quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Focas machucadas por pedaços de plástico são encontradas por ONG.

FOCA COM PEDAÇO DE PLÁSTICO ENROLADO EM SEU PESCOÇO (FOTO: DIVULGAÇÃO/FRIENDS OF HORSEY)
Imagens de cortar o coração foram publicadas pela ONG britânica Friends of Horsey Seals, que defende a preservação das focas que vivem em região litorânea do Reino Unido. Diversos animais estão machucados por conta da presença de pedaços de plástico que estão no oceano: o lixo fica enrolado no pescoço das focas, causando ferimentos e prejudicando sua alimentação.
Ao menos 10 focas que foram observadas pela organização ambiental estavam machucadas. Elas vivem em uma colônia na região de Norfolk, na costa leste do Reino Unido. Voluntários que participaram do projeto ajudaram os animais a se livrarem dos pedaços de plástico e agora monitoram o seu estado de saúde.
De acordo com a Sociedade Real de Prevenção à Crueldade Contra Animais, considerada a maior ONG de proteção dos animais no Reino Unido, esse é o maior registro já encontrado de focas que sofreram prejuízos por conta da poluição ambiental. Pesquisadores afirmam que o plástico enrolado no pescoço dos animais prejudica as atividades de pesca da espécie, causando problemas graves de subnutrição. Além disso, os machucados causam infecções que podem dizimar a população de focas da região.
FOCA É ENCONTRADA COM PEDAÇO DE PLÁSTICO ENROLADO EM SEU PESCOÇO (FOTO: DIVULGAÇÃO/ FRIENDS OF HORSEY SEALS)
Os ambientalistas afirmam que também encontraram casos de focas que morreram enforcadas por conta do plástico. Além desse tipo de lixo, a ONG também relata que já encontrou pedaços de roupas enrolados nos animais, como bíquinis que foram perdidos no mar.
A maior dificuldade dos voluntários é tratar as focas com antibióticos ou resgatar exemplares da espécie para um cuidado mais intensivo: como elas não estão acostumadas com o convívio humano, os animais se aproximam com muita dificuldade dos membros da ONG.
As autoridades locais afirmam que realizam ações periódicas para a retirada do lixo na região costeira de Norfolk, mas a conscientização dos turistas de não deixar sujeira na praia é fundamental. Como a época de nascimento de filhotes de focas se aproxima, a atenção dos protetores de animais se redobrará nos próximos meses.
FOCA ENVOLVIDA EM LIXO NO REINO UNIDO (FOTO: DIVULGAÇÃO/ FRIENDS OF HORSEY SEALS)
Um estudo divulgado pelo departamento de ciência do governo do Reino Unido revelou uma tendência nada animadora: até 2025, os oceanos do planeta estarão três vezes mais poluídos com plástico. O problema é que, de acordo com as estimativas, atualmente já existem ao menos 5,25 trilhões de pedaços de plástico com tamanho médio de cinco milímitros que sujam as águas marítimas
Fonte: Revista Galileu

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Policiais australianos se atiram ao mar para salvar canguru de afogamento.

