segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Salvar o futuro: a preocupante situação do Mar Mediterrâneo


Estudo apresentado na revista Nature mostra que o Mar Mediterrâneo está sofrendo uma saturação da atividade pesqueira em 93% das populações de peixes

Centro Comum de Pesquisas da União Europeia (JRC, da sigla em inglês) apresentou esta semana um estudo na revista Nature em que se conclui que a atividade pesqueira no Mar Mediterrâneo está muito elevada. A saturação da sobrepesca poderia chegar a um ponto de não retorno, avaliam os especialistas.
De acordo com a análise realizada, 93% das populações pesqueiras do Mediterrâneo estão exploradas além da possibilidade e poderá provocar o colapso dos cardumes de tal maneira que não se possa mais recuperar o ecossistema e os recursos marinhos.
No estudo, os pesquisadores comentam que entre 10 mil e 12 mil espécies marinhas habitam o Mar Mediterrâneo, mas estão em perigo devido à atividade pesqueira, a contaminação e às mudanças climáticas. Nos 50 anos precedentes, desapareceram 34% da população total de peixes e 41% dos mamíferos marinhos. Indicadores ecológicos como a biomassa comunitária, os níveis trópicos e indicadores de diversidade e captura refletem mudanças e degradação no ecossistema.
Os pesquisadores analisaram como preocupante esta diminuição, que poderá se agravar ainda mais com a intensificação da pesca prevista para os próximos anos. Recomendam para evitar o colapso, que ações sejam tomadas para a preservação de espécies marinhas, especialmente no Mar Mediterrâneo Ocidental e no Mar Adriático. Nestas regiões, detectaram uma maior perda de peixes.
Não é a primeira vez que se alerta para as consequências da pesca. O volume desta captura não permite tempo suficiente para que os peixes possam se reproduzir e manter os níveis da população de maneira saudável.
Uma iniciativa que poderá servir como ponto inicial é o programa desenvolvido pela Comissão Europeia, MedFish4Ever, com a finalidade de reconstruir o setor pesqueiro através da cooperação e o desenvolvimento de uma atividade sustentável. O programa foi lançado no ano passado e prevê a atuação durante uma década.
Os profissionais que ampliam a formação com os programas na área ambiental, patrocinados pela FUNIBER, podem conhecer os estudos e as iniciativas que colaborem à preservação dos recursos naturais.

Nenhum comentário: