sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Cultivo ilegal em área de preservação ambiental é destruído na Mata Norte.

Uma operação da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH)constatou uma ocupação e desmatamento em duas áreas da Unidade de Conservação (UC) Mata do Engenho Água Azul, na Mata Norte do Estado. Nas áreas, que correspondem a, aproximadamente, 10 hectares, havia cultivo ilegal de bananas. A ocupação e todo o cultivo foram destruídos, e as bananas recolhidas e levadas à Prefeitura de Timbaúba para uso na merenda escolar do município.

operação durou três dias e foi realizada em conjunto com a Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma) e a Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), além da equipe de Meio Ambiente da Prefeitura de Timbaúba. O monitoramento alertou que havia ocupações irregulares nos locais. Na ação, não foram localizados os responsáveis pela plantação. Os autos de infração ainda estão sendo fechados.

Ainda durante a operação, foram apreendidos mais de 20 metros de lenha irregular para uso em fogueiras juninas e 30 pássaros de diversas espécies, como galo de campina, guriatã, trinca-ferro e canário. A lenha foi levada para a Prefeitura de Timbaúba, e as aves foram encaminhadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), no bairro da Guabiraba, no Recife, onde serão reabilitados e depois devolvidos à natureza.
Segundo a CPRH, a Mata do Engenho Água Azul é classificado como Refúgio de Vida Silvestre (RVS) e é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral criada pelo Governo do Estado em 2016. Ela abrange partes dos territórios de Timbaúba, Vicência e Macaparana, na Mata Norte, e é área remanescente da Mata Atlântica em Pernambuco. Ainda de acordo com a CPRH, o monitoramento na região sera reforçado.
Fonte: Portal FolhaPE

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Ibama aplica R$ 1,4 milhão em multas por desmatamento na Mata Atlântica em oito municípios da BA.

Foto: Ibama
O Ibama aplicou multas que totalizam R$ 1,4 milhão após constatar o desmatamento de 257,9 hectares de Mata Atlântica em oito municípios no sul da Bahia. Os alvos da operação foram selecionados a partir da análise de imagens de satélite pelo Núcleo de Geoprocessamento da Unidade Técnica do Ibama em Eunápolis (BA).
Em 32 das 49 áreas com indicativo de desmatamento foi comprovada a retirada de vegetação em estágios variados de regeneração. Nas demais, havia cultura de cacau sob a sombra de espécies nativas. As equipes de fiscalização também verificaram vestígios de danos causados por incêndios em locais com vegetação em processo de regeneração.
Os 21 autos de infração foram aplicados em áreas rurais dos municípios de Alcobaça, Guaratinga, Jucuruçu, Itamaraju, Medeiros Neto, Canavieiras, Santa Luzia e Una. Quatro são relacionados a crimes contra a fauna, como manter animais silvestres em cativeiro e armazenar produto de caça. Durante a operação, agentes ambientais apreenderam 32 pássaros e carcaças de tatu, porco-do-mato e paca.
A Lei n° 11.428/2006 estabelece que a vegetação da Mata Atlântica não tem sua classificação alterada em caso de incêndio ou desmatamento não licenciado. A norma também veda o uso dessas áreas com finalidades que não estejam relacionadas à recuperação das características originais do bioma.
Fonte: Ibama

França proíbe inseticidas nocivos às abelhas.

