quinta-feira, 21 de junho de 2018

Aumento dos casos de filhotes de peixes-bois presos em malhadeiras preocupa o Inpa

De acordo com o veterinário Anselmo D’Affonsca, o estado geral dos animais é bom, mas por serem muito pequenos inspira cuidados. “Antigamente a gente recebia quase 80% dos filhotes em péssimas condições, hoje é o contrário”, contou.
A instituição está planejando uma campanha de sensibilização para orientar pescadores e comunitários a como proceder no caso de captura acidental de filhotes de peixes-bois em redes de pesca, a mais comum é a malhadeira. Se o filhote ficar preso na malhadeira e aparentemente está em bom estado de saúde, ainda que com pequenos arranhões e cortes superficiais, a orientação é soltá-lo imediatamente porque a mãe pode estar próxima, mesmo que a pessoa não a veja. O animal possui “ótima cicatrização”.

“Essa é uma espécie que tem um cuidado parental forte e dificilmente a mãe abandona. Muitas vezes, o filhote cai na malhadeira colocada no capinzal e nas bordas do igapó, mas a mãe pode estar perto”, explicou a chefe do Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Inpa, a pesquisadora Vera Silva. “Se a mãe estiver por ali, ela vai chamar o filhote e ele vai na direção da mãe. Porém, se tirar o filhote do local, a mãe não vai mais ouvir e vai embora”. De acordo com o veterinário Anselmo D’Affonseca, o resgate para transportar o animal para o Inpa é indicado nos casos em que o filhote de peixe-boi está muito magro, com ferimentos graves e cortes profundos. “Ou ainda filhotes que aparentam estar com problemas, como ficar boiando ou virar de barriga para cima”, orientou.
Os resgates são feitos pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). O estado geral dos três animais que chegaram nos últimos 15 dias ao Inpa é bom, mas inspira cuidados. Eles são os primeiros filhotes resgatados este ano e vieram de Urucará, Itacoatiara e Tefé. O Inpa está aguardando chegar outro animal de Itacoatiara e um quinto filhote que viria do Careiro da Várzea, na última sexta-feira, caiu na água e sumiu, após o banzeiro alagar a canoa que em que estava sendo transportado.
Conforme o veterinário, a espécie mama até os dois anos e a chance do filhote que fugiu sobreviver sozinho na natureza é mínima, caso não encontre a mãe. “Nos tanques do Inpa já houve caso de uma fêmea que perdeu o bebê adotar um filhote”, conta D’Affonseca. “Também existe a possibilidade de em alguns dias esse mesmo filhote ser encontrado por ribeirinhos”, completou.
No Instituto, os filhotes ficam até os dois anos no berçário do Parque Aquático Robin C. Best, Bosque da Ciência, onde recebem mamadeira com fórmula artificial desenvolvida pela Inpa, depois são desmamados e vão para o tanque maior, onde permanecem de dois a três anos até entrarem no Programa de Reintrodução de Peixes-Bois.
Reabilitação
Atualmente, há 56 peixes-bois nos tanques de Manaus (área de cativeiro), 18 deles filhotes. Na fazenda de Manacapuru (município a 68 quilômetros de Manaus) estão outros 13 animais que passam pelo processo de preparação (semicativeiro) antes da soltura definitiva na natureza. Há mais de 40 anos o Inpa trabalha com a reabilitação e pesquisas com esses animais.
Conforme D’Affonseca, a reprodução do peixe-boi está associada ao ciclo hidrológica da Amazônia. O pico dos nascimentos ocorre de fevereiro a maio quando as águas já subiram e há uma farta oferta de alimento para as fêmeas que estarão em período final de gestação ou amamentando, o que exige alta demanda energética. “Mês de junho não é comum recebermos filhotes. Isso acontece nos meses anteriores, e ainda estamos tentando entender o que houve para recebermos essa ‘chuva de filhotes’ agora”, contou. Herbívoros, na natureza os peixes-bois se alimentam de plantas aquáticas como capim membeca, capim-navalha e mureru. No cativeiro, o cardápio é complementado com vegetais como abóbora, cenoura, feijão de metro e couve.
Mamífero aquático mais caçado do país, o peixe-boi enfrenta ainda outras ameaças como a destruição e degradação ambiental. A caça do animal é proibida desde 1967, porém a carne ainda é muito apreciada na região, exigindo um intenso trabalho de sensibilização ambiental e de fiscalização.
Saiba mais
A reprodução do peixe-boi começa tarde, por volta dos dez anos de idade, com a gestação levando 12 meses. A fêmea dá a luz a apenas um filhote a cada três anos e amamenta o filhote por dois anos. Parente do elefante, o peixe-boi adulto pode medir até três metros de comprimento e chegar a quase meia tonelada. Na natureza, o peixe-boi pode viver até 60 anos. No cativeiro do Inpa tem animal com mais de 40 anos.
Fonte:  Inpa

