quinta-feira, 4 de julho de 2019

Desmatamento para produção de commodities persiste no Brasil e no mundo.

Mas, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science, há um tipo de problema ambiental, dos mais sérios, que não está sendo reduzido: o desmatamento causado para liberar espaço para a produção de commodities.

O conceito define os produtos que são praticamente uniformes e têm seus preços regulados pelo mercado internacional – tais como café, sal, açúcar, soja e metais como prata, ouro e ferro.
Em geral, a produção de commodities também é dependente de grandes extensões territoriais.
“Mesmo assim, as commodities em si não devem ser vilanizadas, muito embora sua produção contribua significativamente para a perda das florestas”, disse à BBC News Brasil o analista de dados Philip Curtis, colaborador da organização não governamental The Sustainability Consortium e o principal autor do estudo.
“À medida que a população mundial aumenta, há uma demanda cada vez maior por alimentos para as pessoas e rações para os animais, de modo que nunca devemos perder de vista o que é ganho quando as florestas são substituídas para a produção de commodities.”
O pesquisador verificou que um dos exemplos mais nocivos neste caso é o cultivo para produção de óleo de palma. “Especificamente no Sudeste Asiático”, constata.
“Existem alternativas ao óleo de palma e seus derivados, mas elas podem ser mais caras. As certificações ajudam a reduzir o desmatamento, mas não são a solução completa. Quase sempre a decisão de priorizar a proteção das florestas enfrenta forças econômicas como a necessidade de um negócio para obter lucro e a demanda de pessoas por bens menos caros. Assim, governos, empresas e consumidores devem decidir como equilibrar o desejo por produtos baratos com o desejo de proteger as florestas, se quisermos impedir a perda permanente de terras florestais.”

Mapas do desmatamento

Para chegar aos dados, o analista utilizou mapas atuais que mostram as áreas desmatadas no planeta. Curtis analisou as transformações florestais de 2001 a 2015. Além de demonstrar essas mudanças, o estudo ainda concluiu que todas as florestas que passam por mudanças drásticas, mesmo que estas sejam pontuais, acabam sendo alteradas permanentemente.
As imagens foram extraídas dos registros feitos e armazenados pela plataforma Google Earth, a partir de fotografias de satélite. Essas imagens demonstram que 27% do desmatamento global é causado pelas commodities – e, ao contrário dos outros fatores, este é um número que tem se mantido relativamente constante ao longo dos últimos anos.
No artigo, os cientistas ainda frisam que, independentemente de qualquer conclusão adicional, o estudo “indica que as políticas de desmatamento zero não estão sendo implementadas com rapidez suficiente para atingir as metas”. Curtis lembra que 450 grandes corporações mundiais já se comprometeram a trabalhar com “desmatamento zero” até 2020.
O estudo mapeou todas as razões que levam a alterações ambientais por meio do desmatamento. O mais grave é a alteração de uma paisagem florestal a fim de abrir espaço para a produção de bens ditos commodities, tanto na agricultura como na mineração. Esta intervenção é permanente.
Há outros fatores preocupantes, mas estes de caráter temporário: a agricultura itinerante, a extração madeireira controlada e os fatídicos incêndios florestais.

Outros fatores

Além da produção de commodities, outros são os fatores que causam o desmatamento de florestas. Vinte e seis por cento dos danos atualmente são atribuídos ao manejo comercial florestal, ou seja, a intervenção nessas áreas com o objetivo de obter madeira ou outros benefícios.
Vinte e quatro por centro são por conta da agricultura – no caso, aquela que não é commodity, ou seja, produções menores e geralmente associadas à subsistência ou a suprir demandas de comunidades do entorno.
Incêndios florestais respondem por 23% dos danos e a urbanização, por menos de 1%.

“Eu diria que esta é a principal conclusão do estudo”, afirma Curtis. “Mais de 99% das perdas florestais globais podem ser classificadas nessas quatro causas principais.”
“Por outro lado, descobrimos que 27% da perda florestal dos últimos 15 anos é permanente, devido à produção de commodities”, ressalta. Por permanente, vale dizer que os efeitos na vegetação não são recuperados. A área permanece destruída, não havendo sinais de um reflorestamento natural – ao contrário, por exemplo, das regiões afetadas pelos outros tipos de desmatamento.
Além da revista Science, os dados completos da pesquisa devem ser disponibilizados hoje também no site da The Sustainability Consortium e também no Global Forest Watch.

