Países sul-americanos oferecem ajuda ao Brasil para combater incêndios.
Depois de imagens dos incêndios florestais na Amazônia acenderem um alerta sobre as queimadas, alguns países sul-americanos ofereceram nesta quinta-feira (22/08) ajuda ao Brasil e à Bolívia no combate as chamas.
O primeiro a se manifestar foi o presidente da Colômbia, Iván Duque. “A tragédia ambiental na Amazônia não tem fronteiras e deve chamar a atenção de todos. Nós, do governo nacional, oferecemos aos países irmãos o nosso apoio para trabalhar conjuntamente em um propósito urgente: proteger o pulmão do mundo”, escreveu o mandatário no Twitter.
O gesto de Duque foi seguido pelo do presidente do Chile, Sebastián Piñera, que afirmou ter conversado com seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, para expressar solidariedade diante desta catástrofe.
“Ofereci a Bolsonaro a colaboração do Chile para ajudar a esse país irmão e amigo a combarter com mais eficácia e força os grandes incêndios florestais que afetam a Amazônia”, afirmou Piñera a jornalistas, acrescentando que também fez a mesma proposta ao presidente boliviano, Evo Morales.
A Venezuela também ofereceu aos dois países sua “modesta ajuda” para combater “essa tragédia dolorosa”. Em um comunicado, o governo de Nicolás Maduro expressou preocupação com as queimadas.
“A Venezuela expressa sua profunda preocupação com os gigantescos e terríveis incêndios que assolam a Amazônia em territórios de vários países sul-americanos, com gravíssimos impactos sobre a população, os ecossistemas e a diversidade biológica”, destacou o Ministério do Exterior da Venezuela.
No texto, a Chancelaria venezuelana expressou solidariedade de maneira especial às comunidades indígenas e camponesas no Brasil, na Bolívia, no Paraguai, no Equador e no Peru, países que dividem a Amazônia com a Venezuela. Além disso, pediu consciência aos atores econômicos e institucionais dessas nações.
Já a Bolívia pediu ajuda ao Brasil e ao Paraguai para combater os incêndios na fronteira trinacional e informou que o fogo já devastou 744.711 hectares de florestas, pastagens e plantações na região da reserva de Chiquitanía. Seis aviões e cerca de 2.500 pessoas trabalham nos esforços para conter as chamas em território boliviano.
O ministro da Presidência e braço-direito de Morales, Juan Ramón Quintana, disse, porém, que nenhum esforço será suficiente se o Paraguai e o Brasil não estiverem envolvidos na luta contra o fogo. “Não adianta controlarmos o incêndio em território nacional, se o fogo não for controlado em territórios brasileiro e paraguaio”, acrescentou.
A Colômbia propôs ainda aos governos do Brasil, Bolívia, Equador e Peru a realização de um projeto conjunto de prevenção contra a catástrofe ambiental decorrente dos incêndios que se propagam pela Amazônia.
“Oferecemos a realização de um projeto conjunto entre Peru, Equador, Colômbia e Brasil para avançarmos na prevenção dos incêndios florestais na Amazônia e construirmos uma agenda conjunta para a mudança climática, o desmatamento e a degradação dessa região”, disse a jornalistas o ministro colombiano do Meio Ambiente, Ricardo José Lozano.
Para o projeto conjunto, a Colômbia “já tem bons resultados na luta contra o desmatamento”, disse o ministro. Segundo o governo colombiano, o país registrou 197.159 hectares desflorestados de florestas naturais no ano passado, o que representa uma redução de 22.814 hectares a respeito dos 219.973 hectares de 2017.
Lozano explicou que a Colômbia atualmente implementa “a política preventiva nas florestas” para evitar que aconteça algo como o que acontecendo no Brasil.
As chamas destroem parte da floresta no Brasil e na Bolívia há duas semanas. Nos últimos dias, a fumaça dos incêndios florestais chegou até o Peru e a cidade de São Paulo. Diante o avanço do fogo, nesta quinta-feira, o Peru decretou estado de alerta nas fronteiras com o Brasil e a Bolívia. Mais de 200 guardas florestais e bombeiros estão monitorando as queimadas nos países vizinhos.
O alerta coincide com o anúncio de que a fumaça dos incêndios havia chegado ao Peru. A Defesa Civil do país afirmou que está analisando constantemente dados sobre as partículas de cinzas na atmosfera.
Ainda não há dados oficiais sobre a dimensão do estrago causado pelos incêndios. Estima-se, porém, que milhares de hectares estão sendo consumidos pelo fogo nos estados de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os focos de fogo em todo o país neste ano superam em 83% a quantidade registrada no mesmo período em 2018.
A Amazônia representa 25% da superfície do continente e é a maior floresta tropical do mundo. A região possui 7,4 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a 5% da superfície total da Terra e a quase o 25% do continente americano. Cerca de 60% desse território está em solo brasileiro. A Amazônia é compartilhada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Fonte: Deutsche Welle
Nenhum comentário:
Postar um comentário