gabbrielli, o presidente da Associação Latinoamericana de Dessalinização e Reuso de Água, Alejandro Sturniolo, o secretário de Estado dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia da Paraíba, João Azevêdo Lins Filho, o prefeito do município de Afogados da Ingazeira (PE), José Coimbra Patriota, representando a Confederação Nacional dos Municípios, e a representante das comunidades do Programa Água Doce, senhora Edite de Assis.
HOMENAGENS
Os olhos atentos de todos os participantes foram substituídos por sorrisos e muitos aplausos quando a surpresa do primeiro dia de evento subiu ao palco. A cantora paraibana Elba Ramalho, madrinha do Programa Água Doce, foi uma das homenageadas do dia. “Sou uma pessoa do sertão, nasci numa região muito seca. Esse programa atinge comunidades rurais. O mais difícil é ir até lá, chegar e beneficiar comunidades carentes, onde poucas pessoas são beneficiadas. E há também a geração de emprego. Que vocês continuem levando a água, que é tão preciosa pra gente sobreviver”, parabenizou a cantora.
Depois foi a vez das comunidades, municípios, coordenações estaduais e instituições parceiras do Programa Água Doce ganharem os holofotes e receberem placas de homenagem em reconhecimento ao trabalho realizado. A ideia foi reproduzir o mesmo prêmio recebido pelo PAD durante o Congresso Mundial de Dessalinização, realizado em São Paulo (SP) pela Associação Internacional de Dessalinização (IDA), no mês de outubro deste ano.
NOVIDADE PARA 2018
Para integrar ainda mais as comunidades atendidas pelo Programa Água Doce, foi anunciado durante o evento o lançamento do aplicativo do PAD. A ideia é tornar a informação mais acessível. Comunidades e técnicos espalhados pelos 10 estados atendidos pelo programa poderão cadastrar informações, reportar dificuldades ou dúvidas, além da possibilidade de alimentar o banco nacional de imagens.
Com o aplicativo, que estará disponível para uso em 2018, será possível saber com apenas um clique quais são as comunidades atendidas pelo programa, quantos sistemas de dessalinização há em cada estado, quem são os responsáveis em cada comunidade e também a quantidade de água produzida diariamente, além de diversas informações técnicas.
O PROGRAMA
O Programa Água Doce (PAD) é uma ação do governo federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. Lançado em 2004, o PAD foi concebido e elaborado de forma participativa durante o ano de 2003, unindo a participação social, proteção ambiental, envolvimento institucional e gestão comunitária local.
Tem por objetivo estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação, recuperação e gestão de sistemas de dessalinização de águas salobras e salinas.
Fonte: MMA

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Aumento do nível do mar pode submergir 13 mil sítios históricos nos EUA

 Fornecido por AFP Vista de Jamestown, Virgínia

O aumento do nível do mar causado pelo derretimento das geleiras polares provocado pelo aquecimento global pode pôr em risco 13.000 sítios arqueológicos nos Estados Unidos até o fim do século, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (29) na revista PlOS ONE.
Cientistas preveem que estes sítios, localizados no sudeste do país, poderiam ficar submersos por um metro de água se o nível do mar continuar subindo, como previsto.
Entre mais de mil destes sítios, inscritos no Registro Nacional de Lugares Históricos há vestígios indígenas de mais de 10.000 anos de antiguidade em Jamestown (Virgínia, leste), onde se estabeleceu a primeira colônia britânica permanente no continente americano, e outros em Charleston (Carolina do Sul, leste), segundo o estudo.
"O aumento do nível do mar nos próximos anos levará à destruição de um grande número de sítios arqueológicos, edifícios, cemitérios e importantes locais culturais", lamentou David Anderson, autor principal do estudo e professor da Universidade de Tennessee em Knoxville.
A costa da Flórida (sudeste) é particularmente vulnerável se o mar subir um metro, assim como a Louisiana (sul) e a Virgínia.
Os cientistas usaram dados topográficos destes lugares e determinaram o risco de ficar submersos, segundo diferentes níveis de elevação do mar.
Um relatório realizado em 2014 por vários organismos de pesquisa, entre eles a União de Cientistas Preocupados (UCS), estimou que trinta locais de importância cultural americana, como a Estátua da Liberdade ou o Centro Espacial Kennedy, estão ameaçados pelo fenômeno.
A Nasa já está elaborando vários planos para proteger seu centro e outros espaços dos efeitos das mudanças climáticas.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