Brasil

Curtis observou também que houve uma mudança de foco no desmatamento mundial gerado por commodities, muito provavelmente em decorrência dos movimentos econômicos e das crises enfrentadas pelos países. “Esse desmatamento mudou, desacelerando no Brasil e aumentando nos países do Sudeste Asiático”, comenta o pesquisador.
“Nosso estudo não foi projetado para identificar a causa direta do declínio do desmatamento do Brasil, mas acredito que seja resultado de esforços do governo brasileiro e mesmo de ações de empresas e grupos de defesa ambiental”, afirma.
Mas esta melhora na situação brasileira não refletiu em um impacto global, já que a mesma diminuição mapeada no Brasil foi refletida em um aumento no Sudeste Asiático. Na média, o planeta perde cerca de 5 milhões de hectares de florestas por ano.
“No geral, não houve redução nas taxas globais de desmatamento durante o período de estudo. Mas descobrimos que os principais impulsionadores da perda florestal variam amplamente de região para região”, cita ele.
O estudo concluiu que, enquanto nos países mais desenvolvidos e ao norte do planeta as perdas florestais costumam ser atribuídas a incêndios, nas regiões tropicais, dominadas por países subdesenvolvidos, os vilões das florestas são a produção de commodities e a agricultura.
Para Curtis, os compromissos firmados pelos países e pelas corporações para reduzir os danos ambientais são um bom ponto de partida para que o planeta encontre uma equação mais sustentável. “Mas, para que sejam bem-sucedidos, é preciso que esses compromissos sejam cumpridos e acompanhados de financiamentos compatíveis”, afirma ele.
“Um bom programa é aquele que, uma vez devidamente financiado e executado, permita que os próprios cidadãos sejam tomadores de decisão sobre como proteger as florestas e como priorizar a criação de áreas florestais protegidas.”
Ele cita como um bom exemplo o engajamento de empresas privadas no sentido de eliminar práticas que contribuem para o desmatamento e a degradação ambiental.
“Além disso, pode-se investir em áreas agrícolas desbastadas, isto é uma solução viável para diminuir o desmatamento, pois é uma maneira de abrir novas terras para a agricultura produtiva sem a necessidade de desmatar mais florestas”, pontua.
Fonte: BBC 

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Foto mostra pássaro alimentando filhote com bituca de cigarro.

Uma fotógrafa de vida animal capturou uma imagem de um pássaro preto alimentando seu filhote com um filtro de cigarro em uma praia na Flórida, nos Estados Unidos.

O pássaro é da espécie Rynchops niger, conhecido no Brasil como Bico-de-Tesoura ou Talha-mar.
Em um post no Facebook, a fotógrafa Karen Mason disse que encontrou a dupla na praia de St. Pete, perto de Tampa, no mês passado.
Na publicação, ela pediu: “Se você fuma, por favor, não deixe suas bitucas para trás”.
A Royal Society for the Protection of Birds (Sociedade Real para Proteção dos Pássaros), do Reino Unido, descreveu a imagem como “dolorosa”. Também acrescentou que a natureza está lutando para se adaptar ao lixo humano.
Mason também capturou outra foto do filhote carregando o filtro em seu bico. Segundo especialistas, é comum pássaros confundirem filtros de cigarro com alimentos.
“Muitas aves são curiosas sobre o lixo que descartamos casualmente, e, muitas vezes, elas experimentam para descobrir se comida ou não”, disse um porta-voz da entidade britânica à BBC News.
“Infelizmente, o pássaro maior decidiu que o cigarro era algo para alimentar seu filhote”, afirmou.
“A natureza está lutando para se adaptar às coisas que estamos fazendo em nosso planeta; todos os anos, vemos mais animais presos, feridos ou mortos por produtos feitos pelo homem. Estamos até vendo lixo sendo usado como material de nidificação (construção de ninhos por algumas espécies).”
“Infelizmente, para muitas pessoas, o lixo parece inofensivo, na pior das hipóteses faz com que uma área pareça suja. No entanto, imagens comoventes como essa revelam o verdadeiro impacto de jogar lixo em nossa vida selvagem”, diz o porta-voz.
Os filtros de cigarro são geralmente feitos de fibras de plástico (acetato de celulose) e levam anos para se decompor no ambiente.
Eles são o item mais comum de lixo coletado nas praias em todo o mundo, de acordo com movimentos de conservação.
Fonte: BBC

Raposa anda 3,5 mil quilômetros da Noruega ao Canadá em 76 dias.

Uma raposa-do-ártico fez uma viagem épica, andando, pelo gelo, das ilhas Svalbard, na Noruega, até o norte do Canadá. O animal percorreu aproximadamente 3.500 quilômetros em apenas 76 dias, o que impressionou pesquisadores.

