terça-feira, 11 de agosto de 2015

FAUNA BRASILEIRA

Pato-mergulhão

O pato-mergulhão é uma ave anseriforme da família Anatidae. Também conhecido como merganso do sul, mergulhador, patão e pato-mergulhador.
O Mergus octosetaceus só sobrevive em ecossistemas ambientalmente equilibrados, em especial aqueles em que há cursos d'água limpos e transparentes. Por causa dessa peculiaridade - e dada a delicada situação dos recursos hídricos do planeta no século 21 -, não é de espantar que essa ave aquática seja classificada como ”criticamente em perigo” nas listas das espécies consideradas em sério risco de extinção.
No mundo todo restam, no máximo, 250 deles tentando subsistir em algumas áreas do interior da Argentina, do Paraguai e do Brasil. Por aqui, ainda são avistados de forma esparsa na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e no Jalapão, no Tocantins. O maior grupo, com cerca de 100 espécimes, resiste na serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, em um trecho perto dos limites do parque nacional homônimo. A razão principal dessa surpreendente população está na excelência das águas do São Francisco e de alguns de seus afluentes em um pequeno trecho que vai do alto da serra até a parte baixa da cachoeira Casca d'Anta - o cartão-postal do parque -, em um raio de 50 quilômetros desde a sua nascente.
Atualmente, sabe-se que os mais terríveis inimigos da ave são a retirada da mata ciliar, o assoreamento do São Francisco, a expansão da agropecuária e o uso de agrotóxicos. “O crescimento do turismo desorganizado e a prática de esportes radicais nas proximidades de seu território também tiram o sossego desses animais, arredios e assustadiços.
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (latim) Mergus = mergulhão; nome utilizado para definir ave aquática não identificada, mencionada por Plínio, Terêncio Varro e pelo poeta Horácio Flaco; e octo = oito; e setaceus, seta = com cerdas, cerdas. Mergulhão oito cerdas.
Características
Seu bico longo, fino, serrilhado e recurvo é adaptado para capturar peixes com mergulhos de extrema destreza. Penacho nucal desenvolvido e preto (preto esverdeado no macho, menor e cor de chocolate na fêmea). Silhueta baixa quando nada. Grande marca dividida na asa. Pés vermelhos. Apresenta asa de 21 centímetros, a cauda de 10 centímetros, um bico de 3,2 centímetros em média e tarso de 4,2 centímetros. Mede cerca de 55 centímetros.

PATO MERGULHÃO MACHO
                                                                    
PATO MERGULHÃO FÊMEA



PATO MERGULHÃO ALIMENTANDO
Alimentação
Sobe e desce rios encachoeirados à procura de pequenos peixes (Characidae). A espécie necessita de correntes d'água 100% limpas e claras, protegidas por matas ciliares preservadas e com abundância de peixes, em especial o lambari.
São monogâmicos, com período reprodutivo entre maio e setembro, quando chocam até oito ovos por ninhada. Os filhotes nascem depois de pouco mais de 30 dias de incubação e permanecem com os pais por até dez meses.
Nidifica nos ocos das árvores à beira dos rios. Voa baixo ao longo do rio, pousando em rochas, bancos de areia (praia) e troncos caídos na água. Uma das poucas aves brasileiras adaptadas a rios de regiões de planalto.
Ameaçado de Extinção
Criticamente em perigo. Tamanho populacional reduzido e em declínio, com probabilidade de extinção da natureza. São ameaçadas devido a alterações de seu habitat, tais como redução das matas ciliares, poluição dos cursos d'água por garimpeiros, destruição de florestas ripáricas (mata ciliar) e de galerias, bem como a instalação de hidrelétricas (que transformam rios de correnteza em lagos artificiais). Sua área de distribuição é restrita e suas populações são pequenas.