Há muitos anos, apicultores franceses perdem cerca de 30% de suas populações de abelhas no inverno
A França proíbe a partir do próximo sábado (1º/09), o uso, em espaços abertos, de cinco inseticidas considerados responsáveis pela morte de colônias de abelhas. Eles fazem parte da categoria dos chamados neonicotinoides, derivados da nicotina.
Com a medida, o país implementa uma regulamentação mais severa do que a adotada atualmente pela União Europeia (UE).
Neonicotinoides estão entre os pesticidas mais utilizados no mundo. Eles são usados em videiras, árvores frutíferas e campos de plantação. No entanto, os agentes não matam apenas pulgões e outras pragas, mas afetam também as abelhas.
Os químicos enfraquecem o sistema imunológico das abelhas, perturbam sua orientação e comprometem sua fertilidade, apontam ambientalistas. Em doses mais altas, podem até matar as abelhas.
Há muitos anos, apicultores franceses perdem cerca de 30% de suas populações de abelhas no inverno. No último, a queda foi ainda maior.
Diante desse cenário, a França decidiu proibir cincos dos químicos controversos. Em 1º de setembro entra em vigor no país a Lei da Biodiversidade. Aprovada em 2016, a nova legislação coloca os químicos imidacloprid, clotianidina, tiametoxam, tiaclopride e acetamiprida na lista negra – os três primeiros também serão proibidos pela UE a partir de dezembro.
Diversos dos agentes proibidos são produzidos pela multinacional alemã Bayer. A empresa entrou com uma ação judicial em nível europeu contra restrições a seus negócios. A Bayer afirma que os argumentos dos críticos são “cientificamente infundados”.
Ambientalistas também não estão completamente satisfeitos com a abordagem francesa, porque exceções podem ser concedidas para o uso dos produtos até 2020.
Além disso, os agentes controversos seguem permitidos em estufas e podem ser utilizados em sprays contra carrapatos para gatos. E foram aprovados novos pesticidas que podem ser igualmente prejudiciais.
“Expor crianças pequenas ou mulheres grávidas a esses produtos neurotóxicos não é uma boa notícia para o cérebro humano”, disse François Veillerette, da associação ambiental Générations Futures (Gerações Futuras, em tradução livre).
No entanto, ele reconhece que não há evidências científicas da necessidade de uma proibição mais abrangente. Pesquisadores têm opiniões divergentes em relação à nova lei francesa.
“Qualquer inseticida pode matar abelhas”, afirma Axel Decourtye, diretor científico do Instituto de Abelhas, em Paris.
Agricultores e jardineiros precisam encontrar alternativas aos agentes prejudiciais. Mas também devem agir contra outros inimigos das abelhas, como doenças ou parasitas, segundo o especialista. Para Decourtye, um remédio muito simples pode ajudar todas as abelhas: “Temos que voltar a plantar mais flores.”
Fonte: Deutsche Welle

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Tartaruga ‘punk’ que respira pelos órgãos reprodutores corre risco de extinção.

Uma foto divulgada pela Sociedade Zoológica de Londres, mostra a tartaruga australiana Mary River (Elusor macrurus), nativa de Queensland, na Austrália. C (Foto: Chris Van Wyk/ZSL/AFP)
A tartaruga Mary River, da Austrália, entrou para a lista de répteis ameaçados de extinção organizada pela Sociedade Zoológica de Londres. O animal tem um visual que remete a um corte moicano de cabelo e consegue ficar embaixo d’água por até 3 dias respirando através de seus órgãos reprodutores.
“Estes animais têm órgãos especializados em sua cloaca que processam oxigênio da água em volta”, explicou o cientista Rikki Gumbs da Universidade Imperial de Londres, que ajudou a compilar a lista de répteis ameaçados.
Nativa da região de Queensland, onde vive apenas no rio Mary- de onde vem seu nome- a tartaruga não tem pelos. Seu “cabelo” arrepiado é na verdade alga: “Ela passa tanto tempo submersa que alguns indivíduos acabam cobertos de algas e podem acabar com uns ‘penteados’ verdes impressionantes”, disse Gumbs.
Animal de estimação
Segundo o departamento de Meio Ambiente da Austrália, a queda no número de animais se deu por causa da popularidade da tartaruga como animal de estimação nos anos 70 e 80. O animal só foi reconhecido como uma espécie distinta em 1994.
“A tartaruga Mary River leva um tempo excepcional para atingir a maturidade sexual, com indíviduos que não acasalam antes dos 25 anos”, diz nota da Sociedade Zoológica de Londres.
A destruição do seu habitat natural, com a construção de barragens, e a venda dos ovos para o mercado de animais de estimação tiveram impacto na preservação da espécie.
Lista de répteis
“Os répteis costumam ser preteridos quando o assunto é conservação de espécies se comparados com aves e mamíferos. Assim como tigres, rinocerontes e elefantes, é vital que façamos o máximo para salvar estes animais únicos. Muitos dos animais nesta lista são os únicos sobreviventes de linhagens mais antigas”, disse Gumbs.
A lista EDGE of Existence tem 100 répteis e mostra suas respectivas condições de conservação. Criada em 2007, a lista já publicou anfíbios, aves, corais e mamíferos. Agora, foca em répteis. Cada espécie ganha uma classificação que analisa seu risco de extinção baseado em o quão isolada está e quão única é a espécie. Atualmente, a tartaruga Mary River ocupa o número 30 do ranking.
Fonte: France Presse