Cientistas do Instituto Polar da Noruega instalaram uma coleira com GPS na raposa e a soltaram no fim de março de 2018, em Sermitsiaq, principal ilha do arquipélago norueguês.
Depois de 21 dias e 1.512 quilômetros percorridos no gelo marinho, ela parou na Groenlândia em 16 de abril de 2018. A jornada do animal, uma fêmea que tinha menos de um ano de idade quando começou a ser monitorada, continuou até a ilha Ellesmere, no Canadá, onde chegou em 1º de julho.
O que mais impressionou os pesquisadores nem foi a distância total percorrida, mas a velocidade da raposa. O animal percorreu, em média, 46 quilômetros por dia. Mas, em um só dia, o animal chegou a cobrir 155 quilômetros.
Segundo o jornal britânico Guardian, pesquisadores acreditam que a raposa usou o gelo marinho como “meio de transporte”.
“O gelo marinho desempenha um papel fundamental para raposas das montanhas migrarem entre áreas, encontrarem outras populações e acharem comida”, disse Fuglei, acrescentando que foi a primeira vez que documentaram em detalhes a migração das espécies entre continentes e ecossistemas no Ártico.
Não há registros de que uma raposa tenha ido tão longe e tão rápido.
“Num primeiro momento, a gente não conseguiu acreditar. Pensamos que estava morta, ou que tinha sido levada por um barco. Mas não havia barcos na área. Ficamos impressionados”, disse Eva Fuglei, do Instituto Polar, à NRK, mídia estatal norueguesa.
Eva Fuglei colabora com Arnaud Tarroux, do Instituto Norueguês para a Pesquisa da Natureza, para acompanhar como raposas lidam com as mudanças radicais entre as estações no Ártico.
“Há comida suficiente no verão, mas fica difícil no inverno. É quando raposas-do-ártico, com frequência, migram para outras regiões em busca de comida para sobreviver. Mas essa raposa foi muito além se compararmos com a trajetória de outros animais rastreados anteriormente. Isso mostra a capacidade excepcional dessa pequena criatura”, explicou.
O Instituto Polar produziu um gráfico que indica o percurso e onde a raposa fez duas paradas na Groenlândia, as duas únicas pausas da viagem.
Pesquisadores acham que ela pode ter se entocado por causa do mau tempo, o que é perfeitamente possível com sua pelagem protetora grossa. Outra possibilidade é ter encontrado um “banquete” de aves marinhas em um canal descongelado.
Mas, desde que a raposa chegou ao Canadá, os pesquisadores perderam o rastro do animal. “Nunca saberemos o que a raposinha faz no Canadá, pois seu transmissor parou de funcionar em fevereiro”, informou o Instituto Polar.
A única certeza é de que o animal vai ter de mudar os hábitos alimentares. “As raposas da ilha de Ellesmere vivem principalmente de lêmingues (espécie de roedor), em vez da dieta principalmente marinha de Svalbard”, disse Eva Fuglei.
As raposas-do-ártico são animais incrivelmente resistentes que podem sobreviver a temperaturas de até -50ºC. Os animais têm patas recobertas de pelos até nas solas, orelhas e um focinho curtos que os ajudam a resistir a climas inóspitos.
No inverno, a comida para a raposa é escassa e eles geralmente seguem predadores maiores, como os ursos polares, e se alimentam de restos. Eles vivem em média de três a seis anos na natureza e pesam até 7,5 kg.
Segundo especialistas, com o aquecimento global, as renas de Svalbard podem ser a tábua de salvação das raposas-do-ártico. Os pequenos predadores podem sobreviver de carcaças das renas mortas.
Mas o encolhimento do bloco de gelo polar está causando um impacto na população de raposas do Ártico – elas não podem mais andar para a Islândia, por exemplo, e com o tempo a população de Svalbard pode acabar completamente isolada.
Por isso, segundo o Guardian, a jornada da raposa revela preocupações sobre como o impacto da mudança climática no gelo marinho pode afetar a migração de animais.
“É um exemplo de como o gelo do mar é importante para a vida selvagem no Ártico”, disse o ministro norueguês do Meio Ambiente e Meio Ambiente, Ola Elvestuen, ao jornal Guardian. “O aquecimento no norte é assustadoramente rápido. Precisamos cortar as emissões rapidamente para evitar que o gelo do mar desapareça durante todo o verão”, completou.
Fonte: BBC

terça-feira, 2 de julho de 2019

Incêndio florestal ameaça detonar munições da Segunda Guerra.

Cerca de 400 bombeiros e soldados das Forças Armadas da Alemanha trabalham nesta segunda-feira (01/07) para combater um dos maiores incêndios florestais já registrados no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, no leste do país.