Policiais Russo e Tonkin entraram na água rapidamente quando notaram que canguru se afogava
Dois policiais australianos conseguiram salvar a vida de um canguru que se afogava no mar do sul de Melbourne na tarde deste sábado.
O canguru lutava para se manter na superfície da água quando os sargentos Christopher Russo e Kirby Tonkin entraram no mar para resgatá-lo.
“Sequer conversamos, ambos sabíamos o que precisava ser feito, então fomos em frente”, disse Russo à imprensa australiana.
Eles arrastaram o animal – a essa altura, inconsciente – para a areia e realizaram massagens cardíacas para ressuscitá-lo.
Era a segunda vez que o canguru entrava no mar naquele dia. A primeira foi testemunhada pela moradora local Mia Grant, que contou ter visto o animal atravessar a avenida e pular no mar.
“Vi ele nadando e, de repente, foi pego de surpresa pelas ondas. Tiramos ele de lá e esperamos pela polícia”, disse.
 O animal ficou assustado, e por isso entrou na água pela segunda ve
Mas o animal, embora exausto, ficou assustado e voltou a pular no mar. Foi quando os policiais foram atrás dele.
“Em menos de um minuto (…), ele submergiu na água e, quando reaparecia, víamos espuma saindo do seu nariz. Ele estava se afogando”, prosseguiu Russo.
“Puxei-o pelo rabo enquanto Kirby segurava sua cabeça. Trouxe-o para a praia e limpei seus pulmões, tirando a água. Daí começamos as massagens cardíacas, e ele voltou a respirar. Foi quando consegui sentir seu coração bater.”
 Canguru foi arrastado à praia já inconsciente
O animal foi levado para a delegacia policial e passa bem, segundo comunicado da polícia.
A agência de proteção à vida selvagem Animalia Wildlife Shelter passou a se ocupar dele depois do salvamento. “Vamos deixar que ele se recupere a seu ritmo. (Enquanto isso), ele terá bastante pasto para comer e água para beber, e parece bastante feliz”, disse Michelle Thomas, diretora da entidade.
Canguru passa bem após o resgate
A maioria dos cangurus é capaz de nadar, embora poucos se arrisquem nas águas.
A moradora Mia Grant elogiou a ação dos policiais que salvaram o animal. “Com tantas coisas ruins que vemos, dá fé na humanidade ver alguém correr instantaneamente para a salvar um animal”, disse ela à imprensa local.
“Toda vida vale ser salva”, declarou o policial Tonkin.
Fonte: BBC

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O submarino nazista com toneladas de mercúrio que ameaça o mar na Noruega.

Imagens captadas por sondas mostram que o U-864 está a 150 metros de profundidade
Em 9 de fevereiro de 1945, nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial, o submarino alemão U-864 navegava pela costa oeste da Noruega carregado de insumos para fabricar equipamentos bélicos – inclusive chumbo, aço e 65 toneladas de mercúrio.
Sua missão, chamada Operação César, era chegar até o Japão, país aliado da Alemanha, com o objetivo de fortalecer o arsenal japonês na guerra.
A tripulação do U-864 era de 73 pessoas, incluindo cientistas que trabalhavam para o regime nazista e que iriam transferir seu conhecimento aos japoneses.
Mas a operação fracassou.
Um submarino britânico, o HMS Venturer, conseguiu interceptar o U-864 e o torpedeou. Todos os ocupantes morreram.
O ataque entrou para a história como o único episódio da guerra em que um submarino submerso conseguiu destruir outro também estando no fundo do mar.
Em 2003, passados 58 anos do episódio, a Marinha norueguesa encontrou os destroços do U-864, a duas milhas náuticas de distância da ilha Fedje. E a descoberta trouxe preocupações para as autoridades do país.
O submarino, cujos destroços estão a 150 metros de profundidade, está rachado em duas partes – na proa e na popa -, e diversos fragmentos da embarcação repousam ao redor.
Embarcação levava cápsulas carregadas com mercúrio
Agora, autoridades norueguesas discutem qual seria a melhor maneira de lidar com o risco de contaminação trazido pela carga de mercúrio que ainda está dentro do submarino.
Nos anos seguintes à descoberta dos destroços, estudos indicaram que a concentração de mercúrio estavam acima de limites aceitáveis nos arredores do submarino.
Em 2005, a Autoridade de Segurança Alimentar norueguesa recomendou que crianças e mulheres grávidas não comessem alimentos que tivessem sido pescados naquela região.
Um estudo do Instituto Nacional de Investigação sobre Nutrição e Alimentos Marinhos concluiu que os peixes que haviam sido expostos a sedimentos da área do submarino tinham níveis mercúrio quatro vezes mais altos que os peixes de outras áreas da costa norueguesa.
Em 2014, a Administração Costeira da Noruega levantou outra preocupação: remover os destroços do submarino faria com que o material tóxico se espalhasse.
Para evitar que o submarino se movesse durante eventuais tremores no leito marinho, foram lançados sobre os destroços cerca de 100 mil metros cúbicos de areia e rochas, para estabilizar a área.
Agora, em meados de outubro, as autoridades norueguesas decidiram que cobrir o submarino é a solução mais segura e ambientalmente correta.
Segundo comunicado recente do Ministério dos Transportes do país, será lançado sobre os destroços um tipo de “cobertor” sobre uma área de 47 mil metros quadrados. Se tudo correr bem, a cobertura estará concluída até 2020, para proteger “os destroços em si, os sedimentos contaminados e uma zona de transição limpa de 17 mil metros quadrados”.
O objetivo é conter o “legado mortífero” que poderia desencadear “um dos piores desastres ecológicos do Mar do Norte”, segundo um documentário realizado sobre o U-864.
Fonte: BBC