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Ameaçadas de extinção, girafas são trazidas da Áustria para projeto de reprodução em Itatiba/SP.

Um casal de girafas da espécie Rothschild, também conhecida como girafa do norte, que nasceu em um zoológico da Áustria, foi trazido ao Brasil para participar de um projeto de conservação e reprodução. Os animais foram levados para um zoológico particular em Itatiba (SP), no mês passado.

O parque, que foi inaugurado em 1994 e tem 500 mil metros quadrados de área verde, é o único do país a ter girafas da espécie Rothschild.
O veterinário responsável pelo zoo, Alexandre Resende, explica que existem cerca de 2.600 girafas do norte em vida livre no mundo, o que coloca a espécie em risco de extinção.
“É uma das girafas mais ameaçadas. De 2015 para 2016, um estudo mostrou o quanto a população Rothschild decresceu. Comumente o zoo de Itatiba tem contato com a Europa para troca de animais, então fomos indicados pelo zoológico da Áustria para fazer parte de um programa, que visa a reprodução da espécie e até a reintrodução da natureza”, explica.
O casal Rothschild trazido do continente europeu é jovem, tem menos de 1 ano e meio de vida e veio acompanhado pelo especialista holandês em importação e exportação de animais Frank van der Woude.
Para serem trazidas ao Brasil, as girafas não podiam passar dos três metros de altura e, por isso, houve uma corrida contra o tempo.
“Essa espécie de girafa é a maior. Já nasce grande e chega a seis metros de altura. Para fazer o transporte de fauna internacional tem uma série de exigências e burocracias a serem cumpridas. Então ficamos com medo de não dar tempo porque as girafas estavam quase no limite de altura. Mas, no fim, os órgãos fiscalizadores avaliaram a documentação e liberaram o animal”, comemora Alexandre.
As girafas do norte, que ainda não receberam um nome, foram colocadas em uma espécie de caixa e transportadas do zoológico austríaco até o aeroporto de Luxemburgo.
Já no Brasil, os animais foram levados até o parque em Itatiba em um caminhão prancha depois de 48 horas de viagem.
Primeiramente, as girafas foram soltas em uma área para adaptação e permanceram no local por dois dias, fechadas até se recuperarem da longa viagem e finalmente conhecerem o seu recinto.
A dieta das Rothschild consiste em uma ração específica, frutas picadas, como maçã e banana, além de diversos legumes e folhas.
“Apesar do transporte ser complicado e gerar estresse, elas estão super bem e não tiveram problemas. Já voltaram a comer no mesmo dia e, em questão de temperatura, a nossa é muito boa. Elas estão acostumadas com uma variação térmica muito maior na África, então para elas é muito confortável”, destaca o veterinário.
O sucesso da adaptação também se deve à presença de um semelhante. Ayana, como é chamada, é uma girafa do sul, tem nove anos e veio emprestada de um zoológico de Belo Horizonte (MG). Como nunca reproduziu, a girafa acabou “adotando” o casal Rothschild.
“As girafas são animais muito gregários, ou seja, gostam de viver em grupo. Como a Ayana é a mais velha, ela acha que é mãe das duas e toma conta. Isso é bom para nós”, conta Alexandre.
O objetivo do parque é a conservação da Rothschild através de reprodução sob cuidados humanos, mas o casal recém-chegado ainda não atingiu a maturidade sexual, que acontece entre os quatro e cinco anos.
Outro recinto está sendo construído para quando houver a reprodução. A gestação das girafas varia de 14 a 16 meses, com um único filhote por cria.
Além das girafas, o zoológico particular de Itatiba também trabalha com a educação ambiental, pesquisa e a conservação e reprodução em cativeiro de outras espécies raras e ameaçadas de extinção. São cerca de 1 mil animais de 180 espécies diferentes que vivem no parque, localizado no quilômetro 95,5 da rodovia Dom Pedro I. 
(Fonte: G1)