Até o início da tarde, o incêndio já havia afetado 430 hectares de floresta a cerca de 50 quilômetros a sudoeste da cidade de Schwerin. Agora as autoridades temem que as chamas invadam uma antiga área militar onde estão enterradas toneladas de antigas munições, muitas delas da época da Segunda Guerra Mundial.
O secretário do Meio Ambiente de Mecklemburgo, Till Backhaus, afirmou que serviços de emergência estão lutando para conter o incêndio por causa das munições não detonadas no solo. Durante a tarde, as chamas chegaram a aproximadamente 50 metros do terreno onde estão enterradas as munições.
As autoridades estimam que 45 toneladas de explosivos e munições ainda estejam enterradas na área, que abrigou um antigo paiol da Kriegsmarine (marinha de guerra da Alemanha nazista) até 1945.
Veículos especiais e helicópteros do Exército dão apoio aos bombeiros, que estão sendo obrigados a ficar a um quilômetro de distância das chamas perto da antiga área militar por causa do risco de explosões.
Cerca de 650 pessoas de três cidades e 100 crianças que estavam em um acampamento de férias perto das chamas foram retiradas da região pelos bombeiros nesta segunda-feira.
A escala do incêndio levou a fumaça a se deslocar para os estados vizinhos de Brandemburgo, Berlim e Saxônia. As autoridades pediram aos moradores que fechem suas janelas e portas.
O cheiro do incêndio podia ser facilmente sentido na capital alemã, que fica a 200 quilômetros, nesta segunda-feira.  “O cheiro é irritante, mas não perigoso”, escreveu o serviço de bombeiros de Berlim no Twitter.
As autoridades suspeitam que a origem do incêndio é criminosa, e acreditam que ele foi iniciado deliberadamente em três locais diferentes. Os primeiros registros de chamas ocorreram na sexta-feira, mas as autoridades informaram pouco depois que elas haviam sido extintas. No domingo, contudo, a região voltou a ser atingida por um incêndio em outro ponto.
Fonte: Deutsche Welle

Estes corais preferem consumir plástico a alimento.

CIENTISTAS MOSTRAM pela primeira vez que alguns corais selvagens estão se alimentando de minúsculos fragmentos de lixo plástico. E o pior é que esses animais parecem preferir ‘microplásticos’ em vez de alimentos naturais — até mesmo quando o plástico está contaminado com bactérias que podem matá-los.

O novo estudo, publicado no periódico Proceedings of the Royal Society B:Biological Sciences, concentrou-se em espécies de coral de clima temperado coletadas em Rhode Island, aquelas que constroem pequenos nichos do tamanho de um punho humano. Contudo os pesquisadores afirmam que as descobertas sugerem que outros corais de clima tropical, que constroem recifes, também podem estar consumindo — e sendo afetados por — microplásticos, que consistem em fragmentos de lixo plástico de menos de cinco milímetros.
Os novos resultados contribuem para o crescente conceito de que os microplásticos são onipresentes no meio ambiente, eles estão presentes desde cumes de montanhas altas a fossas oceânicas profundas. Já foi constatado que diversos organismos, de peixes a aves, se alimentam de pequenos fragmentos de plástico. E os humanos também, por meio de água e fontes de alimento contaminadas.
Quando Randi Rotjan, bióloga de corais da Universidade de Boston, líder do novo estudo, começou a trabalhar em ecossistemas marinhos, não imaginava que seu enfoque seria o plástico. Ela estava animada para estudar os corais e, como ela mesma diz, para conversar com a natureza.
“Os plásticos não param de interromper a conversa, e é difícil ignorá-los”, conta Rotjan. “Você escolhe o ecossistema, escolhe o organismo, e é muito provável que encontre microplásticos”.

Pior que os alimentos ultraprocessados

Rotjan e seus colegas coletaram quatro colônias da espécie selvagem Astrangia poculata, um pequeno coral que vive no litoral atlântico dos EUA do estado de Massachusetts até o Golfo do México. Eles escolheram esse local de estudo, ao longo da costa de Rhode Island, por estar próximo de um ambiente urbano — Providence fica a cerca de 38 quilômetros dali — que provavelmente teria poluído a água com plástico.
De volta ao laboratório, os pesquisadores abriram cada pólipo do coral e contaram o número de microplásticos. Eles encontraram mais de 100 mil pequenas fibras em cada pólipo. Embora esse seja o primeiro registro de microplásticos em corais selvagens, uma pesquisa anterior já havia mostrado que essa mesma espécie de coral consumia plástico no ambiente laboratorial.
A equipe também realizou experimentos de laboratório. Eles ofereceram aos pólipos do coral criado em laboratório micropartículas azuis-florescentes — fragmentos de plástico que até pouco tempo eram utilizados em sabão, cosméticos e medicamentos — ao mesmo tempo em que ofereceram alimento natural, ovos de artêmia, que também são do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Todos os pólipos que receberam essas opções de alimento ingeriram quase duas vezes mais micropartículas do que ovos de artêmia. Após terem enchido seus estômagos com micropartículas, que não possuem nenhum valor nutricional, eles pararam completamente de comer ovos de artêmia.
“Fiquei chocada com os resultados”, disse a coautora do estudo, Jessica Carilli, cientista do Naval Information Warfare Center Pacific em San Diego, Califórnia. “Eles não ingeriam passivamente as partículas que flutuavam e que estavam ao alcance de seus tentáculos… Infelizmente eles preferiam plástico em vez de alimento de verdade”.
O governo dos EUA proibiu o uso de micropartículas em 2015, mas a proibição apenas entrou em vigor há pouco mais de um ano. Assim como outros tipos de plástico, esses ficarão no meio ambiente ameaçando os corais por séculos.