sábado, 27 de outubro de 2018

A cidade que dá cerveja e sorvete grátis a quem usa bicicleta ou transporte público.

Há quem faça a adesão pelos benefícios de fazer exercício físico, pedalando, mas os prêmios também têm servido de motivação — Foto: Skitterphoto/Creative Commons
Andar de bicicleta nunca havia sido tão gratificante.
A cidade de Bolonha, no norte da Itália, criou um sistema de recompensa para os cidadãos que usam bicicleta ou transporte público em vez de carro particular – como forma de conter a poluição provocada pela emissão de gases causadores do efeito estufa que têm cada vez mais impulsionado o aquecimento do planeta.
É assim, por meio da iniciativa, que muitos ciclistas recebem cervejas, ingressos de cinema e outros “brindes” em troca de viagens que realizam pedalando.
Tudo é feito por meio de um aplicativo, chamado Bella Mossa, que pode ser traduzido como “Bom Trabalho”.
O idealizador é o italiano Marco Amadori, um urbanista que lançou a ideia no ano passado para tentar tornar os transportes ecologicamente sustentáveis ​​mais atraentes.
“Pela primeira vez fomos capazes de envolver todo mundo. Todos têm a possibilidade de trocar uma viagem de carro por uma de bicicleta ou ônibus e receber uma recompensa”, explicou Amadori a uma equipe da BBC que viajou para Bolonha

Como funciona

O sistema é simples. O usuário baixa o aplicativo, registra as viagens que faz em transporte público ou de bicicleta e, em seguida, troca os pontos por produtos nos estabelecimentos que aderiram ao programa.
Mas, cuidado: o aplicativo também detecta trapaças. Com um sistema de GPS, ele consegue rastrear a velocidade e a duração da viagem para conferir se estão de acordo com os selecionados no aplicativo.
Além disso, o sistema não recompensa a distância percorrida, mas a assiduidade.
Desta maneira, os pontos são obtidos por viagem, e não por quilometragem, para estimular os participantes a usarem o meio de transporte mais limpo o maior número de vezes possível.
Até quatro viagens podem ser registradas por vez pelo usuário.
Ao final do trajeto, o aplicativo mostra o quanto de CO2 (dióxido de carbono) – um dos gases causadores do aquecimento global – deixou de ser emitido por terem escolhido o meio alternativo de locomoção.
Uma equipe da BBC viajou a Bolonha para verificar como funcionava o mecanismo e averiguou que são necessárias aproximadamente oito viagens para se obter um sorvete grátis.

Resultados

O sistema, financiado com recursos da União Europeia e da prefeitura de Bolonha, funciona apenas seis meses por ano, mas em 2017 o sucesso foi indiscutível.
Ao longo do período, foram registrados 3,7 milhões de quilômetros e até 16 mil cupons foram trocados.
Para o sucesso da iniciativa, é vital a colaboração do comércio local – com mais de uma centena de estabelecimentos cadastrados no programa -, mas também a participação dos cidadãos.
“Ela estimula as pessoas a fazerem uma atividade física e isso é sempre bom para a saúde”, defende uma usuária chamada Elisa. Outro, Fabio, afirma que aderiu “porque é divertido, mas também pelos pontos” que ganha em troca.
* Esta reportagem é uma adaptação de um vídeo produzido por Amelia Martyn-Hemphill e Nicola Kelly para o BBC World Hacks, canal online da BBC que apresenta ideias para tornar o mundo melhor e verifica se elas funcionam.
Fonte: BBC

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

NO MUNDO

Quase metade da população global vive abaixo da linha da pobreza, diz Banco Mundial.