Propostas para minerar o fundo do oceano podem causar danos irreversíveis aos ecossistemas do fundo do mar.

Fundo do oceano
Um novo estudo analisa os possíveis impactos danosos dos atuais planos globais de mineração do fundo do oceano, incluindo a destruição física de ecossistemas de águas profundas por operações de mineração. Os oceanos cobrem 71% da superfície da Terra, dos quais 90% são considerados mares profundos. Apesar dessa vastidão, os mares e oceanos são os ambientes menos explorados da Terra; apenas cerca de 0,0001 por cento do fundo do mar foi investigado.
Avanços na tecnologia tornaram possível explorar alguns dos confins mais profundos dos oceanos, o que levou à descoberta de espécies antes desconhecidas e que foram consideradas extintas. No entanto, esses avanços tecnológicos também tornaram a exploração comercial de recursos do fundo do oceano uma possibilidade real.
Pesquisadores da Universidade de Exeter e do Greenpeace disseram que, apesar do conhecimento relativamente pobre sobre ambientes de águas profundas, esses habitats tendem a ser sensíveis a distúrbios mediados por humanos e podem levar muito tempo para se recuperar – possivelmente décadas, séculos ou até milênios, se eles podem se recuperar de todo.
“À medida que aprendemos mais sobre os ecossistemas do mar profundo e o papel dos oceanos na mitigação da mudança climática, parece prudente tomar precauções para evitar danos que poderiam ter consequências duradouras e imprevisíveis”, disse o Dr. David Santillo, biólogo marinho e veterano.
Fonte: Meio Ambiente Rio,  Aurélio Barbato

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Peruanos causam prejuízo a índios.

Utilizando helicópteros para localizar montes de toras de mogno derrubados ilegalmente por madeireiros peruanos, soldados do Exército, acompanhados por Policiais Federais, já teriam destruído pelo menos cinco mil metros cúbicos de madeira. No mercado internacional, onde um metro cúbico de mogno pode custar mais de cinco mil dólares, isso significaria um prejuízo de mais de 25 milhões de dólares. “Eles estão usando bombas para destruir as toras”, explica o cacique Antônio Pinhanta Ashaninka, o líder dos moradores da Terra Indígena Ashaninka do Amônia.