Vetores de doenças

Em um outro experimento de alimentação, os pesquisadores colocaram micropartículas em água do mar e as cobriram com biofilme — uma fina cama de bactérias. Koty Sharp, microbióloga de corais da Universidade Roger Williams em Rhode Island e coautora do estudo explicou que, no oceano, a maioria dos microplásticos acaba ficando coberta de bactérias. Os pesquisadores impregnaram o biofilme nas micropartículas com bactérias intestinais E. coli, e as tingiram de verde-florescente para facilitar o monitoramento.
Após mais de 48 horas da ingestão das micropartículas, os pólipos as cuspiram. Mas mesmo após isso, a E. coli brilhante persistiu dentro da cavidade digestória do coral. Todos os pólipos do coral que ingeriram as micropartículas impregnadas com E. colimorreram em duas semanas.
“Essa é a parte mais interessante do estudo. Nunca antes se havia observado esse vetor de agentes patogênicos de doenças”, disse Joleah Lamb, ecóloga da Universidade da Califórnia, em Irvine, que não participou do estudo. Lamb pesquisou centenas de recifes de corais, documentando doenças e poluição proveniente de grandes objetos de lixo plástico. Sua pesquisa, publicada no ano passado no periódico Science, revelou que o número de doenças em corais aumentou em 20 vezes após o contato do plástico com os corais.
Embora a E. coli não seja comum no oceano, muitos outros micróbios são, e parecem estar concentrados na superfície dos microplásticos. Movimentando-se pelo oceano em fragmentos do nosso lixo, bactérias novas ou prejudiciais podem ser responsáveis pelas doenças nos corais, de acordo com os pesquisadores.
Outros corais podem não reagir da mesma forma às micropartículas ou às bactérias transportadas por estas; a equipe de Rotjan estudou apenas uma espécie até o momento. Mas afirma que os resultados preliminares são muito preocupantes.
“Estou assustada com os estragos que fizemos em nossos oceanos”, diz Rotjan. “Mas talvez isso faça parte da história que nos motivará a limpá-lo”.
Fonte: Jenny Howard – National Geographic

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Cientistas transferem com sucesso o primeiro embrião de rinoceronte.

Restam poucos rinocerontes brancos do norte. Hoje há apenas dois no mundo, ambos fêmeas. Para salvar a espécie, uma equipe de cientistas internacionais do Instituto Leibniz para Pesquisa em Zootecnia e Vida Selvagem está trabalhando na reprodução dos animais. Usando fertilização in vitro, o grupo agora transferiu com sucesso o seu primeiro embrião.

O sêmen da espécie foi colhido pouco antes da morte do último macho, em março de 2018, e armazenado em nitrogênio líquido. Mas o implante teve de ser feito num rinocerante branco do sul, um sub-espécie bastante próxima, de onde também vieram os óvulos para o experimento. Isso porque as duas fêmeas do norte que continuam vivas, Najin e Fatu, não são mais capazes de gerar filhotes.
No início desta semana, os cientistas anunciaram que a transferência, realizada num zoológico da Polônia, foi bem-sucedida e consideram um marco importante na reprodução e tecnologia de células-tronco para garantir a sobrevivência de espécies.
Os pesquisadores agora esperam colher os óvulos de Najin e Fatu, com os quais pretendem gerar novos embriões — que devem ser fertilizados no útero de um rinoceronte branco do sul, que atuará como barriga de aluguel.
Mas correm contra o relógio biológico dos animais. Os cientistas aguardam autorização do governo queniano, onde os animais vivem, e a documentação adequada para colher óvulos das fêmeas, informa a Associated Press.
A União Internacional para Conservação da Natureza relata que as populações de rinocerontes estão aumentando em toda a África pela primeira vez em décadas, mas o rinoceronte branco do norte (Ceratotherium simum cottoni) quase foi extinto devido à atividade humana.
Fonte: Revista Galileu

Brasil e grandes emissores precisam agir para evitar “apartheid climático”, diz ONU.

