Perigo de extinção: população de raro mamífero marinho está agora reduzida a 10 animais.
A vaquita, o mamífero marinho mais ameaçado do mundo, está cada vez mais perto da extinção: de acordo com um relatório recente do CIRVA, um comitê internacional para a recuperação da espécie, restam apenas 10 dos pequenos cetáceos ainda vivos.
Parente das baleias e dos golfinhos, a rara vaquita (Phocoena sinus), também conhecida como toninha-do-golfo e boto-do-pacífico, é endêmica do norte do Golfo da Califórnia.
Dos cerca de 600 indivíduos existentes há duas décadas, seu número caiu para estimados 10 nos dias atuais. Por quê?
Pesca ilegal
Em uma pequena seção do Mar de Cortez no México, pescadores largam redes ilegais para capturar o totoaba, um peixe grande criticamente ameaçado cuja bexiga é usada na medicina tradicional chinesa.
Estas redes de pesca não apanham apenas este peixe, no entanto. Também matam a vaquita, o mamífero marinho mais ameaçado do mundo.
No mesmo dia em que o relatório do CIRVA foi divulgado, a organização ativista Sea Shepherd, que colabora com o governo mexicano para retirar essas redes da água, anunciou que seus membros encontraram uma vaquita morta enredada.
Ameaça única
Essas redes são a única ameaça aos animais, de acordo com Barbara Taylor, que lidera o Programa de Genética de Mamíferos Marinhos da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA.
Taylor observou os animais em setembro, e todas as vaquitas que ela viu estavam saudáveis e gordas, incluindo dois filhotes. Em outras palavras, os animais se sairiam muito bem, obrigado, em seu habitat natural, não fosse sua alta taxa de mortalidade graças a redes de pesca ilegais.
Essas redes têm uma malha grande o suficiente para prender a cabeça das vaquitas, que se afogam. Enquanto os conservacionistas costumam tirar essas redes da água quando a encontram, no momento não estão ganhando a batalha contra os pescadores ilegais.
Governo do México
Como os animais enfrentam uma ameaça singular, eliminá-la deve ajudar seus números a se recuperarem.
Atualmente, funcionários do governo mexicano não estão protegendo as vaquitas, embora alguns grupos mantenham vigilância durante a noite para saber onde os pescadores largam suas redes.
O relatório do CIRVA recomenda que o México se envolva em vigilância 24 horas na pequena área onde os animais vivem e prenda qualquer um que desrespeite a lei, implantando as redes, especialmente durante a temporada de totoaba, que vai de dezembro a maio. Em 2018, cerca de 400 redes ativas foram removidas pela Sea Shepherd.
O governo mexicano já conseguiu salvar o elefante-marinho-do-norte, na época quase extinto, no início de 1900. Vamos esperar que faça o mesmo com suas últimas vaquitas. [NewScientist, Gizmodo]
Fonte: Hypescience
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