POLUENTES CLIMÁTICOS DE CURTO PRAZO

Reunião no Chile discute políticas e ações para reduzir a emissão de poluentes climáticos de curta duração.

No mês passado, a concentração de CO2 na atmosfera quebrou um novo recorde histórico , superando a marca de 410 ppm pela primeira vez. A medida foi realizada pelo Observatório Mauna Loa no Havaí (EUA) e mostra valores perturbadores para o aquecimento global. Mas além do CO2, existem outros elementos no ar que também preocupam especialistas climáticos.
Estes são os chamados poluentes climáticos de curto prazo, um termo que se refere aos poluentes que causam problemas de saúde em muitas cidades ao redor do mundo. Os poluentes climáticos de curta duração (ou os contaminantes do clima vivo curto - SLCPs) são substâncias e compostos que têm uma vida curta na atmosfera, mas têm grande influência no aquecimento climático.
Representantes de mais de 50 países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reuniram-se em Santiago, Chile, no mês passado, juntamente com a Coalizão do Clima e do Ar puro (CCAC), para discutir e trocar experiências sobre estes poluentes
Os representantes do CCAC defendem que a hora de agir é agora, se quisermos reverter os danos que as emissões poluentes causam para o meio ambiente e para a saúde da população. Os principais poluentes de curta duração são o carbono negro, o metano (CH4) e o ozônio troposférico (O3), que após o CO2, representam as principais contribuições para o efeito estufa global.
O ministro do Meio Ambiente do Chile, Marcelo Mena, durante a reunião, defendeu a implementação de ações do governo local para reduzir as emissões de CO2 e as partículas de carbono preto que são emitidas na queima de combustíveis fósseis e biomassa.
Os profissionais interessados ​​em uma educação universitária para atuar neste campo têm como opção o Mestrado em Mudanças Climáticas , patrocinado pela FUNIBER .
O CCAC está lutando pela proteção climática contra o aquecimento global, pressionando os países para reduzir as emissões de poluentes de curta duração. Existem 113 parceiros em todo o mundo, de 52 países, participando das ações da Climate and Clean Air Coalition. A Coalizão reúne 17 organizações intergovernamentais e 45 organizações não-governamentais.
De acordo com especialistas do CCAC, as reduções em poluentes climáticos de curta duração poderiam reduzir o aquecimento global em 0,4 graus Celsius. O efeito pode melhorar a saúde da população e o desenvolvimento sustentável.
Para mais informações sobre Poluentes Climáticos de Curto Prazo aqui