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Cultivo ilegal em área de preservação ambiental é destruído na Mata Norte

operação durou três dias e foi realizada em conjunto com a Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma) e a Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), além da equipe de Meio Ambiente da Prefeitura de Timbaúba. O monitoramento alertou que havia ocupações irregulares nos locais. Na ação, não foram localizados os responsáveis pela plantação. Os autos de infração ainda estão sendo fechados.

Ainda durante a operação, foram apreendidos mais de 20 metros de lenha irregular para uso em fogueiras juninas e 30 pássaros de diversas espécies, como galo de campina, guriatã, trinca-ferro e canário. A lenha foi levada para a Prefeitura de Timbaúba, e as aves foram encaminhadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), no bairro da Guabiraba, no Recife, onde serão reabilitados e depois devolvidos à natureza.
Segundo a CPRH, a Mata do Engenho Água Azul é classificado como Refúgio de Vida Silvestre (RVS) e é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral criada pelo Governo do Estado em 2016. Ela abrange partes dos territórios de Timbaúba, Vicência e Macaparana, na Mata Norte, e é área remanescente da Mata Atlântica em Pernambuco. Ainda de acordo com a CPRH, o monitoramento na região sera reforçado.
Fonte: Portal FolhaPE

terça-feira, 19 de junho de 2018

Registrada erupção de vulcão La Cumbre em ilha desabitada de Galápagos.

Situado em uma ilha desabitada do arquipélago de Galápagos, o vulcão La Cumbre entrou em erupção neste sábado (16), mas sua atividade não implica um "impacto significativo" na biodiversidade - informou o diretor do Parque Nacional Galápagos, Jorge Carrión.
Por volta das 9h do Equador continental (11h em Brasília), "começou uma sequência de sismos muito próximos e, depois, a erupção" do vulcão, situado na ilha Fernandina, afirmou Carrión.
De acordo com um boletim do Instituto Geofísico, foram registrados nove sismos entre 2,5 e 4,1 graus de magnitude em Fernandina, a ilha mais jovem de Galápagos, habitada por iguanas terrestres e marinhas, roedores endêmicos, cobras, pinguins e tentilhões.
"Há algumas espécies que poderiam ser afetadas. Mas, com o fluxo (de lava) em uma única direção, em um único flanco da ilha, os possíveis efeitos não terão impacto significativo sobre a biodiversidade", acrescentou Carrión.
Até o momento, vê-se uma coluna de fumaça sobre a cratera do vulcão La Cumbre e um fluxo de lava que desce pelo flanco norte. O vulcão, de 1.476 metros de altitude, ocupa quase toda ilha, que tem uma superfície de 642 km2.
O diretor do Parque Nacional Galápagos (PNG) indicou que não está prevista a retirada de animais da ilha.
A última erupção do vulcão La Cumbre foi em 4 de setembro de 2017.
O arquipélago de Galápagos serviu de laboratório para o naturalista inglês Charles Darwin para desenvolver a teoria sobre a evolução das espécies.
Galápagos é parte da reserva da biosfera do planeta e um dos ecossistemas mais frágeis com flora e fauna únicas no mundo.
* AFP