Mais de 120 milhões de pessoas sofrerão com uma nova onda de pobreza, deslocamentos e fome que pode acontecer até 2030, em decorrência de ações insuficientes dos governos no combate ao aquecimento global, alertou a ONU em um relatório lançado na última terça-feira (25/06). Países e regiões mais pobres estão mais vulneráveis a este colapso. “As mudanças climáticas ameaçam desfazer o progresso dos últimos 50 anos em desenvolvimento, saúde global e redução da miséria”, observou Philip Alston, autor do estudo e relator especial da ONU em pobreza extrema e direitos humanos.

Alston classifica o provável cenário como “apartheid climático”. Os mais ricos pagariam para escapar do superaquecimento, da fome e de conflitos, enquanto os mais pobres, responsáveis por uma pequena fração das emissões de gases de efeito estufa, não teriam a mesma condição e sofreriam com os impactos do colapso do clima.
Para o relator, muitos países têm ignorado os alertas de cientistas e ambientalistas sobre o aquecimento global e, atualmente, caminham na direção contrária. “No Brasil, o presidente Bolsonaro prometeu abrir a floresta amazônica para a mineração, acabar com a demarcação de terras indígenas e enfraquecer organizações e proteções ambientais”, aponta.
Alston também destacou a China, que planeja se tornar independente de combustíveis fósseis, porém exporta usinas de carvão; e os Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump nomeou lobistas para cargos importantes e atende aos interesses da indústria carvoeira, além de promover retrocessos na legislação ambiental e ignorar a climatologia.
O Acordo de Paris, em 2015, foi o passo histórico mais importante no combate ao aquecimento global, considera Alston. Entretanto, ele observa que as metas atuais limitariam o aumento da temperatura em apenas 3ºC até 2100. As ações, segundo o pesquisador da ONU, deveriam ser triplicadas para limitá-lo em 2ºC e quintuplicadas para mantê-lo em 1,5ºC – o objetivo estabelecido na Convenção das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP-21), na capital francesa.
Na noite da quinta-feira passada (27/06), o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que não negociaria com países que não seguissem os compromissos firmados na COP-21. “Se o Brasil deixar o Acordo de Paris, não poderemos assinar acordos comerciais com eles”, disse o francês em Osaka, Japão, para a reunião da cúpula do G20. Em um encontro informal nesta sexta-feira, Bolsonaro garantiu a Macron que o país continuaria no acordo. À tarde, o Mercosul e a União Europeia anunciaram um acordo de livre-comércio cujas negociações se estendiam por 20 anos.
A negociação sobre o fortalecimento das metas deve acontecer em dezembro deste ano, durante a COP-25 em Santiago, no Chile. Professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), Paulo Artaxo acredita que haverá resistência dos países produtores de petróleo, dos Estados Unidos, do Brasil e de outros governos de extrema direta.
“Para atingir a meta de 1,5ºC, o IPCC prevê que a partir de 2020 as concentrações de gases de efeito estufa têm que cair 5% ao ano, até serem zeradas em 2050”, observa Artaxo. “Isso requer uma mudança radical em todo o processo de produção e consumo de energia e é uma questão de políticas públicas. Mas o IPCC deixa claro: do ponto de vista da ciência, ou é isso, ou teremos um clima extremamente menos amigável do que hoje para as nossas próprias atividades econômicas.”

