Canudos de plástico começam a dar lugar a versões menos prejudiciais ao meio ambiente
Apenas 14% de todo plástico produzido no mundo é coletado e reciclado. E, com o seu descarte inadequado, quem mais sofre é o ambiente marinho. Tudo porque, quando o plástico cai nos oceanos, ele se fragmenta em pequenas partículas plásticas, que acabam participando da cadeia alimentar dos animais. Uma estimativa da ONU, reproduzida pela WWF-Brasil, ONG dedicada à conservação da natureza, aponta que, até 2050 vai haver mais plástico do que peixes nos oceanos.
“Estamos já chegando ao ponto de que consumimos nosso próprio lixo através dos animais marinhos, que acabam se alimentando do plástico. Infelizmente, no Brasil, para que isso cause impacto no dia a dia das pessoas é necessário uma lei”, destacou Anna Carolina Lobo, coordenadora do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil. No texto aprovado na Câmara de Vereadores do Rio no dia 8 de junho, que tramitava desde 2015, está prevista multa de R$ 3 mil aos comércios que descumprirem a lei.
Para dar aquele empurrãozinho nos consumidores, a farmacêutica Helen Rodrigues, 34 anos, fundou há um ano a carioca Mentah, que produz canudos de vidro. Nos últimos dois meses, ela intensificou a produção devido ao aumento da procura pelo produto. “No site, o estoque esgota rapidamente e, agora, por conta dessa repercussão da lei, muitos restaurantes estão nos procurando”, comemorou Helen, que destaca ainda uma conquista muito maior. “Quis criar algo que ajudasse o meio ambiente e o canudo de vidro é perfeito, pois é higiênico e feito de material que resiste a qualquer temperatura”.
Além do vidro, o bambu também é utilizado para confecção dos canudos. A venda é feita sempre com uma escovinha para higienização.
Zona Sul já experimenta canudos inox
Restaurantes e bares de vários bairros da Zona Sul já experimentam o canudo de aço inox. Tudo porque a ONG Bota pra Girar passou a distribuir os produtos para incentivar a retirada do plástico. O grupo, inclusive, realiza uma série de ações de limpeza das praias. No dia 9 eles reuniram 60 pessoas em Ipanema para recolher o lixo das areias.
Em 2h30, foram retirados 1.213 canudos, 2.757 bitucas de cigarro, 297 tampas plásticas e 189 hastes de plásticos de cotonetes.
Uma outra ONG, a Meu Rio, também faz a diferença quando o assunto é retirar o plástico de circulação. Foram eles que pressionaram os vereadores a votarem em regime de urgência o projeto de lei sobre os canudos. “Agora, nossa meta é incentivar um projeto de lei sobre a retirada dos copos descartáveis”, destacou João Mauro, coordenador de mobilização da ONG.
Fonte: O Dia
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