A aldeia de Apywtxa, no município de Marechal Thaumaturgo (AC), cujas terras são muito ricas em mogno, vem sendo sistematicamente invadida por madeireiros brasileiros e peruanos, desde o início da década de 90. Todos percebem que a situação está piorando cada vez mais.
Postado junto a um monte de pranchas de mogno deixados por um helicóptero do Exército que baixou no campo de futebol da aldeia há pouco mais de uma semana, Antônio Pinhanta lamenta o fim que está sendo dado a essa madeira mundialmente cobiçada e cuja exploração, ao invés de promover a melhoria das condições de vida a seu povo, traz insegurança e risco de morte.
“Os madeireiros nunca vieram até aqui na aldeia, mas hoje daqui nós já podemos ouvir o som das motosseras derrubando árvores na mata. Eles acampam na beira do rio e quando alguém passa por lá avisam que vão matar quem tentar impedir a retirada da madeira”, denuncia o cacique.
O pouso do helicóptero do exército deixou os índios ainda mais tristes e inseguros. “Eles vieram deixar essa madeira e explicaram que explodiram as toras que encontraram, mas isso não adianta porque a madeira não é dos invasores, quando alguém destrói uma tora, eles vão derrubar outras árvores”.
O lamento do chefe vem antes de ele esclarecer quando estiveram na aldeia os homens do Exército e agentes federais explicaram que estavam indo embora e só voltariam novamente em fevereiro. “Os soldados vão embora, mas os madeireiros continuam aí, agora deram para avisar o pessoal de que vão matar as lideranças da aldeia. Nosso rádio está quebrado há mais de um mês, o telefone também está parado, a única coisa que ainda funciona é a internet. A gente não sabe o que vai acontecer se eles atacarem a aldeia”, desabafou.
Utilizando o helicóptero, os soldados foram até o marco 42 da fronteira, um dos pontos pelo qual os madeireiros peruanos entram na área indígena utilizando o rio Amoninha para retirar as toras. “Agora eles estão limpando os caminhos lá na área onde a gente prendeu três invasores no ano passado. Neste ano o Exército prendeu umas 30 pessoas que estão lá em Cruzeiro do Sul, mas quando tiram um grupo, outros entram, porque todos querem roubar nossa madeira.”
Além de destruir milhões de dólares em madeira de alto valor comercial, o problema que mais afeta os índios ashaninka é que a área invadida é justamente a que eles destinaram ao manejo da caça necessária à sua alimentação. Os madeireiros trazem mateiros que matam grande quantidade de animais para manter seus acampamentos, como também para vender a carne e peles no Peru. “O maior problema é que com o barulho das motosserras e das armas os animais estão desaparecendo da área e está ficando cada vez mais difícil conseguir comida para nossa gente”, afirma Antônio Pinhanta, cuja aldeia é composta por mais de 300 pessoas que retiram da floresta boa parte de seu sustento. (Juracy Xangai – Página 20/AC)

domingo, 26 de agosto de 2018

Querência/MT sai da lista de municípios que mais desmatam a Amazônia.

Querência, no Mato Grosso, é o primeiro município matogrossense a sair da lista dos 42 municípios que mais desmatam a Amazônia. Estas localidades são alvo de ações como a fiscalização ambiental, a regularização fundiária e as iniciativas da Operação Arco Verde – que levam alternativas econômicas sustentáveis e promovem a conservação da floresta.

Nesta segunda feira (25) foi publicada a Portaria 139 no D.O.U retirando Querência da lista dos que mais desmatam e passando-a para a lista daqueles municípios com desmatamento monitorado e sob controle, junto com Paragominas (PA), que foi o primeiro a alcançar esse benefício.
Querência deverá ser uma das localidades prioritárias a receber incentivos econômicos e fiscais, além de planos, programas e projetos da União voltados para o desenvolvimento econômico e social da região em bases sustentáveis.
O município conseguiu reduzir o nível de desmatamento significativamente nos últimos dez anos, registrando uma queda de 477,1 km² de área desmatada em 2000 para 21 km² em 2010. Além disso, possui hoje mais de 80% do seu território passível de Cadastramento Ambiental Rural (CAR) registrados dentro do órgão estadual de meio ambiente.
“O trabalho feito pelos produtores rurais de Querência com o apoio de várias organizações sociais em favor da recuperação de áreas desmatadas é mais um exemplo de que é possível sim conciliar produção agropecuária e a conservação do meio ambiente”, disse Mauro Pires, Diretor do Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento do MMA.
Se Alta Floresta (MT) também conseguir atingir o número de 80% de sua área com Cadastramento Ambiental Rural na Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso, poderá se tornar o próximo município do estado a sair da lista dos maiores devastadores da Amazônia. (Fonte: Carine Corrêa/ MMA)

Rio Araguaia pode secar em 40 anos por causa do desmatamento.

O nível do rio Araguaia, no norte do Tocantins, preocupa os especialistas. Numa seca histórica, as queimadas e o desmatamento fizeram o nível baixar para 20 centímetros em alguns trechos. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram que em vários locais é possível caminhar onde há um ano só era possível atravessar de barco.