domingo, 3 de dezembro de 2017

Água Doce É EXEMPLO PARA O MUNDO

“O Programa Água Doce é um exemplo para o mundo”, vai logo dizendo Emílio Gabbrielle. “É um caso de sucesso que merece ser conhecido por todos, que precisa ser divulgado para todo o planeta”, prossegue ele, as palavras fluindo, velozes, num misto de italianês e portunhol.
De passagem por Brasília, o presidente da Associação Internacional de Dessalinização (IDA, na sigla em inglês), italiano de nascimento e brasileiro de coração, não escondeu o entusiasmo ao falar sobre o programa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que produz, de forma permanente, água de qualidade para milhares de famílias do semiárido brasileiro por meio da dessalinização de águas subterrâneas, salobras ou salinas, extraídas de poços profundos.
Entre uma reunião e outra com gestores da Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, para discutir a organização do VII Encontro Nacional de Formação do Programa Água Doce (PAD), que ocorrerá na próxima semana, entre os dias 5 e 7 de dezembro, em João Pessoa, na Paraíba, ele fez uma avaliação do sistema brasileiro em comparação com programas similares do resto do mundo.
“É uma ideia simples e eficiente que mostra a criatividade do povo brasileiro. Visitei 20 países nos últimos dois anos, como presidente da IDA, e não vi nada parecido em nenhum lugar do mundo”, diz ele sobre o programa.
A Associação Internacional de Dessanilização reúne as 50 nações mais criticamente ameaçadas pela escassez de recursos hídricos no planeta, entre elas, os países do Oriente Médio, como Israel, Arábia Saudita e Irã, onde a disputa pela água é estratégica e pode ser motivo de guerra. No seu mais recente congresso mundial, realizado em meados de outubro, em São Paulo, a IDA premiou o Programa Água Doce pelo seu caráter socioambiental e inovador.
REVOLUÇÃO
Para Gabbrielle, o programa brasileiro é revolucionário em todos os sentidos. De um lado, muda a realidade de comunidades do semiárido que antes dependiam de caminhões-pipas para sobreviver e cuja água nem sempre era de boa qualidade. Por outro, inova na técnica da dessalinização.
“Fazer a dessalinização da água salobra é um processo muito mais complicado do que a da água do mar, e aqui no Brasil isso está sendo feito de fontes subterrâneas e profundas, de forma muito competente. A água produzida pelo programa brasileiro é de ótima qualidade, como já foi comprovado cientificamente. Essa técnica das membranas (filtros de alta potência) é fantástica, elimina todas as impurezas”, garante o presidente da IDA.
O sistema consiste de poço tubular, bomba, reservatório de água bruta, chafarizes, dessalinizador, reservatório de água doce, reservatório de concentrado salino (efluente do sistema de dessalinização) e tanques de contenção do concentrado para evaporação.
Do poço profundo, a água é bombeada até o reservatório de água bruta, passa pelo dessalinizador, que usa a tecnologia da osmose inversa (remoção do sal pelas membranas), e sai purinha para o reservatório de água doce. Daí é distribuída por chafarizes para consumo humano.
Além do processo de dessalinização, Gabrielle vê outro aspecto inovador no PAD – o sistema de produção integrado que criou uma alternativa para aproveitamento do concentrado salino (a água que sobra da dessalinização). “Essa solução encontrada para se aproveitar os rejeitos é que dá mais originalidade ainda ao programa brasileiro”.
Pelo sistema, o concentrado vai para tanques de contenção e é usado na produção de peixes e na irrigação de plantas forrageiras que contribuem para a alimentação do rebanho de caprinos e ovinos durante a estação seca, seguindo um destino ambientalmente adequado.
COMUNIDADE
Mas Gabbrielle abre o sorriso mesmo quando fala sobre a participação da comunidade, que ele considera o “pulo do gato” do Programa Água Doce. “Aqui o povo é quem cuida da operação, se envolve diretamente. Isso é o grande diferencial em relação a outros países”, ressalta ele.
Na verdade, dos seis componentes do programa – gestão, sistema de dessalinização, sustentabilidade ambiental, produção integrada, formação de recursos humanos e mobilização social -, este último é uma das principais preocupações dos gestores.
Eles fazem questão de incentivar a participação das comunidades nas várias etapas de implantação do programa, desde a definição dos acordos de gestão compartilhada, quando cada parte – União, estados, municípios e sociedade civil – assume as suas responsabilidades até a operação dos sistemas de dessalinização e de produção.
“Isso é maravilhoso porque o processo torna-se autogestionário e flui com mais eficiência. As decisões passam a espelhar de forma mais precisa os reais interesses de cada comunidade. Ao operar o sistema, a comunidade assume o controle direto da distribuição da água”, afirma o presidente da IDA.
De dois anos para cá, algumas comunidades beneficiadas pelo programa passaram a utilizar energia solar para mover os dessalinizadores. Ao reduzir gastos com energia elétrica, o sistema ganhou em sustentabilidade. O fato deixa Gabrielle ainda mais empolgado com o futuro do programa.
“O uso de energias renováveis coloca o Água Doce em um novo patamar, o que terá repercussão geral com a consequente ampliação das ações”, vislumbra o italiano, sintonizado com a avaliação da Secretaria de Recursos Hídricos do MMA que projeta, para 2019, o atendimento de meio milhão de pessoas pelo programa.
DIMENSÃO
O Programa Água Doce abrange os nove estados do Nordeste – Alagoas, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão – e Minas Gerais. Atende aproximadamente 200 mil pessoas por meio de uma rede formada por cerca de 200 instituições. Os municípios são escolhidos por critérios técnicos e sociais, como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mortalidade infantil e escassez de água.
Ao todo, 3.145 comunidades dos 298 municípios do semiárido que mais sofrem com o acesso à água já passaram pelo diagnóstico dos técnicos. Da meta de 1.200 sistemas de dessalinização, 742 estão contratados, 508 concluídos e 48 em fase de implantação em 170 municípios.
Lançado pelo MMA em 2003, com apoio de instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o programa conta com a participação dos estados e municípios e das comunidades beneficiárias.
Em cada estado há um núcleo estadual e uma coordenação estadual, criados por decreto e formados por técnicos qualificados. Nas comunidades, o sistema de dessalinização é gerenciado por grupo gestor local, estabelecido nos acordos em que a comunidade tem participação decisiva.
A implementação do programa é dividida em três etapas – avaliação das comunidades (diagnóstico), implantação dos sistemas de dessalinização e, por fim, operação, manutenção e monitoramento. O acordo de gestão só é assinado pelas partes após a instalação e entrada em funcionamento do sistema de dessalinização.
Os acordos ajudam a evitar ou sanar conflitos e permitem que a própria comunidade tome as decisões relacionadas à gestão do sistema de dessalinização, o que assegura o bom funcionamento do programa e a qualidade da água que será distribuída à população.
Além de estar conectado com os princípios da Política Nacional de Recursos Hídricos, o Programa Água Doce reforça a Política Nacional de Mudanças Climáticas, ao contribuir para a diminuição da vulnerabilidade de acesso a água no semiárido brasileiro.
Fonte: MMA