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Canudos de plástico começam a dar lugar a versões menos prejudiciais ao meio ambiente

Apenas 14% de todo plástico produzido no mundo é coletado e reciclado. E, com o seu descarte inadequado, quem mais sofre é o ambiente marinho. Tudo porque, quando o plástico cai nos oceanos, ele se fragmenta em pequenas partículas plásticas, que acabam participando da cadeia alimentar dos animais. Uma estimativa da ONU, reproduzida pela WWF-Brasil, ONG dedicada à conservação da natureza, aponta que, até 2050 vai haver mais plástico do que peixes nos oceanos.
“Estamos já chegando ao ponto de que consumimos nosso próprio lixo através dos animais marinhos, que acabam se alimentando do plástico. Infelizmente, no Brasil, para que isso cause impacto no dia a dia das pessoas é necessário uma lei”, destacou Anna Carolina Lobo, coordenadora do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil. No texto aprovado na Câmara de Vereadores do Rio no dia 8 de junho, que tramitava desde 2015, está prevista multa de R$ 3 mil aos comércios que descumprirem a lei.
Para dar aquele empurrãozinho nos consumidores, a farmacêutica Helen Rodrigues, 34 anos, fundou há um ano a carioca Mentah, que produz canudos de vidro. Nos últimos dois meses, ela intensificou a produção devido ao aumento da procura pelo produto. “No site, o estoque esgota rapidamente e, agora, por conta dessa repercussão da lei, muitos restaurantes estão nos procurando”, comemorou Helen, que destaca ainda uma conquista muito maior. “Quis criar algo que ajudasse o meio ambiente e o canudo de vidro é perfeito, pois é higiênico e feito de material que resiste a qualquer temperatura”.
Além do vidro, o bambu também é utilizado para confecção dos canudos. A venda é feita sempre com uma escovinha para higienização.
Zona Sul já experimenta canudos inox
Restaurantes e bares de vários bairros da Zona Sul já experimentam o canudo de aço inox. Tudo porque a ONG Bota pra Girar passou a distribuir os produtos para incentivar a retirada do plástico. O grupo, inclusive, realiza uma série de ações de limpeza das praias. No dia 9 eles reuniram 60 pessoas em Ipanema para recolher o lixo das areias.
Em 2h30, foram retirados 1.213 canudos, 2.757 bitucas de cigarro, 297 tampas plásticas e 189 hastes de plásticos de cotonetes.
Uma outra ONG, a Meu Rio, também faz a diferença quando o assunto é retirar o plástico de circulação. Foram eles que pressionaram os vereadores a votarem em regime de urgência o projeto de lei sobre os canudos. “Agora, nossa meta é incentivar um projeto de lei sobre a retirada dos copos descartáveis”, destacou João Mauro, coordenador de mobilização da ONG.
Fonte: O Dia

domingo, 17 de junho de 2018

Aumento da captura de filhotes de peixes-bois preocupa pesquisadores do Inpa


sábado, 16 de junho de 2018

Árvore coberta por teias de lagartas surpreende na Inglaterra.

