A Serra do
Japi é uma cadeia montanhosa localizada no sudeste do estado de São Paulo com
354 km² de área, cujo ponto culminante atinge 1.250 metros de altitude, faz
divisa com quatro municípios: Jundiaí, Pirapora do Bom Jesus, Cajamar e
Cabreúva. A região é um raro remanescente da Mata Atlântica. Sua biodiversidade,
que apresenta um grande número de espécies, está diretamente relacionada a sua
localização, região ecotonal, ou seja, uma região de encontro de dois tipos de
florestas: a Mata Atlântica característica da Serra do Mar e a Mata Atlântica do
interior paulista.
Além de ser a maior reserva de água da região, a Serra do Japi
também tem potencial hídrico para abastecer Jundiaí no futuro. É o que revela
reportagem publicada no boletim 5, da ONG
Coati (Centro de Orientação Ambiental Terra Integrada). Para
isso ocorrer, os especialistas e mesmo a ONG apontam a necessidade da criação de
um reservatório de água na Serra do Japi. Como a oferta de água para a população
de Jundiaí não é abundante, será necessário recorrer ao Rio Caxambu, segundo
Domênico Tremaroli, gerente regional da Companhia de Tecnologia e saneamento
Ambiental (CETESB) e presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente
(Condema).
Localizada na área de conservação da Ermida, na Serra do Japi, a
bacia do ribeirão Caxambu tem capacidade para aumentar de 7% para 30% o
abastecimento de Jundiaí. Atualmente, dois afluentes abastecem a cidade: Padre
Simplício, na região do Eloy Chaves e Moisés, no bairro da Malota. Há um projeto
para construção de barragem e represa das águas do ribeirão Caxambu. As águas da
Serra do Japi são a única fonte de Cabreúva e Itupeva e também abastecem
Indaiatuba, Itu e Salto. Além dos 7% que vêm da Serra do Japi, o restante do
abastecimento de Jundiaí é feito pelas águas do Jundiaí-Mirim.
Em 1992 a Serra do Japi, que em tupi-guarani significa
‘Nascente de Rios’, foi tombada pela Unesco como uma das reservas mundiais da
biosfera e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,
Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, diversas são as leis que procuram
preservá-la, a mais importante delas é a Lei Municipal 417, de 2004, que criou
as zonas de preservação, restauração e recuperação ambiental, em volta da
reserva biológica. No entanto ainda convive com o riscos e problemas da
urbanização ao seu redor e para combater crimes ambientais e evitar ao máximo os
problemas na Serra do Japi, Jundiaí criou um posto avançado da Guarda Municipal,
que vigia e tenta preservar a serra, 24 por dia. É a única cidade que mantém um
grupamento especial na serra.
A Serra do Japi é motivo de orgulho e satisfação para quem
convive com seu encanto, da beleza desse gigante, apelidado por naturalistas de ‘Castelo de
Águas’.
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