sábado, 2 de dezembro de 2017

PESCA NO PLANETA ACABARI ACABARIA EM 2048


Se continuarmos pescando com os métodos utilizados atualmente, a pesca no mundo terminaria em 2048

De acordo com um relatório publicado pelo Fundo Mundial para a Vida Silvestre (WWF por suas siglas em inglês), no ano de 2048 iria acabar a pesca no mundo, a menos que os métodos de captura atuais sejam mudados. O relatório mostra que as frotas pesqueiras são entre 2 a 3 vezes maiores do que os oceanos podem suportar. A indústria pesqueira está capturando mais peixes do que os que a natureza pode repor.
O relatório da WWF indica que 53% da pesca do mundo são exploradas no limite, 32% são sobre-exploradas, esgotadas ou estão se recuperando de um esgotamento. Muitas populações de peixes que são capturadas de forma comercial sofreram diminuição a tal ponto que sua sobrevivência está ameaçada. As espécies pescadas atualmente seriam esgotadas em todo o planeta, até 2048, se as indústrias pesqueiras não mudassem seus métodos de captura.
A cada ano, bilhões de animais marinhos que não pertencem a espécies que se pescam comercialmente, são capturados pelos botes pesqueiros por acidente: golfinhos, tartarugas, tubarões e corais, morrem devido a práticas de pesca que são ineficientes, ilegais ou destrutivas.
Esta situação está espalhando-se por todo o mundo porque é aplicada uma má gestão das pescas, aparecem os piratas pesqueiros, captura de espécies prematuras, subsídios (que permitem a propagação de botes pesqueiros), acordos injustos de pesca que permitem a grandes frotas pescar de forma indiscriminada nas águas de países em desenvolvimento e a aplicação de práticas destrutivas de pesca.