Segundo o Banco Mundial, a região da América Latina e do Caribe teve menos prosperidade compartilhada de 2010 a 2015 do que nos anos anteriores.

Homem revira lixo em Jacarta, na Indonésia. Imagem: Banco Mundial
Avanços econômicos no mundo indicam que, embora menos pessoas vivam em situação de pobreza extrema, quase metade da população mundial — 3,4 bilhões de pessoas — ainda luta para satisfazer as necessidades básicas, disse o Banco Mundial na última quarta-feira (17).
Viver com menos de 3,20 dólares (cerca de 11,90 reais) por dia reflete a linha da pobreza em países de renda média-baixa, enquanto 5,50 dólares (cerca de 20,45 reais) por dia é a linha-padrão para países de renda média-alta, de acordo com relatório bienal do Banco Mundial sobre Pobreza e Prosperidade Compartilhada, intitulado “Montando o Quebra-Cabeça da Pobreza”.
Banco Mundial continua comprometido a atingir o objetivo de erradicar a pobreza extrema, definida como a renda inferior a 1,90 dólar (cerca de 7,06 reais) por dia, até 2030. A porcentagem da população mundial que vive em pobreza extrema caiu para 10% em 2015, mas o ritmo dessa redução diminuiu, como advertiu o organismo internacional em setembro.
Contudo, uma vez que crescimento econômico significa que uma proporção muito maior dos pobres do mundo vive atualmente em países mais ricos, são fundamentais um melhor entendimento e novas linhas de pobreza para a combatê-la e erradicá-la, segundo o relatório.
“Erradicar a pobreza extrema até 2030 e promover a prosperidade compartilhada são os nossos objetivos e continuamos comprometidos com eles”, disse o presidente do Grupo Banco Mundial, Jim Yong Kim. “Ao mesmo tempo, podemos ter uma visão mais ampla da pobreza em diferentes níveis e dimensões ao redor do mundo. Essa visão revela que a pobreza está mais generalizada e enraizada, sublinhando a importância de se investir na população”.
Embora as taxas de pobreza extrema tenham baixado substancialmente, tendo caído dos 36% em 1990, a análise ampla do relatório sobre a natureza da pobreza demonstra a magnitude do desafio da sua erradicação. Mais de 1,9 bilhão de pessoas, ou 26,2% da população mundial, viviam com menos de 3,20 dólares por dia em 2015. Cerca de 46% da população mundial vivia com menos de 5,50 dólares por dia.
O relatório também vai além da pobreza monetária para entender como o acesso a saneamento e água tratada, educação ou eletricidade afeta o bem-estar da família. E como os maiores afetados pela pobreza frequentemente são mulheres e crianças, o relatório analisa como a pobreza varia dentro do ambiente familiar.
O relatório constata que a renda dos 40% mais pobres aumentou em 70 das 91 economias monitoradas. Em mais de metade das economias, a renda dessa parcela cresceu mais do que a média, o que significa que estão recebendo uma parcela maior dos rendimentos econômicos.
No entanto, o progresso na prosperidade compartilhada estava atrasado em algumas regiões do mundo. O relatório adverte também que os dados necessários para avaliar a prosperidade compartilhada são mais deficientes justamente nos países que mais precisam de melhora. Apenas um em cada quatro países de baixa renda e quatro dos 35 Estados reconhecidos como frágeis e com áreas de conflitos possuem dados históricos sobre prosperidade compartilhada.
Os novos indicadores permitem ao Banco Mundial monitorar melhor a pobreza em todos os países, em múltiplos aspectos da vida e para todos os indivíduos de cada ambiente familiar.

