Ameaçadas de extinção, girafas são trazidas da Áustria para projeto de reprodução em Itatiba/SP.
Um casal de girafas da espécie Rothschild, também conhecida como girafa do norte, que nasceu em um zoológico da Áustria, foi trazido ao Brasil para participar de um projeto de conservação e reprodução. Os animais foram levados para um zoológico particular em Itatiba (SP), no mês passado.
O parque, que foi inaugurado em 1994 e tem 500 mil metros quadrados de área verde, é o único do país a ter girafas da espécie Rothschild.
O veterinário responsável pelo zoo, Alexandre Resende, explica que existem cerca de 2.600 girafas do norte em vida livre no mundo, o que coloca a espécie em risco de extinção.
“É uma das girafas mais ameaçadas. De 2015 para 2016, um estudo mostrou o quanto a população Rothschild decresceu. Comumente o zoo de Itatiba tem contato com a Europa para troca de animais, então fomos indicados pelo zoológico da Áustria para fazer parte de um programa, que visa a reprodução da espécie e até a reintrodução da natureza”, explica.
O casal Rothschild trazido do continente europeu é jovem, tem menos de 1 ano e meio de vida e veio acompanhado pelo especialista holandês em importação e exportação de animais Frank van der Woude.
Para serem trazidas ao Brasil, as girafas não podiam passar dos três metros de altura e, por isso, houve uma corrida contra o tempo.
“Essa espécie de girafa é a maior. Já nasce grande e chega a seis metros de altura. Para fazer o transporte de fauna internacional tem uma série de exigências e burocracias a serem cumpridas. Então ficamos com medo de não dar tempo porque as girafas estavam quase no limite de altura. Mas, no fim, os órgãos fiscalizadores avaliaram a documentação e liberaram o animal”, comemora Alexandre.
As girafas do norte, que ainda não receberam um nome, foram colocadas em uma espécie de caixa e transportadas do zoológico austríaco até o aeroporto de Luxemburgo.
Já no Brasil, os animais foram levados até o parque em Itatiba em um caminhão prancha depois de 48 horas de viagem.
Primeiramente, as girafas foram soltas em uma área para adaptação e permanceram no local por dois dias, fechadas até se recuperarem da longa viagem e finalmente conhecerem o seu recinto.
A dieta das Rothschild consiste em uma ração específica, frutas picadas, como maçã e banana, além de diversos legumes e folhas.
“Apesar do transporte ser complicado e gerar estresse, elas estão super bem e não tiveram problemas. Já voltaram a comer no mesmo dia e, em questão de temperatura, a nossa é muito boa. Elas estão acostumadas com uma variação térmica muito maior na África, então para elas é muito confortável”, destaca o veterinário.
O sucesso da adaptação também se deve à presença de um semelhante. Ayana, como é chamada, é uma girafa do sul, tem nove anos e veio emprestada de um zoológico de Belo Horizonte (MG). Como nunca reproduziu, a girafa acabou “adotando” o casal Rothschild.
“As girafas são animais muito gregários, ou seja, gostam de viver em grupo. Como a Ayana é a mais velha, ela acha que é mãe das duas e toma conta. Isso é bom para nós”, conta Alexandre.
O objetivo do parque é a conservação da Rothschild através de reprodução sob cuidados humanos, mas o casal recém-chegado ainda não atingiu a maturidade sexual, que acontece entre os quatro e cinco anos.
Outro recinto está sendo construído para quando houver a reprodução. A gestação das girafas varia de 14 a 16 meses, com um único filhote por cria.
Além das girafas, o zoológico particular de Itatiba também trabalha com a educação ambiental, pesquisa e a conservação e reprodução em cativeiro de outras espécies raras e ameaçadas de extinção. São cerca de 1 mil animais de 180 espécies diferentes que vivem no parque, localizado no quilômetro 95,5 da rodovia Dom Pedro I.
(Fonte: G1)
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