A WWF recomenda que os consumidores só comprem produtos certificados com a etiqueta MSC nos Estados Unidos, para garantir que vêm de uma fonte que busca uma pesca sustentável.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Efeito curativo da natureza é tema do Diálogos ICMBio

Os benefícios que a natureza pode trazer à saúde das pessoas. Esse foi o tema que pautou as discussões do evento Diálogos ICMBio – Saúde, Parques e Reservas/Banho de Floresta realizado nesta quinta-feira (30/11) em Brasília. Representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Alana e do Instituto Brasileiro de Ecopsicologia (IBE) defenderam os efeitos curativos da floresta para a melhoria da vida das pessoas.
A discussão faz parte da proposta do ICMBio de fazer com que as pessoas sintam na prática que as unidades de conservação federais, além do seu importante papel na conservação e preservação da biodiversidade, são também parceiras na melhoria da saúde e da qualidade de vida de todos cidadãos. Para isso, o ICMBio quer fomentar a prática, que nasceu no Japão, denominada de banho de floresta.
“A saúde humana está relacionada à saúde do planeta. O contato com a natureza é uma benéfica e recíproca relação entre saúde e natureza”, defendeu o diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial do ICMBio, Claudio Maretti, durante a abertura do Diálogos ICMBio – Saúde, Parques e Reservas/Banho de Floresta.
Já Marco Bilibio, do Instituto Brasileiro de Ecopsicologia (IBE), relatou diversas pesquisas que apontam os benefícios psicológicos e fisiológicos para saúde das pessoas. “Quando se realiza algo na natureza, você está com a natureza. Essa experiência tem excelentes efeitos piscológicos. A floresta é um antidepressivo”, defendeu Bilibio. Ele contou que o banho de floresta é considerado uma medicina no Japão. “É importante o entendimento da necessidade de viver com saúde em um ambiente de saúde”, afirmou.
Guilherme Franco, da Fiocruz, disse que 18% dos problemas de saúde estão relacionados à poluição. Defendeu que é fundamental “trazer a saúde para mais perto das unidades de conservação”. Citou várias ações que a Fiocruz desenvolve relacionando o tema natureza e saúde.
Sobre a prática
Desenvolvido no início dos anos 1980 no Japão, o banho de floresta (shinrin-yoku) pode ser praticado de diversas maneiras, sempre, no entanto, rodeado pela natureza e entrando em contato com o estado que a floresta nos traz. Pode-se simplesmente caminhar sem rumo ou sentar e observar os detalhes das plantas e árvores de forma geral. Tudo isso respirando profundamente o bom ar limpo que a floresta oferece, em um certo tom de meditação. Tocar as plantas, sentir as diferentes texturas, ouvir os sons, perceber os aromas – tudo isso faz parte do banho.
Estudos realizados desde o início das práticas comprovam que os “banhos” diminuem o cortisol (hormônio causador do estresse), reduzem a pressão arterial, melhoram a concentração, a imunidade, fortalecem o metabolismo e elevam o bem-estar emocional.
Banho de floresta no Parque Nacional de Brasília
O Parque Nacional de Brasília já realizou no último domingo (26) o primeiro Banho da Floresta. Foram 23 pessoas que caminharam com tranquilidade pela floresta respirando profundamente o ar puro do lugar. O Parque Nacional de Brasília realizará outros encontros, com objetivo de fomentar essa prática de contato com natureza que contribui para tratamentos de saúde e melhoria da qualidade de vida.
Fonte: ICMBi0