Os sapos menores que uma moeda e típicos do Brasil – e que ainda estão sendo descobertos.
Direito de imagemFELIPE ANDRADE
Nova espécie, recém-descoberta na Chapada Diamantina, cabe dentro de uma moeda de R$ 1
De sua mais recente expedição a campo, em Andaraí (BA), na Chapada Diamantina, em novembro de 2016, o pesquisador Felipe Andrade regressou a seu laboratório na Unicamp (SP) com a 23ª espécie documentada de microssapinhos tipicamente sul-americanos – que proliferam sobretudo no Brasil e que ainda não são plenamente conhecidos dos cientistas.
A nova espécie é descrita pela primeira vez em artigo prestes a ser publicado no periódico científico Zootaxa, e Andrade descobriu que ela se difere das demais de seu gênero por ter pernas mais curtas, uma quantidade diferente de pares de cromossomos, um canto de notas mais rápidas e um tamanho ainda mais diminuto do que muitas de suas “colegas”: os machos têm entre 12,8 mm e 14,8 mm, ou seja, são menores do que uma moeda de R$ 1.Algumas espécies chegam a ter tamanho inferior a uma unha do dedo mindinho humano.
As pseudopaludicolas – como é chamado esse gênero de sapos minúsculos – despertaram nos últimos anos a atenção de pequenos grupos de cientistas por serem uma fauna tipicamente brasileira parcialmente inexplorada: é possível que existam pelo menos dez espécies ainda não documentadas, esperando para serem descobertas.
“Só nos últimos oito anos, foram encontradas 12 novas espécies, o que é muito surpreendente”, diz Andrade, que já prepara, em sua tese de doutorado, a descrição de mais duas espécies e analisa os dados de uma terceira, para confirmar se ela é, de fato, nova.
Isso se deve tanto ao maior interesse dos cientistas quanto aos avanços tecnológicos na análise.
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