quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

AVES

Ibama proíbe trânsito interestadual de aves com anilhas de alumínio

A fraude mais comum é a compra de anilhas em quantidade superior ao nascimento de filhotes em cativeiro. O excedente é comercializado ilegalmente no Sistema Informatizado de Gestão da Criação Amadora de Passeriformes (Sispass) do Ibama e usado para marcar aves adultas capturadas na natureza, o que favorece o tráfico de animais.
“O objetivo da norma é dificultar o comércio ilegal de anilhas no Sispass”, diz a coordenadora de Monitoramento do Uso da Fauna e Recursos Pesqueiros, Maria Izabel Gomes.
Para o coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, Roberto Cabral, a medida reforça o combate ao tráfico interestadual de pássaros, mas precisa ser estendida ao trânsito que ocorre dentro dos estados por normas editadas pelos órgãos estaduais de meio ambiente.
Desde 2001, quando o Ibama passou a controlar a entrega de anilhas, especialistas do Instituto desenvolvem normas para tornar mais rígido o controle da fabricação, comercialização e uso de anilhas, dificultando adulterações e falsificações.
Em 2003, a IN 01/2003 proibiu a transferência e o transporte de passeriformes portadores de anilhas abertas. Em seguida, a IN nº 82/2005 instituiu novo padrão alfanumérico de codificação, e a IN 161/2007 proibiu a transferência de espécimes com anilhas de federações de criadores amadoristas.
Mais recentemente, a IN nº 16/2011 (alterada pelas Instruções Normativas nº 03/2012 e 04/2016) estabeleceu regras para fabricação e distribuição de anilhas em aço inox para criadores de aves silvestres, estabelecendo as etapas do processo de credenciamento das fábricas dessas anilhas.
“A anilha deve ser um instrumento de marcação inviolável. As fraudes possibilitam que animais capturados ilegalmente na natureza sejam usados e vendidos como se tivessem nascido em cativeiro”, diz Maria Izabel.
A criação amadorista de pássaros está regulamentada desde a década de 1970. As aves podem ser mantidas e reproduzidas em cativeiro por criadores autorizados desde que não ocorra captura na natureza.
Fonte: Ibama

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

PARQUE

Parque dos Lençóis tem nova regra de acesso

Diante desse quadro, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, visitou Santo Amaro do Maranhão, no sábado (20), onde assinou portaria que define as regras de circulação de veículos dos moradores do entorno da unidade dentro do parque. Em outra portaria, foi criado o programa Amigos do Parque, com o objetivo de engajar as comunidades da região nos programas de voluntariado do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Junto com o ministro estava o coordenador de Uso Público do ICMBio, Pedro Menezes.
A medida visa beneficiar os moradores dos municípios situados no entorno do parque: Santo Amaro, Primeira Cruz e Barreirinhas. O ministro anunciou a construção de uma sede da unidade de conservação em Santo Amaro, para ajudar na fiscalização da área de 150 mil hectares.
TRANSPORTE TURÍSTICO
Em maio do ano passado, o ministro assinou outra portaria que estabeleceu critérios para o cadastramento e autorização dos serviços de condução de visitantes e transporte, com fins turísticos. O objetivo foi garantir que os empresários locais que trabalham com transporte dentro do parque não fossem prejudicados nos períodos de alta temporada.
“Todas essas medidas estão em fase de construção, desde a indenização de pessoas que vivem no interior do parque, ao cadastramento dos moradores dos municípios, bem como novas obras de infraestrutura”, explicou Sarney Filho.
De acordo com o diretor de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio, Paulo Carneiro, a segunda portaria foi necessária para dar maior segurança aos moradores dos municípios vizinhos e garantir a sua participação na gestão do parque. “Nosso objetivo com uma série de projetos em cursos na região é ter um parque funcionando com o uso público bom e organizado. Acreditamos que o turismo também é uma ferramenta de conservação”, defendeu.
UNESCO
Antes de assinar a portaria, Sarney Filho reuniu-se com moradores de Santo Amaro, empresários do setor de turismo, os vereadores e a prefeita da cidade, Luziane Lopes Lisboa e o deputado estadual Evilázio (PV).
Ele ressaltou a importância dos Lençóis par o meio ambiente e voltou a afirmar que o Ministério do Meio Ambiente enviará à Unesco proposta para que o parque seja reconhecido como Patrimônio Mundial Natural.
“Este reconhecimento é um selo que distingue um parque de outros, permitindo obter mais recursos para preservação e a promoção dos moradores das áreas vizinhas”, afirmou o ministro.
DEMANDAS
Os moradores de Santo Amaro do Maranhão estão preocupados com o impacto do turismo na região, e citam o grave assoreamento do rio Alegre, de água cristalina, que dá acesso à cidade. Anos atrás, na época de chuvas, o rio atingia a profundidade de dois metros, mas agora a água não chega a meio metro.
O ministro prometeu que enviará recursos do MMA para apoiar um programa de revitalização do rio, a exemplo que tem sido feito em outros estados. “Precisamos de recursos do governo federal para resolver uma série de problemas e preparar a cidade para receber os turistas”, pediu a prefeita Luziane Lopes.
Cuba Santos , guia de turismo e morador antigo da cidade, se queixa do intenso fluxo de jipeiros que aumenta a cada ano. “A subida e descida das dunas que margeiam as lagoas acabam levando muita areia para o fundo. Com isso, algumas delas já estão ficando mais rasas a cada ano”, disse.  Ele cita a Lagoa da Gaivota, que chegava a seis metros de profundidade quando cheia e agora a parte mais funda atinge 1,5 metro.
Preocupação semelhante foi levantada por proprietários de pousadas mais antigas. Camila Fontenelle  conta que os próprios moradores se organizaram desde que o asfalto chegou perto da cidade. Junto com ICMBio, eles assumiram o controle dos veículos, abrindo estacionamentos antes da travessia do rio Alegre. Dali em diante o turista segue em carros adaptados para cruzar o rio e visitar as dunas, que ficam muito próximo da cidade.
Formada em História, enquanto trabalha na pousada da família, ela se prepara para fazer o mestrado e o doutorado. “Quero resgatar a história de Santo Amaro e lutar para que a sua riqueza cultural e ambiental seja preservada”. Camila lamenta que um padre, que ficou pouco tempo na paróquia da cidade, tenha derrubado a igreja da Conceição, construída pelos jesuítas em 1700, e construído em seu lugar outra mais moderna.
Fonte: MMA