Segundo informações da prefeitura de Xambioá, a pesca, principal motor da economia local, foi o setor que mais sentiu os impactos da baixa do rio: de 17,5 mil quilos pescados, em setembro do ano passado, este ano o número caiu para pouco mais de 6,7 mil quilos.
Um levantamento feito pela Secretaria de Meio Ambiente de Xambioá, cidade à 480 quilômetros de Palmas, mostrou que de janeiro até o final de setembro o rio baixou cerca de 2 metros.
O rio Araguaia nasce em Goiás e desagua no Pará, passando por Mato Grosso e Tocantins. São mais de 2 mil quilômetros de extensão.
Em 2014, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) de Goiás divulgou um estudo mostrando que a bacia pode secar em até 40 anos.
O principal motivo apontado foi o desmatamento da vegetação nativa para criação de gado. Para reverter a situação, em 2015 tornou-se crime ambiental desmatar áreas próximas a nascentes.
A Secretaria de Meio Ambiente de Xambioá diz, em nota, que já está desenvolvendo um plano de reflorestamento em nascentes e plantação de árvores em alguns pontos das margens do rio para devolver força às águas.
Fonte: Radio Agencia Nacional

Madeira apreendida no Amazonas vai beneficiar moradores locais.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta quinta-feira (5) que em consequências de ações fiscalizatórias realizadas pela Operação Kaaetè II, coordenada pelo Ibama, foram apreendidos 160 caminhões de madeira, na vila de Santo Antônio de Manicoré, no Amazonas, localizada no sul daquele estado.
Os mais de 1.600 metros cúbicos de madeira apreendida foram doados a oito instituições e associações locais, sendo 1.386,07 metros cúbicos de madeira em tora e 215,023 metros cúbicos de madeira serrada.
A madeira apreendida vai beneficiar diretamente 8.700 habitantes que residem na vila de Santo Antônio. Ela será utilizada nas construções de duas igrejas: pentecostal Unidos em Cristo e Assembléia de Deus no Amazonas e na sede de quatro associações: das Mulheres de Santo Antônio de Matupi; de Pais em Defesa da Cidadania; dos Produtores Rurais e Pecuaristas do Matupi; do Produtor Rural da Comunidade Agrícola São João Batista, e também na construção de posto policial da BR-230.
A região onde foi apreendida a madeira está localizada, segundo Minc, em área de grande pressão de ocupação em consequência da expectativa de asfalto da BR-319.
A operação foi coordenada por fiscais do Ibama com a participação da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Informações (Abin). (Fonte: Suelene Gusmão/ MMA)

sábado, 25 de agosto de 2018

Acordo internacional sobre controle no uso de mercúrio passa a valer no País.

Dispositivo prevê medidas como a redução do uso de mercúrio em produtos e processos industriais – Foto: WWF
governo federal promulgou, nesta quarta-feira (15), a Convenção de Minamata, um acordo internacional que regula o uso do mercúrio. Com a publicação do decreto presidencial, as ações previstas no dispositivo passam a valer também como compromissos nacionais. O texto já havia sido ratificado pelo Congresso Nacional no ano passado.
O dispositivo pretende proteger a saúde da população contra os efeitos nocivos do mercúrio e também os prejuízos ao meio ambiente. Para tanto, a medida proíbe a abertura de novas minas de mercúrio e fechamento progressivo das que estão em funcionamento. Além disso, também prevê o controle das emissões atmosféricas e o impulso para que a mineração artesanal seja formalizada. Outro mecanismo é a redução da aplicação do mercúrio em produtos e processos industriais, como em baterias, interruptores, lâmpadas fluorescentes, pesticidas e cosméticos.
Fonte: MMA e Itamaraty

Desmatamento na Amazônia chega a quase 4 mil quilômetros quadrados, diz instituto.

