quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Insetos estão desaparecendo rapidamente do planeta, diz estudo.

Os insetos são os animais mais abundantes no planeta Terra, com cerca de 30 milhões de espécies existentes. Eles têm papel fundamental nas cadeias alimentares e nos ecossistemas. E uma nova pesquisa traz um dado alarmante: eles estão desaparecendo rapidamente em algumas partes do mundo.

A biomassa – peso estimado de todos os insetos na Terra – está caindo em aproximadamente 2,5% por ano. “O ritmo das atuais extinções de insetos supera a dos vertebrados”, escreveram cientistas na em uma revisão de artigos publicados nos últimos 40 anos sobre o declínio populacional de insetos. O resultado foi divulgado no periódico Biological Conservation.
De acordo com o relatório, até 40% de todas as espécies podem estar ameaçadas nas próximas décadas. E cerca de 41% registraram declínios populacionais nos últimos dez anos. A maioria dos dados foi obtida a partir de estudos realizados na Europa e na América do Norte. No entanto, muitas espécies de insetos vivem nos trópicos – onde outras ainda estão sendo descobertas, e não há registros suficientes para pesquisas.
Vida de inseto
Segundo o estudo, borboletas e mariposas da ordem Lepidoptera, são algumas das mais atingidas: 53% tiveram números populacionais em declínio. Isso é preocupante, pois as borboletas, que são muito sensíveis às mudanças na paisagem e nas fontes de alimentação, indicam como está a saúde do meio ambiente.
Cerca de 50% das espécies de Orthoptera (gafanhotos e grilos, alimentos para uma enorme variedade de animais) também estão em declínio. Além disso, 40% das espécies de abelhas são listadas como vulneráveis ​​à extinção, assim como a maioria das espécies de escaravelhos.
O que também é preocupante é que as perdas parecem impactar insetos “especialistas”, que ocupam um pequeno nicho em um ecossistema, e “generalistas”, que são mais adaptáveis e podem mudar facilmente de ambientes e fontes de alimentos. “Isso sugere que as causas do declínio de insetos não estão vinculadas a habitats particulares, mas afetam traços comuns compartilhados entre todos os insetos”, indicaram os pesquisadores.
Interação com humanos
Os pesquisadores descrevem quatro problemas globais que levam à extinção de insetos: perda de habitat como resultado do desenvolvimento humano, desmatamento e expansão da agricultura; poluição, particularmente via pesticidas, fertilizantes e resíduos industriais; parasitas e patógenos – como os vírus que atacam as abelhas – e espécies invasoras; e alterações climáticas. Em resumo, atividade humana é a culpada.
“A restauração de habitat, junto com uma redução drástica nos insumos agroquímicos e ‘redesenho’ agrícola, é provavelmente a maneira mais eficaz de deter novos declínios”, afirmaram os cientistas. Neste caso, o redesenho é tornar as propriedades agrícolas mais habitáveis para os insetos nativos.
O uso de pesticidas também precisa diminuir drasticamente. “A menos que mudemos nossas formas de produzir alimentos, os insetos irão seguir o caminho da extinção em algumas décadas.”
Fonte: Revista Galileu

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