domingo, 14 de janeiro de 2018

Barulho de fábricas

Barulho de fábricas deixa pássaros com sintomas de transtorno do estresse, diz estudo

Cientistas observaram que pássaros expostos ao barulho possuíam alterações nos níveis de cortisol (hormônio relacionado ao estresse). Essas alterações, sugerem os cientistas, provavelmente estão relacionadas ao aumento da ansiedade e da vigilância provocada pelo ruído.
Ainda, havia mais dificuldade de reprodução e, em alguns casos, a ninhada nascia atrofiada. Pesquisadores também idenficaram que alguns passáros possuíam corpo menor e menos penas em relação à média de animais que não vivem em regiões próximas a excesso de ruído.
“Eles não conseguem obter informações do ambiente e, por isso, estão sempre estressados ​​porque não conseguem descobrir o que está acontecendo”, diz Rob Guralnick, um dos autores do estudo e pesquisador do Museu de Historia Natural da Florida, em nota.
“Assim como o estresse constante tende a degradar muitos aspectos da saúde de uma pessoa, ele tem um efeito cascata completo na saúde fisiológica [dos pássaros]“, completa.
Como foi o estudo
Para medir o efeito do barulho, pesquisadores acompanharam três espécies de aves que se reproduzem perto de operações de petróleo e gás no Departamento de Gestão de Terras no Novo México, nos Estados Unidos.
Cientistas deixaram 240 ninhos em 12 regiões diferentes. Além da observação, eles colheram amostras de sangue dos pássaros em três momentos diferentes. Curiosamente, as aves apresentavam níveis menores de cortisol, o hormônio do estresse, indica o estudo.
Segundo os pesquisadores, embora isso leve a acreditar que os animais estariam menos estressados, o resultado indica justamente o oposto — que os animais estão tão estressados que passaram a diminuir a produção do hormônio como um mecanismo de defesa.
Ainda, segundo o estudo, esse resultado crônico de níveis baixos de hormônio do estresse também foi observado nas ninhadas dos pássaros que viviam na região.
Adaptação ao estresse constante
Christopher Lowry, fisiologista do estresse e coautor do estudo explica, em nota, que o resultado da pesquisa é consistente com outras pesquisas em humanos e roedores.
A ciência vem descobrindo que, naqueles seres com estresse crônico constante, o hormônio do estresse (cortisol) acaba ficando extremamente baixo.
Segundo o pesquisador, quando há uma demanda constante por fuga ou luta, o corpo às vezes se adapta para economizar energia, e economiza também o hormônio. Esse “hipocortismo” tem sido relacionado à inflamação que, por sua vez, está associada a uma série de doenças e disfunções.
O estudo, sugerem os pesquisadores, pode ser extrapolado para outras regiões com ruído — e isso tem implicações importantes para a preservação do meio ambiente e da saúde humana.
Fonte: G1

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