O desmatamento na Amazônia chega a quase 4 mil quilômetros quadrados, segundo dados do Imazon, o instituto que monitora a Amazônia, obtidos pelo Bom Dia Brasil. A área desmatada é equivalente a 13 vezes o tamanho da cidade de Belo Horizonte.
Entre agosto de 2017 e julho deste ano, as derrubadas aumentaram 39% em relação ao período anterior. A taxa voltou a crescer depois de uma redução de 20%.
Segundo o instituto, os estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas concentraram quase todo o desmatamento na Amazônia. A destruição foi maior em áreas privadas, depois em assentamentos e unidades de conservação.
O Imazon afirma que a pecuária foi responsável por mais de 60% da perda de vegetação nativa. Os ambientalistas também calcularam outra forma de desmatamento: a chamada degradação florestal, que é provocada especificamente por pequenas queimadas e pela extração seletiva de madeira. Esse tipo de derrubada aumentou 220%.
O Ministério do Meio Ambiente informou que desconhece os números do Imazon e que vai divulgar os dados oficiais do desmatamento até o fim desse ano.
Fonte: Bom Dia Brasil

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Conservar a Amazônia é questão ambiental, social e econômica.

Pesquisadores defendem base científica capaz de subsidiar políticas públicas que atendam questões relacionadas à sociedade, biodiversidade, meio ambiente e economia da região (foto: Bergadder / Pixabay)
A Amazônia é única. É a maior extensão de floresta tropical e o único lugar onde a própria floresta controla seu clima interno, impactando o mundo todo. Com sua biodiversidade ímpar, a Amazônia possibilita a manutenção de serviços ecossistêmicos e limpa a atmosfera do planeta. Porém, para que haja um desenvolvimento social sustentável na região, é necessária uma forte base científica capaz de subsidiar políticas públicas que atendam questões relacionadas à população, biodiversidade, meio ambiente e economia.
É o que destacaram participantes no workshop “As dimensões científicas, sociais e econômicas do desenvolvimento da Amazônia”, realizado no dia 16 de agosto de 2018, em Manaus, pela FAPESP em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e com o Brazil Institute do Wilson Center, em Washington.
“É preciso ver a Amazônia a partir de vários aspectos diferentes. Ela não é um jardim botânico, pois não tem um funcionamento ou um impacto linear, e é chave para as mudanças climáticas globais”, disse Paulo Artaxo, professor no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.
O funcionamento biológico da Floresta Amazônica regula o clima sobre a região. “A floresta controla o balanço de energia, o fluxo de calor latente e sensível, o vapor d’água e os núcleos de condensação de nuvem que vão intensificar o ciclo hidrológico. E isso só é possível se houver uma extensão muito grande de floresta. Quando ela é fragmentada, deixa de ter essa propriedade”, disse Artaxo, organizador do workshop, à Agência FAPESP.
Um exemplo do impacto da floresta está na sua capacidade de armazenar carbono da atmosfera, questão fundamental para as mudanças climáticas.
“Mas a capacidade da Floresta Amazônica em armazenar carbono e, de certa forma, limpar a atmosfera, está diminuindo. Há três décadas, era relativamente mais intensa que hoje. O problema é se a floresta passar a emitir mais dióxido de carbono que absorver, o que agravaria as mudanças climáticas. O que acontece com a Amazônia interfere no mundo inteiro”, disse Luiz Antonio Martinelli, professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP.
De acordo com Martinelli, a hipótese principal para a diminuição de estocagem de carbono tem relação com os eventos extremos, como a seca, que estão mais frequentes e intensos. Isso ocasiona a mortalidade das árvores e a consequente perda em estocar carbono.
“Talvez já estejamos vendo o efeito das mudanças climáticas na Amazônia. E um interfere no outro, ou seja, o evento extremo degrada mais a floresta, degradando a floresta ela emite mais CO2 e aumenta a intensidade e frequência dos eventos extremos”, disse Martinelli.
Serviços ecossistêmicos
Fora o evidente impacto ambiental das mudanças climáticas, há ainda consequências sociais e econômicas.