Esforços insuficientes 

Em 19 de junho, o Climate Action Tracker (CAT), uma análise climática produzida por três institutos de pesquisa independentes, divulgou seu relatório semestral sobre as ações dos países de acordo com os compromissos do Acordo de Paris. O anúncio aconteceu na reunião preparatória da ONU em Bonn, na Alemanha, que durou duas semanas e terminou na última quinta-feira (27/06).
O CAT monitora 32 países que representam 80% das emissões globais de gases de efeito estufaO consórcio independente identificou que apenas o Marrocos e a Gâmbia possuem compromissos que manteriam o aumento da temperatura média global abaixo de 1,5ºC. Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, Turquia e Ucrânia apresentam metas “criticamente insuficientes”, que levariam o mundo a um aquecimento superior a 4ºCO Brasil, por sua vez, demonstra propostas “insuficientes”, que correspondem a elevação da temperatura entre 2ºC e 3ºC.
“Com as atuais políticas implementadas [no Brasil], as emissões em grande parte dos setores devem continuar e aumentar até 2030, e o marcante progresso na mitigação das emissões de desmatamento observada na última década foi interrompido”, analisou o consórcio. “Bolsonaro e seus ministros têm expressado publicamente oposição às políticas climáticas existentes no Brasil e têm proposto legislações que enfraquecem as estruturas institucional e legal do combate ao desmatamento e outros crimes ambientais, assim como reformas que fragilizam substancialmente a participação da sociedade civil, incluindo grupos ambientalistas, na tomada de decisões e no monitoramento da implementação de políticas.”
O documento do CAT também destaca a nomeação do chanceler Ernesto Araújo – que considera o aquecimento global uma conspiração marxista – ao Ministério das Relações Exteriores, assim como o corte de 95% no orçamento para políticas climáticas no Ministério do Meio Ambiente. O consórcio sugere ainda que o país fortaleça a legislação florestal e incorpore à agenda nacional planos de baixo carbono que já existem para a agricultura, mineração, indústrias siderúrgica e manufatureira e setores energético e de transportes.
“O maior desafio ao desenvolvimento de qualquer nação no século 21 diz respeito aos inúmeros aspectos que já afetam a qualidade de vida das pessoas – segurança alimentar, hídrica, energética, mobilidade urbana, qualidade de vida nas cidades”, pontua Carlos Rittl, secretário-executivo Observatório do Clima. “Há também impactos sobre a saúde, seja pela variação de temperatura, da precipitação, de umidade, da disseminação de vetores ou doenças provocadas por excesso ou falta de chuva, ou como consequência de eventos extremos que têm, infelizmente, provocado dezenas de mortes esse ano no Brasil.”
Rittl participou da mesa do CAT durante a conferência da ONU na Alemanha. Para o ambientalista, a agenda do clima é uma questão estratégica e precisa ser encarada como de Estado, e não de governo. “Em cinco anos, o sistema global terá incorporado a precificação do carbono”, avalia Rittl. “É muito clara a migração de investimentos em energias sujas para as limpas, apesar do lobby da indústria de combustíveis fósseis e do ruralismo arcaico. Estamos falando de eficiência econômica e competitividade.”
O Brasil é o 13º maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, conforme o Global Carbon Atlas. Em Paris, o país estabeleceu como objetivos zerar o desmatamento ilegal, restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 e fortalecer o manejo sustentável da vegetação nativa. A posição tropical confere ao Brasil um papel importante no sequestro CO2 da atmosfera, principal finalidade dos compromissos nacionalmente determinados, explica Artaxo. “A questão é que não vemos nenhum esforço sobre como isso será feito e viabilizado.”
Antes mesmo do Acordo de Paris, o governo brasileiro instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima em 2009, como compromisso voluntário aos esforços globais de redução das emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020. Também estabeleceu como meta limitar o desmatamento anual na Amazônia em 3.925 km² até o ano que vem. De 2005 a 2012, a redução da supressão vegetal contribuiu para queda de 41,1% nas emissões brasileiras. Contudo, o cenário mudou de direção quando o Código Florestal foi modificado em 2012. O desmatamento ilegal voltou a aumentar e alcançou 7.900 km² de agosto de 2017 a julho de 2018, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Agora não temos uma implementação adequada das políticas”, analisa Rittl. Para ele, isso afasta o Brasil de cumprir com as metas voluntárias e os compromissos do Acordo de Paris. “Quando modificado em 2012, o Código Florestal forneceu anistia para quem havia desmatado antes de 2008 e tirou a necessidade de recomposição de áreas suprimidas ilegalmente. Isso, atrelado a muitos sinais contraditórios dados pelos governos Dilma, Temer e, principalmente, Bolsonaro, incentiva a expansão da agropecuária a qualquer custo.”

Impactos atuais

Para Artaxo, o Brasil é uma das nações mais vulneráveis às mudanças climáticas por se situar entre os trópicos e possuir um extenso litoral. O Nordeste, semiárido, corre risco de se tornar uma região completamente árida daqui 30 a 40 anos, ele explica. Cidades costeiras, como Santos, Recife e Salvador, podem sofrer com a elevação do nível do mar, em decorrência do derretimento das geleiras. Mas há efeitos que já são sentidos no país.
Uma das faces mais visíveis das mudanças climáticas é o aumento da frequência de eventos extremos, como fortes chuvas e estiagens prolongadas, analisa Artaxo. “Neste ano, só a cidade do Rio de Janeiro teve quatro gigantescas inundações, em dias com mais de 100 mm de chuva e prejuízos socioeconômicos enormes para a população mais vulnerável, além de custar vidas. As inundações ocorrem na maior parte dos grandes centros urbanos, como também é o caso de São Paulo.” Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1.726 (31%) municípios enfrentaram enchentes de 2013 a 2017. Já 2.706 (48,6%) cidades sofreram com secas severas.
“Precisamos de políticas públicas para esclarecer a população sobre os riscos que temos hoje com as mudanças climáticas”, acredita Artaxo. “Na região central do Nordeste que se tornará árida, por exemplo, as pessoas terão que ser deslocadas para outros lugares. Se o governo não agir, esse processo vai ocorrer de maneira desordenada.”
Em 30 de maio, Artaxo participou de uma audiência sobre mudanças climáticas no Congresso Nacional, promovida pelas comissões de Relações Exteriores e de Meio Ambiente do Senado Federal. Para o professor da USP, um papel fundamental da ciência e da academia é fornecer as informações aos políticos que, como tomadores de decisão, tem o dever de implementar medidas mitigatórias.
Artaxo acredita que apenas uma fração pequena de deputados e senadores ainda tem alguma conexão com as necessidades da sociedade brasileira hoje, enquanto “vemos um Judiciário completamente descolado da população e um Executivo absolutamente atrelado aos interesses do grande capital, da indústria, dos latifundiários e dos ruralistas”.
O Brasil propôs o mecanismo de desenvolvimento limpo na década de 1990, organizou a Rio+20, esteve à frente no Protocolo de Nagoia, em 2010. Na COP de 2015, apresentou as metas mais ambiciosas para 2030, entre os países em desenvolvimento com maiores padrões de emissões, avalia o climatologista Carlos Nobre, que também integrou o debate no Senado e atualmente é pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP. “Em seis meses, o país abriu mão, espontaneamente, de uma das pouquíssimas áreas em que tinha protagonismo internacional. É jogar no lixo um enorme status que o país adquiriu em décadas como grande líder de todas as negociações sobre mudanças climáticas.”

Encontros pelo clima

Ainda em novembro de 2018, Bolsonaro anunciou a desistência do Brasil em sediar a COP-25. Na época, o presidente eleito também planejava transformar o Ministério do Meio Ambiente (MMA) em uma secretaria da pasta da Agricultura, além de cogitar sair do Acordo de Paris. Mesmo com 174 países e a União Europeia como signatários, Bolsonaro acredita que o acordo é uma ameaça à soberania nacional.
Já em 13 de maio, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou o cancelamento de Salvador (BA) como sede da Semana do Clima da América Latina e do Caribe. Primeiro, alegou em entrevista ao O Globo que não fazia sentido receber o evento uma vez que o país não sediaria mais a COP-25. No dia seguinte, Salles ironizou o encontro ao blog da jornalista Andréia Sadi, no G1: “Vou fazer uma reunião para a turma ter oportunidade de fazer turismo em Salvador? Comer acarajé?”
O prefeito da capital baiana, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), e outros 400 da Frente Nacional de Prefeitos (FNP)repudiaram a decisão e manifestaram-se favoráveis ao evento. “Os governos locais e regionais desempenham papel crucial nos esforços nacionais e globais pela redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), na manutenção do aumento das temperaturas abaixo dos 2ºC e na adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. Por isso, a FNP entende a importância de receber um evento como esse na primeira capital do país e solicita que o governo federal apoie, perante a ONU, sua realização em Salvador, mesmo que sem disponibilizar recursos financeiros”, dizia a nota oficial publicada em 16 de maio. No dia 19, Salles voltou atrás e confirmou a participação federal na conferência em Salvador. A Semana do Clima acontecerá de 19 a 23 de agosto.
“Todas as políticas públicas a nível global são discutidas e aprimoradas em reuniões da ONU. É o único órgão internacional com mandato para organizar o desenvolvimento do planeta como um todo, inclusive na questão ambiental”, explica Artaxo. O professor destaca que a ONU estruturou os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, além de patrocinar as convenções do clima e os estudos do IPCC.
Carlos Nobre observa que grande parte das COPs envolve o progresso incremental das políticas climáticas, como a do Chile, enquanto outras são disruptivas, a exemplo de Paris. “A cada COP avança-se um pouco no marco legal, dirimem-se dúvidas”, observa. Além de avaliar o andamento dos compromissos assumidos na COP-21 e renegociar metas mais ambiciosas, o cientista ressalta a importância da implementação do Green Climate Fund. “Para 2020, havia a promessa de 100 bilhões de dólares por ano, mas os Estados Unidos puxaram o tapete. O dinheiro é fundamental para preparar os países em desenvolvimento e, principalmente, os mais pobres, para seguirem uma matriz de desenvolvimento de baixa emissão, além da adaptação dos países mais vulneráveis.”
A Semana do Clima, por sua vez, integra uma agenda complementar às COPs, que “busca demonstrar que há soluções ganhando tração, mercado e escala no mundo, seja nas políticas públicas, na inovação tecnológica, negócios, na produção do conhecimento”, acrescenta Rittl. “Os encontros permitem que estados e municípios do mundo que investem nas próprias políticas climáticas demonstrem o desenvolvimento de renováveis, do melhor uso do solo, da adaptação ao clima, da gestão de resíduos, da inovação tecnológica. São mais voltados para as soluções.”
Fonte: Kevin Damasio – National Geographic