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

ENTULHOS

Meio Ambiente intensifica fiscalização sobre descarte de entulhos

Além da intensificação na Fiscalização, a Secretaria de Meio Ambiente iniciará em breve nova campanha de conscientização sobre o descarte correto. “Estamos preparando novo material de orientação que será distribuído à população. Colocaremos também placas e usaremos as nossas redes sociais para esta ação”, adiantou.
No ano passado, a Secretaria de Meio Ambiente emitiu 958 notificações e 98 multas por descarte irregular em Nova Odessa.
VOCÊ SABIA?Desde 2014 Nova Odessa conta com a lei municipal 2.883 que proíbe o descarte irregular de lixo e queimadas nas ruas. Quem for flagrado descumprindo a lei é notificado sob pena de multa que varia de R$ 500 a R$ 5 mil. Além disso, caso o responsável não promova a limpeza do local, tem acrescido ao valor o custo da operação de retirada.
Denúncias de irregularidades podem ser feitas no setor de Meio Ambiente da Prefeitura de Nova Odessa, localizada na Avenida João Pessoa, 777 – Centro, ou pelo telefone (19) 3476-8600, pelos ramais 277, 293 ou 314.
O QUE PODE SER DESCARTADO?Saiba o que pode e o que não pode ser descartado em cada local:
ECOPONTOPodem ser descartados materiais recicláveis (papel, papelão, plástico, vidro, metal, isopor) limpos (sem restos de comida ou resíduos orgânicos);
Entulhos (resíduos da construção civil, devidamente separados, até 1m3/gerador/dia);
Madeiras e móveis usados (guarda-roupa, sofá, mesa, colchões, etc);
Restos de poda;
Óleo de cozinha (devidamente embalado em garrafa PET);
Roupas usadas;
Eletrônicos (televisão, computadores, monitores, celulares, carregadores, telefones, etc);
Pneus (até 4 unidades/gerador/dia).
Não podem ser descartados: resíduos orgânicos (restos de alimentos, bebidas, de sanitários); resíduos hospitalares e farmacêuticos; animais mortos; resíduos perigosos; resíduos industriais; lâmpadas fluorescentes; pilhas e baterias.
LEVs e PEVPodem ser descartados materiais recicláveis como papel, papelão, plástico, vidro, metais e isopor.
Não podem ser descartados restos de alimento, animais mortos, resíduos hospitalares, restos de podas de árvore e entulhos.
Fonte: Jornal de Nova Odessa

domingo, 28 de janeiro de 2018

MARANHÃO

Lençóis Maranhenses busca título da Unesco

O ministro informou que estará neste sábado (20/01) em Santo Amaro, para uma reunião com moradores, associações e empresários de turismo que atuam na unidade de conservação, além de gestores locais. Na ocasião, será assinada portaria do projeto Amigos do Parque, que trata do ingresso de veículos particulares dos moradores de Santo Amaro, Primeira Cruz e Barreirinhas no Parque Nacional Lençóis Maranhenses e de trabalhos voluntários junto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Sarney Filho ressaltou que é preciso que o parque nacional seja olhado com a singularidade que ele permite. “Essa unidade tem que se tornar um vetor de desenvolvimento para a região”, disse. O ministro reforçou, contudo, que a preservação da biodiversidade do parque não entra em discussão: “Ninguém vai fazer nada que possa afetar a biodiversidade do parque”, assegurou. O ministro visitou a unidade em 2017, ocasião em que esteve reunido com famílias que vivem na unidade de conservação.
Em 2016, 40 mil pessoas visitaram o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Cerca de 20% desse total esteve na região somente no mês de julho. A unidade de conservação tem uma área de mais de 150 mil hectares e abrange três municípios: Barreirinhas, Primeira Cruz e Santo Amaro do Maranhão.
Fonte: MMA

sábado, 27 de janeiro de 2018

Tempestade

Tempestade leva caos à Europa.