Indicadores regionais

Ásia Oriental e Pacífico

A região foi uma das que teve melhores resultados em prosperidade compartilhada: a renda dos 40% mais pobres da população aumentou em média 4,7% entre 2010 e 2015. A Ásia Oriental não apenas obteve as maiores reduções na pobreza extrema, como também na proporção de pessoas que vivem com menos de 3,20 dólares e 5,50 dólares por dia. Embora a pobreza extrema seja muito baixa, a região registrou uma maior porcentagem de pessoas sem acesso a saneamento.

Europa e Ásia Central

Muitos países da região sofreram recuos no crescimento dos rendimentos dos 40% mais pobres. Em contrapartida, houve uma recuperação em várias economias cujos 40% mais pobres registaram grandes perdas por causa das crises financeira e da dívida. Entre as regiões em desenvolvimento, Europa e Ásia Central tiveram a porcentagem mais baixa de pessoas que vivem abaixo das linhas de pobreza de 3,20 e 5,50 dólares. Porém, em termos de porcentagem de pessoas sem acesso ao ensino, o desempenho foi pior do que o da Ásia Oriental e Pacífico ou da América Latina e Caribe.

América Latina e Caribe

A região teve menos prosperidade compartilhada de 2010 a 2015 do que nos anos anteriores, uma vez que as suas economias sofreram o impacto de uma desaceleração nos preços globais de commodities. A região tinha quase 11% da população com renda inferior a 3,20 dólares por dia e mais de 26% com renda inferior a 5,50 dólares por dia em 2015. A pobreza, na região, estava mais associada a aspectos não monetários, tais como a falta de acesso a água potável, saneamento adequado ou eletricidade.

Oriente Médio e Norte da África

Embora a região tenha registrado um aumento do número de pessoas que vivem com menos de 1,90 dólar por dia, os níveis de pobreza extrema mantiveram-se baixos. Contudo, a região tinha mais pessoas com renda inferior a 5,50 dólares por dia em 2015 do que em 1990. Adicionalmente, praticamente uma em cada sete pessoas não tinha saneamento adequado.

Sul Asiático

A região registrou um crescimento notável dos rendimentos dos 40% mais pobres, entre 2010 e 2015. Apesar do declínio de 35 pontos percentuais na pobreza extrema entre 1990 e 2015, a região registrou apenas um recuo de 8% nas pessoas com renda inferior a 3,20 dólares por dia e mais de 80% da região ainda vivia abaixo dos 5,50 dólares por dia em 2015. Além disso, o número de pessoas na região vivendo em lares sem acesso a eletricidade ou saneamento adequado era muito superior ao das pessoas que viviam em pobreza monetária.

África Subsaariana

Um terço dos países da região teve um crescimento negativo do rendimento nos 40% mais pobres da sua população. Região com o maior número de pessoas vivendo na extrema pobreza, a África viu a sua população quase duplicar entre 1990 e 2015, sendo que um dos maiores aumentos se deu entre a população que vive com renda inferior a 3,20 dólares e superior a 1,90 dólar. Os pobres sofreram privações múltiplas, como baixos níveis de consumo e falta de acesso à educação e serviços básicos de infraestrutura.

Fonte: ONU Brasil

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

União Europeia avança para banir plástico descartável.