Direito de imagemRICH SUTCLIFFE
Policial afirmou que árvore foi uma das coisas mais estranhas que já testemunhou durante a carreira
Era para ser apenas mais um passeio comum às margens do rio Wharfe, no condado de North Yorkshire, na Inglaterra, mas a natureza revelou ao policial Rich Sutcliffe uma de suas faces esquisitas.
Um árvore, toda coberta por teias brancas, estava tão infestada por lagartas que, para Sutcliffe, “parecia estar se mexendo”.
“Eu já vi algumas coisas misteriosas, mas isso me surpreendeu hoje”, escreveu o policial no Twitter.
Ele afirmou nunca ter visto nada do tipo em 45 anos vivendo na região.
“As lagartas estavam literalmente cobrindo todos os galhos e o tronco da árvore”.
                                                                         Direito de imagemRICH SUTCLIFFE
Segundo a organização Butterfly Conservation, teias podem esconder centenas e até milhares de lagartas
O fenômeno é causado por pequenas lagartas do tipo das traças, que se abrigam sob as teias para se alimentar e se proteger de pássaros e vespas – até deixarem de ser lagartas para virarem mariposas.
O professor David Chesmore, da União de Ciência Natural de Yorkshire, diz que estes insetos vivem em ninhos feitos de seda, mas que podem se expandir de tal forma a cobrir árvores. Já houve relatos de até mesmo carros serem cobertos por elas.
Segundo a organização pela conservação da biodiversidade Butterfly Conservation, as teias podem abrigar centenas e até milhares de lagartas.
Elas podem chegar a cobrir também objetos próximos, como cercas e bicicletas.
No Hemisfério Norte, as teias e suas “moradoras” costumam durar de maio a junho.
Fonte: BBC

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Alagoas tem cerca de 60% dos municípios com risco de desertificação, diz estudo ambiental.

Desertificação pode atingir mais da metade dos municípios de Alagoas (Foto: Reprodução)

Cerca de 60% dos municípios de Alagoas são suscetíveis à desertificação. A informação foi apresentada nesta quinta-feira (14) durante um seminário em combate à desertificação que aconteceu no Centro Universitário Tiradentes (Unit), em Maceió.
Um estudo feito pelo geógrafo Esdras Andrade mostrou que os municípios de Monteirópolis, Palestina, São José da Tapera, Jacaré dos Homens, Pão de Açúcar, Batalha, Belo Monte e Jaramataia são os mais propícios a sofrer com esse problema.
Os fatores considerados nesse estudo foram o climático, e a capacidade de absorção do solo e manutenção da vegetação. A desertificação é um desequilibrio ambiental muito grave que pode até mesmo deixar o solo infértil.
Munícipios alagoanos que apresentam riscos de sofrer com desertificação (Foto: Reprodução)
Andrade disse ao G1 que Alagoas não tem nenhum muncípio desertificado atualmente, mas as cidades de Maravilha, Ouro Branco e Mata Grande estão em fase de arenização, que é um processo que acontece antes de o local se tornar desertificado.
“A desertificação é a esterilidade do solo. É ele não ter vida para poder sustentar uma vegetação e nem os microorganismos que sobrevivem dele. O processo de arenização acontece quando o solo perde argila e silte, e resta só a areia”, disse.
Em 2015, diversos agricultores foram obrigados a substituir a lavoura pela criação de animais por conta do fenômeno da desertificação, que também vem afetando o Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
Estratégias
Para combater a desertificação nessas áreas, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh), em parceria com o Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), vai iniciar o plantio de cerca de 250 mil mudas para combater o desmatamento.
A ação faz parte de um planejamento do estado para evitar que as áreas desenvolvam problemas de desertificação.
“A nossa ideia é que essas áreas tenham uma ação preventiva. Pra evitar que ocorra a migração do homem do campo para a cidade, para evitar problemas sociais. Ninguém quer sair da suas raízes ou ser expulso porque a terra se tornou totalmente improdutiva”, disse o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Enio Pimenta.
De acordo com o secretário-executivo da Semarh, Edilson Ramos, o plano de ação estadual busca levar capacitação às pessoas dessas regiões, além de oferecer ajuda através de associações municipais.
“Temos diversas ações sendo executadas com o plano estadual. Temos mais de 35 mil famílias com acesso à água, através de cisternas. Tudo isso é importante para que a gente consiga obter esses resultados que tanto sonhamos, construímos e queremos realizar”, disse o secretário.
Fonte: G1