A tempestade Friederike atingiu a Europa nesta quinta-feira (18/01), com ventos de até 200 quilômetros por hora e nevascas, levando à morte de pelo menos quatro pessoas. Os três países mais afetados são Bélgica, Alemanha e Holanda, que enfrentam caos no transporte.
A queda de árvores matou duas pessoas na Holanda, uma Bélgica e uma na Alemanha. Galhos de árvores também deixaram uma série de feridos.
De acordo com o Serviço Meteorológico Alemão (DWD), os ventos na Alemanha alcançaram o pico de 203 km/h no Brocken, montanha situada no estado da Saxônia-Anhalt, no centro-leste do país.
Em alguns estados alemães, as escolas ficaram fechadas. Vários aeroportos cancelaram voos por motivos de segurança, entre eles o de Düsseldorf e o de Colônia, que chegou a interromper as atividades por cerca de uma hora e meia.
Na Holanda, o transporte aéreo também foi afetado, e o aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, cancelou temporariamente todos os voos.
A tempestade Friedrike avançou nesta quinta-feira sobre partes dos estados da Renânia do Norte-Vestfália, Baixa Saxônia, Hessen, Turíngia e Saxônia-Anhalt. Ela ainda teve atingir a Saxônia e Brandembrugo.
Nos estados da Renânia do Norte-Vestfália e da Baixa Saxônia, o transporte ferroviário foi completamente interrompido, tendo efeito sobre os transportes em outras partes do país.
Também houve problemas na linha entre Hamburgo e Berlim. A Deutsche Bahn, empresa que opera o transporte ferroviário no país, recomendou que os passageiros se informem na internet sobre o estado atual dos trens.
Na Renânia do Norte Vestfália, devido a caminhões que capotaram por causa dos ventos, uma série de pontes e estradas foram bloqueadas. Somente em Colônia, os bombeiros disseram ter atendido a cerca de 300 chamados.
Ao estado de Baden-Württemberg, no sul do país, a tempestade Friedrike trouxe não apenas ventos fortes, como também neve e gelo. Também no norte caiu neve. Durante a noite, houve uma série de acidentes devido ao gelo.
Após a passagem da tempestade, as temperaturas devem cair em todo o país. Em regiões ameaçadas por fortes ventos, alertando para a queda de árvores e telhas.
Fonte: Deutsche Welle

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

CAVERNA

Maior caverna submersa do mundo é descoberta no México

“Esta caverna imensa representa o sítio arqueológico submerso mais importante do mundo”, disse o pesquisador Guillermo de Anda, do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) e diretor do projeto Gran Acuífero Maya (GAM), dedicado ao estudo e preservação das águas subterrâneas da Península de Yucatán.
A descoberta ocorreu ao final de dez meses de trabalho nos sistemas de cavernas submersas Sac Actún e Dos Ojos, em Tulum, lugares turísticos arqueológicos situados na costa caribenha do México, na Península de Yucatán.
O grupo de exploradores subaquáticos, liderados pelo alemão Robert Schmittner, descobriu que o Sac Actún, de 263 quilômetros de extensão, se comunica com o Dos Ojos, de 83 quilômetros. Juntos, eles chegam a 346 quilômetros.
Através de comunicado, o GAM explica que, de acordo com as regras da espeleologia, se dois sistemas de cavernas se encontram, o maior absorve a menor. “Sendo assim, o Sistema Saco Actún é considerado agora o maior do mundo”, frisou. O segundo maior – antes considerado o primeiro – passa a ser o Sistema Ox Bel Ha, localizado ao sul de Tulum, com 270 quilômetros.
“Este foi um esforço de mais 20 anos, percorrendo centenas de quilômetros de cavernas submersas em Quintana Roo, principalmente, dos quais me dediquei 14 anos explorando este monstruoso Sistema Sac Actún. Agora, o trabalho de todos é conservá-lo”, afirmou Schmittner.
O sistema de cavernas submersas de água doce tem uma profundidade média de 20 quilômetros (embora haja trechos com dois metros de profundidade) e há lugares em que existem escadarias, muros e espaços modificados por seres humanos, incluindo evidências de civilizações antigas, como a maia.
A Península de Yucatán está repleta de relíquias monumentais do povo maia, cujas cidades utilizavam uma extensa rede de pântanos ligados a águas subterrâneas, conhecidas como cenotes.
Alguns cenotes tinham significado particular para os maias, cujos descendentes continuam a habitar a região.
Fonte: Deutsche Welle

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

AMAZÔNIA

Moratória da soja conserva Amazônia

As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (10/01), em coletiva de imprensa no Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília. “Com a moratória, praticamente acabou o desmatamento por plantio de soja na Amazônia sem acabar o seu plantio, mostrando que é possível desenvolvimento sem desmatar”, defendeu o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho. “É uma ação conjunta na qual a sociedade civil e os produtores têm um papel importantíssimo”, destacou.
O acordo teve início em 2006, quando a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), por pressão da sociedade civil e do mercado internacional, declararam não comercializar ou financiar soja oriunda de áreas desmatadas na Amazônia Legal após junho de 2006. Com a publicação da Lei 12.651/12, o novo Código Florestal, essa data foi alterada para julho de 2008, ano de adesão do governo federal ao compromisso setorial.
Atualmente, está presente em sete estados da Amazônia Legal: Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Amapá, Maranhão e Tocantins. Nos 89 municípios monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 94,4% do desmate não está associado à conversão de terras para o plantio – a produção ocorre em áreas de pastagem degradada ou em áreas desmatadas antes de 2008, ano-base da moratória.
O GTS, instância de coordenação da moratória da soja, é formado por instituições como a Abiove, Anec, Greenpeace, WWF, Conservação Internacional, MMA, Banco do Brasil e Inpe, entre outras.
EXEMPLO
O ministro Sarney Filho afirmou, ainda, que o acordo setorial é exemplo para o mundo e defendeu que seja estendido para o bioma Cerrado. “É inevitável que o Cerrado passe pelo mesmo processo. Todos sairão ganhando”, disse. Um Grupo de Trabalho do Cerrado (GTC) vem trabalhando, desde 2017, em propostas para conter o avanço da fronteira agrícola no bioma mais desmatado do país. Atualmente, 54% da soja brasileira é produzida no Cerrado, com novas frentes de plantio na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Para fazer frente a esses desafios, o MMA compôs dois grupos de trabalho, na primeira semana de 2018: um para tratar do controle do desmatamento na cadeia produtiva da soja e outro, no setor pecuarista. Ambos têm o objetivo de propor ações de prevenção e contribuir para a execução dos planos de combate ao desmatamento na Amazônia e no Cerrado. “As medidas são necessárias para o cumprimento das metas brasileiras dentro do Acordo de Paris sobre mudança do clima”, defendeu o secretário de Mudança do Clima e Florestas do MMA, Everton Lucero.
Segundo o estrategista sênior de Florestas do Greenpeace, Paulo Adário, um dos coordenadores do GTS e pioneiro nas tratativas da moratória da soja, a iniciativa consegue conciliar a proteção ao meio ambiente com a produção de alimentos, por meio do diálogo entre o setor produtivo, a sociedade civil e o governo. O consultor da Abiove e também pioneiro da moratória, Carlo Lovatelli, o pacto confere credibilidade ao setor e traz bons resultados. “É possível produzir conservando os recursos naturais, conforme exigências do mercado internacional”, afirmou.
NÚMEROS
• A média do desmatamento nos municípios monitorados caiu de 6.847 km²/ano (2002-2008) para 1.049 km²/ano (2009-2016) – uma redução de 85%.
• Menos de 2% da expansão dos plantios de soja se deu em áreas desmatadas após julho de 2008. De um total de 4,5 milhões de hectares plantados na safra 2016/2017, apenas 47.365 hectares não estão em conformidade com a moratória.
• Desde o início da moratória, a área cultivada com soja no bioma Amazônia aumentou quatro vezes, passando de 1,14 milhão de hectares, na safra 2006/07, para 4,48 milhões de hectares na safra 2016/17, o que corresponde a 13% do plantio nacional de soja.
Acesse a íntegra do documentoMoratória da Soja – Safra 2016/2017
Fonte: MMA

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

PEQUIM

O azul volta aos céus de Pequim

“É como se a vida tivesse voltado”, explica satisfeito Zou Yi, um pequinês que há cinco anos fotografa todos os dias o horizonte, poluído ou não, que vê do seu apartamento, no 13º andar.
A qualidade do ar melhorou de forma espetacular e atingiu níveis nunca vistos desde o lançamento das medidas de controle da poluição em Pequim em 2013, segundo o Escritório de Proteção do Meio Ambiente.
Um dado resume o fenômeno: no quarto trimestre, a densidade média de partículas finas de 2,5 micrômetros de diâmetro (PM 2,5), muito perigosas porque penetram profundamente nos pulmões, caiu para 53,8% em relação ao ano anterior.
Para os especialistas, dois motivos explicam esta melhora: uma meteorologia favorável e uma aplicação mais estrita das leis ambientais.
– ‘Só o começo’ –
Mas as medidas do governo serão suficientes? Não é certo, já que as autoridades anunciam uma nova onda de poluição para este fim de semana.
Do seu apartamento panorâmico sobre os arranha-céus do setor de negócios, Zou se lembra da paisagem “lúgubre” que via quase diariamente, sobretudo no inverno, quando as calefações funcionam sem parar.
Este ex-investidor imobiliário reuniu cerca de 2.000 imagens que mostram os edifícios dos arredores, envolvidos em tonalidades cinzas ou azuis.
Zou iniciou este projeto em 2013, cansado de que a camada de poluição o impedisse de sair de casa. Desde então, deixou seu trabalho para se dedicar totalmente ao meio ambiente.
“Agora que o ar é melhor, descubro uma cidade cheia de cores, emoções e ritmo”, conta.
“Queremos mais ar puro! Isto é só o começo”, exclama sorridente em um parque Tian Yuan, aposentado de 65 anos.
Duas importantes medidas políticas permitiram este progresso.
As autoridades ordenaram fechar, nestes últimos anos, um grande número de fábricas poluentes situadas perto de Pequim. E no final de 2017, os habitantes das regiões nos arredores da capital tiveram que parar de utilizar a calefação de carvão e passar a gás ou eletricidade.
– Um azul duradouro? –
Os fortes ventos do norte neste inverno contribuíram para melhorar a qualidade do ar, aponta Huang Wei, do Greenpeace. Mas a associação ambientalista não se mostra triunfante.
O Greenpeace comemorou na quinta-feira em um relatório a queda notável do nível médio de partículas PM 2,5 em Pequim e em 27 cidades vizinhas: -33,1% em relação ao ano anterior durante o período de abril a dezembro de 2017.
Mas no conjunto do país, destaca a ONG, o retrocesso é de apenas 4,5% em 2017, a queda anual mais baixa desde 2013.
Para Xu Yuan, especialista em poluição atmosférica na Universidade chinesa de Hong Kong, a melhora recente representa “um ponto de inflexão”. Ele espera, no entanto, que “as pessoas não se contentem com isto”.
Em Pequim, o fotógrafo Zou Yi permanece, porém, atento e continua tirando fotos do céu diariamente. “Eu tenho só um sonho”, diz. “Que o céu de nosso país sempre pareça assim”.
Fonte: Isto É

domingo, 21 de janeiro de 2018

INCÊNDIO

Incêndio queima 28% da maior reserva de cerrado do planeta.



Incêndio, que durou dez dias, destruiu 68 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no centro-oeste do Brasil

No mês de outubro, no Brasil, um incêndio arrasou com 68.000 hectares, uma área que corresponde ao 28% da área de conservação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no estado de Goiás. Ele começou no dia 18 de outubro, e dez dias depois, após um sobrevoo pela área, não foram vistos mais focos de fogo.
Nunca houve um incêndio de tantas proporções neste parque, o que comoveu um grande número de pessoas que trabalharam na zona para combater o fogo. Ao total foram 400, entre bombeiros, policiais, brigadistas e voluntários. Estima-se que mais de 1 milhão de litros de água foram usados para combater a queimada.
O governo abriu uma investigação para conhecer as causas do incêndio. De acordo com o coordenador de prevenção e combate ao fogo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlink, o fogo foi provocado de maneira intencional. A pessoa conhecia bem a zona e se aproveitou da direção do vento para que o fogo se espalhasse de forma rápida.
Em entrevista à BBC Brasil, o chefe do parque, Fernando Tatagiba, também concorda que a queimada foi um ato criminoso. “Não existe a possibilidade de combustão espontânea nessa região e 100% dos incêndios na seca no Cerrado são provocados pelo homem. O local onde ele começou deixa claro que o incêndio foi uma ação humana”, disse.
O parque é uma referência para o bioma cerrado, por ser uma das zonas mais importantes de espécies em extinção ou endêmicas, como o lobo-guará, o pato-mergulhão e a onça-pintada. No parque, há nascentes de seis das oito bacias hidrográficas brasileiras, e a região possui uma das maiores biodiversidades do mundo. Atualmente, o parque é a maior reserva do cerrado, com 240 mil hectares.
Os profissionais interessados em atuar na conservação ambiental podem optar por uma capacitação de qualidade com os programas da área de Meio Ambiente, patrocinados pela FUNIBER.
Incêndio que já destruiu 26% da Chapada dos Veadeiros ‘foi causado por ação humana’, diz chefe do parque
Foto: Alguns direitos reservados por Agência Brasil Fotografias

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Impacto ambiental

Qual é o impacto ambiental das viagens aéreas?

A Organização Internacional de Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês), com sede no Canadá, estima em 3,7 bilhões o total de viajantes aéreos em 2016, e a cada ano, desde 2009, se estabelece um novo recorde.
Até 2035, a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) prevê um aumento para 7,2 bilhões de viajantes em aeronaves. Como os próprios aviões, os números só continuam subindo. E, diante do estrago que voar causa ao planeta, essas projeções dão o que pensar.
Muito além do dióxido de carbono
Muitos cálculos colocam a contribuição da aviação para as emissões globais de dióxido de carbono em apenas 2%, um número que a própria indústria costuma aceitar. Para Stefan Gössling, contudo, professor nas universidades suecas de Lund e Linnaeus e coeditor do livro Climate change and aviation: Issues, challenges and solutions(“Mudanças climáticas e aviação: Questões, desafios e soluções”, em tradução livre), “essa é apenas metade da verdade”.
Outras emissões da aviação têm efeitos adicionais sobre o aquecimento global: óxido de nitrogênio, vapor dꞌágua, material particulado, trilhas de condensação e alterações das nuvens do tipo cirro também contribuem para esquentar o clima.
“A contribuição do setor para o aquecimento global é pelo menos duas vezes maior que o efeito isolado do CO2″, explicou Gössling à DW. Ele estima a impacto total dos voos de avião sobre a mudança climática em “no mínimo” 5%.
Contudo, mesmo aceitando-se uma participação de 2% nas emissões globais, causada por apenas 3% da população que voou em 2017, um grupo relativamente pequeno seria responsável por uma parcela desproporcionalmente grande das emissões de gases poluentes.
Há alguns anos, o grupo ambiental Germanwatch calculou que uma única pessoa voando entre a Alemanha e o Caribe, ida e volta, produz cerca de quatro toneladas métricas de CO2 – o mesmo volume de emissões danosas que 80 residentes médios da Tanzânia num ano inteiro.
“Num nível individual, não existe outra atividade humana que emita tanto em tão pouco tempo quanto a aviação, pois ela consome grande quantidade de energia”, explica Gössling.
A calculadora de pegada ambiental da rede WWF é bastante elucidativa: até mesmo um ambientalista convicto, vegano, que aquece a casa com energia solar e vai para o trabalho de bicicleta, deixa de ser especialmente ecológico se continua a ocasionalmente viajar de avião. Pois bastam dois voos curtos e um longo por ano para transformar um ambientalista em vilão do clima.
Novas tecnologias não resolvem tudo
À medida que cresce a consciência de que é preciso reduzir a pegada ecológica tanto individual quanto coletiva, para evitar que a catástrofe climática, também aumenta a pressão sobre vários setores da economia para encontrar soluções ambientalmente limpas.
A aviação fez suas próprias promessas: em outubro de 2016, num acordo da ONU, 191 países se comprometeram a reduzir as emissões de CO2 da aviação global, em duas etapas: no ano 2035, até os níveis de 2020; e em 2050 até os de 2005.
Segundo Goater a aviação persegue quatro abordagens para alcançar essas metas: compensação de emissões de CO2 no curto prazo; desenvolvimento continuado de aviões mais eficientes; maiores investimentos em combustíveis sustentáveis, como os biocombustíveis; e melhor eficiência de rotas.
“Basicamente, o tráfego aéreo é muito ineficiente”, explica o porta-voz da Iata, “cria queima desnecessária de combustíveis, e um uso mais eficaz reduziria as emissões em 10%.” Ele também destaca que um número – embora pequeno – de voos comerciais atualmente é realizado com combustíveis sustentáveis todos os dias, apesar de o primeiro voo do tipo ter sido realizado há menos de uma década.
“Foi algo que aconteceu muito mais rápido do que se esperava”, resume Goater. Para ele, a chave agora é o setor priorizar os investimentos na área e os governos se comprometerem, assim como fizeram com a mobilidade elétrica, no setor automotivo.
Entretanto o pesquisador Gössling e muitos de seus colegas ainda não estão convencidos. “Acho que, essencialmente, precisamos de altas de preços. Entrevistamos líderes da indústria há alguns meses, e muitos deles concordaram secretamente – foram entrevistas anônimas – que, se não houver uma alta expressiva no preço dos combustíveis fósseis, não há como os combustíveis alternativos terem sucesso.”
Daniel Mittler, diretor político da ONG ambiental Greenpeace, concorda que os combustíveis fósseis precisam ser mais caros. “O primeiro passo é acabar com todos os subsídios aos combustíveis fósseis, incluindo os destinados à aviação, e taxar corretamente a indústria aérea.”
Para Goater, da Iata, a proposta é pouco realista. “O combustível já é responsável por uma porção significativa dos custos das companhias aéreas. Acredite: se pudéssemos voar sem petróleo, voaríamos.”
Consumismo é o vilão
Então, qual é a solução? O professor Gössling, que dedicou mais de 20 anos de pesquisas ao assunto, vê apenas uma: “Precisamos realmente voar tanto quanto voamos, ou a quantidade dos nossos voos é induzida pela indústria?”. E argumenta que o setor aéreo, além de baixar artificialmente os preços das passagens, também incentiva um certo estilo de vida.
“As campanhas publicitárias de companhias aéreas projetam a imagem de que você pode se tornar parte de um grupo de jovens, passageiros aéreos urbanos frequentes, visitando uma cidade diferente no espaço de poucas semanas.”
Já para Goater, a ideia de ditar quem pode voar e quando é irreal e antiquada. “A redução de emissões deve ser equilibrada com a oportunidade de voar – acho que esse é um consenso estabelecido no mainstream há anos. Não cabe às pessoas de uma parte do mundo assumir o papel de negar essas oportunidades a gente em outros lugares.”
Para Mittler, do Greenpeace, tudo se resume a uma escolha individual, como em tantas outras questões. Ele acredita que, ainda que ganhos de eficiência sejam vitais para evitar o aquecimento global, o primeiro passo é reduzir a quantidade de voos.
“Precisamos caminhar em direção a uma forma mais coletiva e solidária de viver neste planeta”, reivindica, acrescentando que renunciar às compras de fim de semana em Nova York pode ser uma das maneiras menos dolorosas de contribuir. “Precisamos de uma prosperidade baseada em comunidade e numa real riqueza de visão coletiva, em vez de baseada no consumo ininterrupto. A aviação é um símbolo desse tipo de consumo que precisamos deixar para trás.”
Fonte: Deutsche Welle

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

ICMBio

Regulamenta a visitação em Abrolhos

Por ano, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos recebe aproximadamente cinco mil visitantes, que a bordo de embarcações podem desenvolver diversas atividades recreativas e educativas, como o mergulho (livre e autônomo), a caminhada no arquipélago e a observação de baleias. A Portaria do ICMBio, publicada nessa quinta-feira (11/01), estabelece normas e regulamentos para as atividades de visitação que ocorrem na unidade de conservação. “A medida administrativa formaliza os critérios para visitação, estimula o ecoturismo e contribui para a segurança dos visitantes, assim como para a conservação do Parque Nacional Marinho”, explica Paulo Carneiro, diretor de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio.
Abrolhos é rota migratória e área de reprodução de várias espécies de baleias, que proporcionam um dos mais belos espetáculos naturais vistos no Brasil. O arquipélago possui excelentes pontos de mergulho, onde podem ser encontrados espécies só existem na região de Abrolhos, como o coral cérebro, e formações coralíneas únicas no planeta, como os Chapeirões, além da trilha na ilha da Siriba onde podem ser observadas diversas espécies de aves marinhas.
Paulo Carneiro explica que o parque apresenta potencial e estrutura para expandir o número de visitantes, podendo se posicionar entre os mais visitados do Brasil, a exemplo do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, no litoral pernambucano. De acordo com o diretor do ICMBio, a visitação em unidades de conservação marinhas tem avançado muito nos últimos anos e, desde o ano passado, conta com mais um reforço: o Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, criado em agosto de 2016 no litoral paulista e ordenado para iniciar a visitação pública em 2017. A estruturação da visitação em Alcatrazes está em andamento e, neste momento, a equipe da unidade de conservação trabalha na capacitação dos condutores que irão acompanhar os visitantes.
NORMAS PARA A VISITAÇÃO
Conforme a Portaria do ICMBio, embarcações que não forem cadastradas e sem autorização de uso não terão acesso às águas do Parque Nacional Marinho de Abrolhos. O cadastramento, primeiro passo para a obtenção da Autorização, será implementada nos próximos meses pela administração da unidade de conservação. Além da documentação necessária para a navegação, demandada pela Capitania dos Portos, o ICMBio exigirá o Cadastro no Ministério do Turismo, a declaração de compromisso com a legislação ambiental e as normas e regulamentos do parque, o termo de reconhecimento de riscos inerentes às atividades e o seguro obrigatório. “Com isso, será aprimorada qualidade dos serviços oferecidos aos visitantes do parque”, avalia Paulo Carneiro..
Fonte: MMA

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Desmatamento Zero

Está na hora do desmatamento zero.

A Amazônia povoa nosso imaginário com suas florestas luxuriantes, rios caudalosos e riquezas naturais superlativas. Toda essa riqueza tem sido ameaçada por um ciclo de desmatamento que começou há mais de 40 anos e ainda persiste nos dias de hoje. Nesse período foram destruídos 20% das florestas (até a década de 1960 apenas 1% das florestas havia sido derrubado). Embora na última década o Brasil tenha conseguido reduzir o desmatamento em cerca de 70%, a perda de floresta na Amazônia ainda é preocupante. A persistência do desmatamento é um câncer que ameaça não apenas a floresta, mas dificulta o desenvolvimento econômico e social da região. Portanto, é hora de perseguir um desmatamento próximo de zero na Amazônia nos próximos anos. É claro que haverá muitos desafios e obstáculos para atingi-lo, mas há quatro razões que favorecem essa meta.
Já desmatamos toda a terra de que precisamos. De fato, a Amazônia já perdeu uma área florestal maior do que os estados de Minas Gerais e Paraná somados. Porém, quase 70% dessa área desmatada está subutilizada. Essa área devastada é mais do que necessária para abrigar toda a expansão de agronegócio, agricultura familiar, projetos de mineração e infraestrutura e o crescimento urbano. Em alguns lugares da Amazônia, como Alta Floresta (Mato Grosso) e Paragominas (Pará), os pecuaristas estão intensificando com sucesso suas áreas de produção. Além de poupar a floresta, estão aumentando a rentabilidade de seus empreendimentos.
O crescimento econômico não requer mais desmatamento. Na década de 1970, a Amazônia participava com menos de 8% do PIB do Brasil. Passadas mais de quatro décadas, depois de todo o desmatamento ocorrido, a região ainda patina nos mesmos 8% do PIB nacional. A economia baseada no desmatamento não contribuiu para melhorar a situação econômica da população da Amazônia. As pessoas fizeram sacrifícios enormes e comprometeram sua qualidade de vida ao substituir uma floresta exuberante por cidades caóticas e afetadas por fumaça de queimadas. Contudo, os benefícios desse crescimento com base no desmatamento foram colhidos apenas por uma fração pequena de indivíduos e empresas.
O valor da floresta é cada vez maior. Nosso entendimento sobre o valor econômico da floresta foi ampliado nos últimos anos. A Amazônia tem também um papel fundamental na regulação do clima de grande parte da América do Sul. É “provedora” de chuvas para o Centro-Sul do Brasil.
O mercado não quer mais o desmatamento. Destaca-se a iniciativa do Consumer Goods Forum, uma aliança das principais empresas globais, cuja receita bruta anual supera os US$ 4 trilhões (mais de duas vezes o PIB do Brasil), que assumiu a meta de desmatamento zero até 2020. Ou seja, a partir dessa data, essas empresas deixarão de comprar carne, soja, óleo de palma, madeira ou papel e celulose que venham de áreas recém-desmatadas na Amazônia e nas outras florestas tropicais.
É claro que o fim do desmatamento, embora desejável e necessário, não será imediato nem fácil. No curto prazo (até 2020) será necessário atingir no mínimo um desflorestamento abaixo de 3.900 quilômetros quadrados por ano e perseguir um desmatamento zero a partir de 2020, assumindo que qualquer novo desmatamento deverá ser recompensado com o plantio de floresta nativa. Infelizmente, a crise fiscal e política que se abateu sobre o Brasil tem dificultado o avanço dessa agenda. A Amazônia ainda tem cerca de 70 milhões de hectares de florestas públicas “desprotegidas”, ameaçadas pela grilagem de terras e subsequente desmatamento. A Amazônia precisará se tornar prioritária na agenda nacional, o que requer uma política de desenvolvimento para a região que enfatize o uso intensivo das áreas já desmatadas, a economia florestal com seus ativos da biodiversidade e serviços ambientais, a valorização da imensa riqueza cultural e étnica e a conservação da vegetação remanescente.
Fonte: Beto Veríssimo ( Época)

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

CHINA

China e ONU Meio Ambiente assinam acordo de cooperação pelo desenvolvimento sustentável