UE argumentou que 80% do lixo nos oceanos é composto de produtos de plástico
O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira (24/10) uma proposta para proibir produtos de plástico descartável, como pratos, canudos, talheres e cotonetes, em todos os países da União Europeia (UE).
A proposta, que recebeu amplo apoio dos eurodeputados, prevê que alguns produtos descartáveis que já possuem substitutos fabricados com outras matérias-primas sejam banidos a partir de 2021. Os Estados-membros da UE seriam obrigados a reciclar 90% das garrafas de plástico até 2025, enquanto os fabricantes teriam que ajudar a cobrir os custos do gerenciamento do lixo.
Em maio, a Comissão Europeia propôs a proibição de uma série de produtos plásticos descartáveis e a redução do uso de itens plásticos como embalagens de alimentos. Ao apresentar a proposta, o órgão executivo da UE argumentou que mais de 80% do lixo nos oceanos é composto de produtos de plástico.
Os eurodeputados acrescentaram à lista da Comissão sacolas de plástico leve, embalagens de poliestireno usadas por redes de fast food e produtos feitos com plástico oxodegradável, que, segundo os críticos, não se decompõem por completo.
Os filtros de cigarros, que podem levar mais de uma década para se decompor, também devem ser reduzidos em 50% até 2025 e em 80% até 2030. Os países do bloco deverão também coletar equipamentos de pesca que poluem as praias.
A proibição ainda precisa ser negociada em conversações com os Estados-membros. Se todos concordarem, a legislação passará a valer a partir de 2021.
“Enviamos um forte sinal à indústria”, afirmou a eurodeputada belga Frédérique Ries, que participará da negociação com os países do bloco. “Há apoio popular amplo e crescente sobre essa questão”, afirmou.
A UE recicla apenas um quarto das 25 milhões de toneladas de lixo plástico que produz anualmente. Alguns críticos argumentam que, em vez de banir os plásticos, as leis deveriam focar a maneira como esses produtos são descartados.
O vice-presidente da Comissão Europeia, Franz Timmermans, que supervisiona os esforços para reduzir o lixo plástico, disse que o bloco europeu deve agir de modo mais decisivo.
“A Europa deve aceitar o fato de que não podemos apenas jogar a responsabilidade para outros”, afirmou. “Esta é a primeira estratégia em todo o mundo que leva em conta a totalidade da questão do papel do plástico em nossa economia. Se não agirmos agora, se não progredirmos com rapidez […] teremos mais plástico do que peixes nos oceanos.”
Fonte: Deutsche Welle

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

O rato gigante que ameaça de extinção espécie de albatroz.

Só restam 2 mil casais de albatroz-de-tristão na ilha de Gough
Ratos gigantes estão matando milhões de filhotes de aves em uma ilha remota do Atlântico Sul, chegando a ameaçar espécies raras de extinção.
De acordo com um estudo da organização britânica Royal Society for the Protection of Birds, ratos introduzidos na ilha de Gough no século 19 passaram a comer os ovos e os filhotes de pássaros.
O grupo diz que, se nada for feito, uma espécie ameaçada, albatroz-de-tristão, provavelmente será extinta.
Há, entretanto, um projeto para erradicar o roedor até 2020.
Gough é uma ilha remota que faz parte do território do Reino Unido, considerada uma das mais importantes colônias de pássaros do mundo, com mais de 10 milhões deles.
É também chamada de Ilha de Gonçalo Álvares pelos portugueses, em homenagem ao explorador que teria sido um dos primeiros a chegar ao local, no início do século 16.
Ratos chegaram a matar 2 milhões de filhotes em um ano – albatroz é uma das espécies afetadas
Os ratos chegaram à ilha vulcânica de 91 km² trazidos pelos navios que aportavam ali no século 19, e se adaptaram às condições naquele pequeno pedaço de terra alimentando-se de ovos e de filhotes de aves.
Câmeras já registraram grupos de até nove ratos comendo os filhotes de pássaros.
A estratégia adaptativa deu tão certo que os ratos acabaram se tornaram “gigantes”. São 50% maiores do que um rato doméstico.
“Muitas das aves da ilha são pequenas e fazem seus ninhos em buracos”, diz Anthony Caravaggi, da University College Cork, na Irlanda.
“Os filhotes são menores e não têm como fugir, então, para um rato oportunista, eles são presa relativamente fácil. Como ficaram maiores, os ratos agora atacam todos os pássaros, mesmo os filhotes de albatroz-de-tristão, que são maiores do que outras aves”.
 Um dos ratos que estão causando estragos na ilha de Gough
De acordo com o estudo de Caravaggi, ao menos dois milhões de filhotes estão sendo perdidos anualmente.
A preocupação principal são as espécies raras em Gough, especialmente o albatroz-de-tristão.
Só restam 2 mil casais. As aves vivem em casal a vida toda e produzem só um ovo por ano.
Há registros de pais que voltam para o ninho com comida e encontram os filhotes mortos. A extinção dessa espécie é dada certa em algumas décadas, caso a situação não seja revertida.
“Num curto espaço de tempo, o albatroz-de-tristão desaparecerá, assim como várias outras espécies”, diz Caravaggi.
“Apesar da ave ser a que mais chama atenção, há outras espécies aqui, como a grazina-de-barriga-branca e faigões, que serão os próximos (a entrarem em extinção), se os ratos não forem removidos.”
Dado que os ratos se adaptaram à oportunidade que as aves representam, por que elas também não reagiram à ameaça?
Albatroz de nariz amarelo
“Essas espécies evoluíram para viver na ilha livres de predadores. É por isso que tem tantas aves lá”, diz Alex Bond, do Natural History Museum, que também assina a pesquisa.
“Surgem novas gerações de ratos umas duas vezes por ano, mas, para aves como a albatroz-de-tristão, que ficam os primeiros dez anos no mar, demora muito para esses mecanismos comportamentais terem efeito.”
A RSPB, junto com o governo do arquipélago de Tristão da Cunha, que são os responsáveis pela ilha, fizeram um plano para erradicar os ratos da ilha.
A operação deve começar em 2020. Por causa da localização da ilha, é um grande desafio logístico.
É preciso enviar um navio da África do Sul, que vai levar dois helicópteros e um carregamento de bolinhas de cereal munidas de um anticoagulante que, em tese, mataria os ratos em 24 horas.
Ao chegarem à ilha, os helicópteros espalhariam as bolinhas pelo território. Há alguns anos a RSPB vem fazendo campanhas para levantar recursos para viabilizar a força-tarefa.
“Eliminar essa espécie invasiva é algo que já foi feito em 700 ilhas pelo mundo”, diz Bond.
“Não é uma novidade o que estamos fazendo, é uma técnica testada que pode trazer a solução que precisamos.”
Fonte: BBC