Fonte: http://www.wikiaves.com.br/pato-mergulhao

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Gavião-real




Gavião-real: a maior águia das Américas está ameaçada de extinção

Ave chega a 2 metros de comprimento, de uma ponta à outra da asa, pode pesar até 8 kg e constrói ninhos em Castanheiras e Samaúmas.
O gavião real atinge a idade adulta aos cinco anos e pode viver até 40 anos. Foto: João Marcos Rosa.
MANAUS – O desmatamento e a caça têm deixado sob risco de extinção a maior águia das Américas. O gavião-real chega a 2 metros de comprimento, de uma ponta à outra da asa. De acordo com a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA, Tânia Sanaiotti, um Programa de Conservação tem acompanhado o desenvolvimento de filhotes em comunidades onde existem ninhos, desenvolver campanhas de proteção e reabilitado os que estão feridos feridos para serem reintegrados à natureza.

Caça, principalmente, preguiças, além de macacos e porco-espinho. Fotos: Olivier Jaudoin
O gavião-real precisa de árvores muito altas para construir seu ninho, como a Castanheira, o Angelim ou a Samaúma.
Os ninhos do gavião-real possuem quase dois metros de diâmetro. A fêmea põe de um a dois ovos que são chocados durante 58 dias. A cada três anos, é criado um novo filhote de gavião-real que voa pela primeira vez aos seis meses e é alimentado pelos pais até os dois anos e meio de idade. O Programa Brasileiro de Conservação do Gavião-real foi criado em 1997.

Gavião real macho
pesa entre 4,5 a 5,5 kg. 
Gavião real fêmea pesa entre 6 a 8kg




“Os gaviões reais capturados recebem uma anilha do CEMAVE/ICMBio para serem identificados na floresta e também são rastreados por meio de sinais enviados por satélites para saber a distância de dispersão dos filhotes e a área utilizada pelos adultos”, conta a pesquisadora. O programa conta com a participação de escolas, comunitários, organizações locais e órgãos municipais, que formam a corrente da conservação do Gavião-real.
Quando adulto, a cabeça do gavião-real torna-se cinza, com duas penas evidentes no penacho e uma faixa de penas pretas no pescoço. Cabeça, lados do pescoço e garganta são cinza-claro; dorso e parte superior das asas são pretos, não há dimorfismo sexual quanto à coloração das penas. Alimenta-se de mamíferos de médio e pequeno porte (tais como preguiças e primatas) e aves e se reproduz a cada dois anos e meio a três.
Mas não só o gavião real (Harpia harpyja) entra no programa de conservação. O Uiraçu-falso, também conhecido popularmente como gavião-real-falso, o Morphnus guianensis (Daudin 1800), e o gavião-de-penacho, o Spizaetus ornatus, também ameaçados pelo desmatamento e a caça, estão sendo acompanhados pelos pesquisadores do programa.

 
Uiraçu falso


O gavião-real, harpia, uiraçu, gavião-pega-nenê (Harpia harpyja) possui garras de 6 cm de comprimento que o colocam como a mais possante ave de rapina do mundo. Chega a medir 1,05 m comprimento total do corpo e, quando adulto, pode atingir 2,05m de uma ponta a outra das asas. Seu peso varia entre 5 Kg (macho) e 10 Kg (fêmea).
Já o Uiraçu-falso, possui garras (hálux) de 4 cm, atinge entre 81 a 91 cm de comprimento total do corpo, tem uma envergadura de 1,60 cm de uma ponta a outra das asas e pesa entre 1 kg (macho) a 1,5 kg (fêmea). Tem um penacho preto com uma pena evidente, cinza no pescoço e alto do peito, região ventral clara, com estrias bege-claro. Possui morfotipos distintos e alimenta-se de pequenos mamíferos, aves e répteis. Sua reprodução é de um filhote a cada um ano e meio.
O gavião-de-penacho , Spizaetus ornatus (Daudin 1800), também conhecido por inapacanim  e águia-de-tufo, possui garras de 58 a 67 cm de comprimento e envergadura de 1,40 m de uma ponta a outra das asas. Pesa 1 kg (macho) e 1,5 kg (fêmea). O pescoço tem a cor-de-castanha, costas preto-fuliginosas, coberteiras superiores das asas pretas, cauda preta, garganta branca, penacho da cabeça preto. Alimenta-se de diversas espécies de aves, pequenos mamíferos e répteis e se reproduz a cada dois anos.