O ministro chinês do Meio Ambiente, Li Ganjie, assinou na sexta-feira (5) um acordo de cooperação estratégica com o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, com o objetivo de apoiar a agência das Nações Unidas em seu suporte a países em desenvolvimento no enfrentamento de desafios ambientais.
O acordo também visa a apoiar esses países no desenvolvimento sustentável de suas economias e para aumentar o conhecimento sobre desafios ambientais. O pacto tem como foco a Cooperação Sul-Sul entre países asiáticos e africanos.
Após a bem sucedida implementação de 18 projetos na primeira fase, a China comprometeu outros 6 milhões de dólares para o período de 2016-2018, apoiando iniciativas em ecossistemas e biodiversidade, poluição, acordos ambientais multilaterais relacionados a produtos químicos, a iniciativa de investimentos “One Belt, One Road” e o centro de cooperação ambiental entre China e África.
Um acordo para o estabelecimento do centro também foi assinado por Ganjie e Solheim, assim como pelo ministro do Meio Ambiente do Quênia, Judi Wakhungu. Além disso, um acordo de financiamento de pequena escala foi fechado entre Zhou Guomei, diretor em exercício do Centro de Cooperação Ambiental China-África, e Sheila Aggarwal-Khan, diretora em exercício para a divisão de políticas e programas da ONU Meio Ambiente.
O fundo chinês cobre 81 países e apoia o portfólio mais amplo da ONU Meio Ambiente em política ambiental e governança.
Fonte: ONU

domingo, 14 de janeiro de 2018

Barulho de fábricas

Barulho de fábricas deixa pássaros com sintomas de transtorno do estresse, diz estudo

Cientistas observaram que pássaros expostos ao barulho possuíam alterações nos níveis de cortisol (hormônio relacionado ao estresse). Essas alterações, sugerem os cientistas, provavelmente estão relacionadas ao aumento da ansiedade e da vigilância provocada pelo ruído.
Ainda, havia mais dificuldade de reprodução e, em alguns casos, a ninhada nascia atrofiada. Pesquisadores também idenficaram que alguns passáros possuíam corpo menor e menos penas em relação à média de animais que não vivem em regiões próximas a excesso de ruído.
“Eles não conseguem obter informações do ambiente e, por isso, estão sempre estressados ​​porque não conseguem descobrir o que está acontecendo”, diz Rob Guralnick, um dos autores do estudo e pesquisador do Museu de Historia Natural da Florida, em nota.
“Assim como o estresse constante tende a degradar muitos aspectos da saúde de uma pessoa, ele tem um efeito cascata completo na saúde fisiológica [dos pássaros]“, completa.
Como foi o estudo
Para medir o efeito do barulho, pesquisadores acompanharam três espécies de aves que se reproduzem perto de operações de petróleo e gás no Departamento de Gestão de Terras no Novo México, nos Estados Unidos.
Cientistas deixaram 240 ninhos em 12 regiões diferentes. Além da observação, eles colheram amostras de sangue dos pássaros em três momentos diferentes. Curiosamente, as aves apresentavam níveis menores de cortisol, o hormônio do estresse, indica o estudo.
Segundo os pesquisadores, embora isso leve a acreditar que os animais estariam menos estressados, o resultado indica justamente o oposto — que os animais estão tão estressados que passaram a diminuir a produção do hormônio como um mecanismo de defesa.
Ainda, segundo o estudo, esse resultado crônico de níveis baixos de hormônio do estresse também foi observado nas ninhadas dos pássaros que viviam na região.
Adaptação ao estresse constante
Christopher Lowry, fisiologista do estresse e coautor do estudo explica, em nota, que o resultado da pesquisa é consistente com outras pesquisas em humanos e roedores.
A ciência vem descobrindo que, naqueles seres com estresse crônico constante, o hormônio do estresse (cortisol) acaba ficando extremamente baixo.
Segundo o pesquisador, quando há uma demanda constante por fuga ou luta, o corpo às vezes se adapta para economizar energia, e economiza também o hormônio. Esse “hipocortismo” tem sido relacionado à inflamação que, por sua vez, está associada a uma série de doenças e disfunções.
O estudo, sugerem os pesquisadores, pode ser extrapolado para outras regiões com ruído — e isso tem implicações importantes para a preservação do meio ambiente e da saúde humana.
Fonte: G1

sábado, 13 de janeiro de 2018

Oceanos mais quentes podem arruinar cadeia alimentar marinha

Roma – O fracasso em controlar o aumento da temperatura global poderia levar ao colapso da cadeia alimentar marinha, devastando os meios de subsistência de dezenas de milhões de pessoas que dependem da pesca para alimentos e renda, alertaram cientistas.
Oceanos mais quentes restringem fluxos de energia vitais entre as diferentes espécies do ecossistema marinho, reduzindo a quantidade de comida disponível para os grandes animais, na maioria peixes, no topo da cadeia alimentar, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira no periódico PLOS Biology.
Isso pode ter “implicações sérias” para a quantidade de peixes, disse Ivan Nagelkerken, professor de ecologia marinha da Universidade de Adelaide, na Austrália, um dos autores do estudo.
No mundo, cerca de 56,5 milhões de pessoas praticaram a pesca e a aquicultura em 2015, de acordo com dados da FAO, a agência das Nações Unidas para alimentação.
Segundo a agência, quase um quinto da proteína animal consumida por 3,2 bilhões de pessoas em 2015 veio do peixe.
Os cientistas de Adelaide montaram doze grandes tanques, cada um com 1.800 litros de água, num ambiente controlado para reproduzir as cadeias alimentares marinhas. Eles testaram os efeitos da acidificação e do aumento da temperatura durante seis meses.
A produtividade das plantas aumentou sob temperaturas mais quentes, mas isso se deu principalmente por causa da expansão de bactérias que os peixes não comem, disse Nagelderken.
Os resultados do estudo mostraram que o acordo climático de Paris de 2015 deve ser cumprido “para proteger os nossos oceanos do colapso, perda da biodiversidade e menos produção de peixes”.
Arquivado em:CIÊNCIA