“Secas como as que tivemos em 2005 e 2010 provocaram um impacto social enorme. Municípios ficaram completamente isolados, sem água e alimentos, pois os rios são o transporte na região. Já as cheias extremas deslocam populações da beira de Manaus, por exemplo”, disse Artaxo.
Modelos climáticos têm previsto aumento significativo dos eventos extremos nas próximas décadas.
“O Brasil precisa ter um plano de adaptação para a Amazônia. O aumento da temperatura na região foi da ordem de 1,6 °C, enquanto a média no Brasil foi de 1,3 °C e a mundial de 1,1°C [desde o fim do século 19]. Então, a Amazônia, por estar em uma região tropical, por receber muita radiação solar, é uma região sensível ao aumento da temperatura e à redução da precipitação. Dá para imaginar o impacto socioeconômico de um dia de verão em Manaus com temperatura média aumentada em até 5 ºC. É o que pode acontecer no futuro”, disse Artaxo.
Um ponto a ser investigado é o dos diversos serviços ecossistêmicos da floresta, como o processamento de vapor d’água e a absorção de uma quantidade enorme de CO2 da atmosfera.
“O valor dos serviços ecossistêmicos que a Floresta Amazônica realiza equivale a US$ 14 trilhões. Atualmente, o preço da tonelada de CO2 no mercado internacional está em torno de US$ 100, e a Amazônia absorve uma quantidade gigantesca desse gás. Isso vale muito”, disse Artaxo.
Mas existe uma lista maior de serviços ecossistêmicos, como, por exemplo, o vapor d’água – essencial para a agricultura. Durante as apresentações no workshop, foi destacada a dependência da agricultura de todo o sul do Brasil e dos estados de Mato Grosso e Goiás pelo vapor d’ água processado pela Amazônia.
“Essa floresta é valorizada, é valorizável. Mas o seu modo de exploração atual, baseado em grandes projetos agropecuários, não beneficia necessariamente a população da região”, disse Artaxo.
Outro ponto destacado foi o crescimento nos últimos cinco anos do índice de desmatamento, que vinha decaindo consideravelmente nos últimos 30 anos.
“Não ter essa floresta em um cenário futuro de aquecimento significa não ter um ativo econômico que terá muita importância para prevenir grandes prejuízos no futuro. Fora isso, se o Brasil quer ter uma meta além dos 7% da produção mundial [do agronegócio], é bom valorizar a conservação. Pois sem esse sistema gigante de irrigação, não será possível atingir essa meta. É uma questão econômica”, disse Paulo Moutinho, pesquisador sênior do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (Ipam).
Mau exemplo
A importância de conservar a biodiversidade também foi debatida no workshop. Para Maria Teresa Piedade, pesquisadora do Inpa, é preciso criar um desenvolvimento sustentável que seja compatível com a biodiversidade e não o contrário. “A biodiversidade está aqui muito antes da nossa vinda e da região se tornar a última fronteira de acesso a bens e produtos”, disse.
Piedade orienta estudos de impacto na hidrelétrica de Balbina, obra da década de 1980 no município de Presidente Figueiredo (AM) e que tem desdobramentos até hoje.
“A hidrelétrica de Balbina tem sido apontada há tempos como um péssimo exemplo de sustentabilidade. Ela deslocou populações tradicionais indígenas, gerou massiva mortalidade de peixes e vários outros problemas. Fora isso, tem baixa eficiência”, disse à Agência FAPESP.
“Houve um achatamento da variação de secas e cheias do rio. Estamos verificando a ocorrência de mortalidade em massa de árvores das porções mais baixas e a entrada de espécies de terra firme nas porções mais altas, anteriormente colonizadas por árvores das áreas úmidas. Isso altera a biodiversidade local, a composição florística e o banco de sementes para peixes que utilizam os rios da região para se alimentar”, disse Piedade.
O workshop “As dimensões científicas, sociais e econômicas do desenvolvimento da Amazônia” terá continuação no dia 24 de setembro, no Wilson Center, nos Estados Unidos.
No evento, a intenção também será debater que o entendimento físico, químico e biológico da Amazônia auxilia na compreensão de suas fragilidades e resiliências, e que é preciso olhar para as dimensões sociais e econômicas da região de maneira integrada.
Fonte: Agencia FAPESP