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Cientistas alertam para impactos ambientais de fontes renováveis de energia.

Para salvar o planeta do caos climático, o mundo precisa avançar rapidamente na transição dos combustíveis fósseis para as fontes renováveis de energia. E para que a mudança seja bem-sucedida, é preciso avaliar os prós e os contras de cada modelo de produção energética. Em artigos publicados nesta quinta-feira nas revistas “Environmental Research Letters“ e “Joule”, pesquisadores da Universidade Harvard alertam que a transição para a energia solar ou eólica nos EUA irá exigir entre cinco e 20 vezes mais terras do que se pensava, e que as fazendas eólicas de grande escala poderão aumentar a temperatura média da superfície da parte continental do país em 0,24 grau Celsius.
O vento bate o carvão em qualquer medição ambiental, mas isso não significa que seus impactos sejam insignificantes — afirmou David Keith, professor de Física Aplicada na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas de Harvard. — Nós devemos nos afastar rapidamente dos combustíveis fósseis para conter as emissões de carbono. Fazend
o isso, devemos fazer escolhas entre várias tecnologias de baixo carbono, todas com impactos sociais e ambientais.
Um dos primeiros quesitos a serem avaliados no impacto ambiental das tecnologias renováveis é o uso da terra. Em um dos artigos, Keith e seu colega Lee Miller, pós-doutorando em Harvard, descobriram que a geração eólica está sendo superestimada por negligenciarem as interações entre as turbinas. Ao movimentar as pás, os ventos perdem força, criando uma “sombra do vento”. Para apenas uma turbina, esse fenômeno não traz tantos impactos, mas para uma fazenda densa ele pode reduzir a produção energética.
No estudo, Keith e Miller identificaram a localização das 57.636 turbinas eólicas instaladas nos EUA e quantificaram a densidade energética de 411 fazendas eólicas e 1.150 usinas solares que estavam em operação nos EUA em 2016.
— Para o vento, nós descobrimos que a densidade energética média — que é a taxa da geração energética dividida pela área ocupada pela usina — era até cem vezes menor do que as estimativas de alguns dos maiores especialistas no setor — afirmou Miller. — A maioria dessas estimativas não consideraram a interação da turbina com a atmosfera. Para uma usina isolada, as interações não são importantes, mas quando as fazendas se estendem por cinco a dez quilômetros, essas interações geram grandes impactos na densidade energética.
Os resultados obtidos por Keith e Miller mostram que a densidade energética das usinas solares está superestimada até mesmo por órgãos importantes nos processos decisórios, como o Departamento de Energia dos EUA e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Para a energia solar, a densidade energética média é dez vezes maior que a produção eólica, mas também muito abaixo das estimativas anteriores. Dessa forma, concluem os pesquisadores, a transição exigirá mais terras do que previsto anteriormente.
No outro estudo, publicado na “Joule”, os cientistas demonstram que a transição energética não apenas irá exigir mais espaço, como irá alterar a dinâmica climática no país. Com base num modelo padrão de análise climática, eles preencheram a parte continental dos EUA com turbinas eólicas capazes de suprir as necessidades atuais de energia. Neste cenário, apenas a colocação das fazendas aqueceu a temperatura média na superfície em 0,24 grau. O cenário é mais drástico durante a noite, quando a variação estimada foi de 1,5 grau Celsius.
O aquecimento é resultado da desaceleração dos ventos provocada pelas pás das turbinas. Os cálculos indicam que o aumento nas temperaturas provocado pelas turbinas é maior que o efeito das reduções das emissões de gases-estufa, pois o aquecimento relacionado com as turbinas tem um efeito local, enquando as concentrações de gases do efeito estufa exigem uma ação global para que os benefícios sejam sentidos.
— Os impactos climáticos diretos da energia eólica são instantâneos, enquanto os benefícios das reduções das emissões se acumulam lentamente — destacou Keith. — Se a sua perspectiva forem os próximos dez anos, a energia eólica, na verdade, tem mais impactos climáticos que o gás ou o carvão. Se a perspectiva forem os próximos mil anos, então a energia eólica tem muito menos impacto climático.
Para a energia solar, os cientistas mediram que os impactos climáticos são cerca de dez vezes menores em comparação às fazendas eólicas.
— Este trabalho não deve ser visto como uma crítica fundamental à energia eólica — defendeu o pesquisador. — Nossa esperança é que o estudo, combinado com observações diretas recentes, marquem um ponto de virada onde os impactos climáticos da energia eólica comecem a receber consideração nas decisões estratégicas sobre a descarbonização do sistema energético.
Fonte: O Globo

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

A estudante que descobriu por acidente um metal extremamente raro na Terra.

Morgan Cox descobriu o mineral reidite em uma cratera da Austrália – até hoje, o mineral só foi encontrado em seis lugares na Terra
Morgan Cox, estudante da Escola de Geologia e Ciências Planetárias da Universidade de Curtin, na Austrália, descobriu um mineral muito estranho dentro de uma cratera no oeste australiano.
O mineral, chamado reidite, é mais raro que ouro e diamante. Ele só se forma em rochas que sofrem uma grande pressão, criada pelo impacto de materiais vindos do espaço.
O reidite começa a ser formado como um mineral comum, o zircão, e muda após a pressão gerada pelo impacto das rochas espaciais. Só foi encontrado em seis crateras na Terra, explica a universidade em seu site.
Essa é a primeira vez que este raríssimo mineral é encontrado na Austrália.
O descobrimento do reidite na Austrália ocorreu quando Morgan Cox sugeriu reexaminar amostras retiradas da cratera Woodleigh, na Austrália, há 17 anos.
“Quando voltamos a estudar essas rochas, dispunhamos de ferramentas melhores do que há vinte anos. Assim, encontramos partículas microscópicas do reidite”, assinalou Aaron Cavosie, supervisor da pesquisa da universidade.
“Isto nos deu um indício da enorme pressão que sofreram essas rochas quando ocorreu o impacto.”
“Esta é uma grande história, porque Morgan Cox não é uma pesquisadora graduada, mas uma estudante conduzindo um projeto especial”, afirmou Aaron Cavosie.
O especialista explicou que ninguém procura reidite. Sempre que o mineral é encontrado “é quase por acaso”.
“Morgan termina seu projeto conosco este ano e quer fazer um doutorado em Ciências Planetárias. Não posso imaginar um começo melhor para sua carreira”, disse.
Fonte: BBC