sábado, 6 de outubro de 2018

Quem mais gera lixo no mundo, e quem mais sofre com o problema.

ATERRO SANITÁRIO (FOTO: PIXABAY)
Na média mundial, quem começa agora a ler esse texto gera 740 gramas de lixo diariamente. Pode parecer pouco, mas imagine isso multiplicado pelos 365 dias do ano: 270,1 quilos de lixo gerado por pessoa. O resultado, 2,01 bilhões de toneladas de resíduos em todo o mundo no ano de 2016, a maior parte sem receber o tratamento adequado.
Tudo isso está no último relatório sobre a geração de lixo do Banco Mundial, que considera esse um dos grandes problemas ambientais da atualidade. Segundo o banco, o crescimento acelerado da geração de resíduos sólidos no mundo todo está “ameaçando a saúde humana e ambientes locais, ao mesmo tempo que prejudica o clima”.
O órgão prevê que, até 2050, se nada for feito para diminuir a produção de lixo, a quantidade descartada pelas pessoas, empresas e governos pode crescer 70% sobre o que foi observado em 2016 (o último ano com dados consolidados). Isso significaria 3,4 bilhões de toneladas de lixo geradas anualmente.
O problema dessa quantidade de lixo não se resume à degradação do local que ocupa e do perigo de doenças às populações. Ele também piora a qualidade do ar e acelera as mudanças climáticas. O relatório estima que em 2016, 1,6 bilhão de toneladas de gases equivalentes ao dióxido de carbono foram geradas por processos inadequados de tratamento de lixo, o que representa 5% das emissões totais no mundo inteiro.
Enquanto isso, a reciclagem é um sonho distante. Mesmo nos países mais ricos, apenas pouco mais de um terço do lixo é reciclado ou reaproveitado por compostagem. Nos países considerados pobres, a taxa não ultrapassa 4%.
Mas quais são os segmentos e regiões do mundo que mais geram lixo? A região que, em números absolutos, mais contribui com o problema é a região do Leste Asiático e Pacífico, que hoje colabora com 468 milhões toneladas de lixo. Em 2050, pode gerar 714 milhões.
Já o Sul da Ásia e a África Subsaariana preocupam pelo potencial futuro: na primeira região, a produção de lixo chegará perto de dobrar, passando de 334 milhões de toneladas para 661 milhões, enquanto a segunda praticamente triplicará o volume, no ritmo atual, indo de 174 milhões a 516 milhões.
Isso se deve ao grande contingente populacional dessas regiões, que, no caso asiático, são as mais populosas do mundo. E, no lado africano, deverão passar por crescimento econômico desordenado e sem controle dos resíduos.
A região de Europa e Ásia Central, que hoje é a segunda maior geradora de lixo, com 392 milhões de toneladas, terá o menor crescimento relativo, passando para 490 milhões. Já América Latina e Caribe deverão passar, se nada for feito, de 231 milhões para 369 milhões.
Apesar de ter mais meios de tratamento do lixo, os países caracterizados por altas rendas acabam contribuindo relativamente mais para o problema do lixo. Embora tenham apenas 16% da população mundial, geram 34% dos resíduos. E, mesmo nesses países, 39% do lixo é depositado em aterros sanitários.
Nos países pobres, nada menos que 93% dos resíduos são depositados em lixões a céu aberto.
Infelizmente, os mais pobres da sociedade são geralmente os mais impactados pelo tratamento inadequado do lixo. Não deveria ser assim. Nosso recursos precisam ser usados e então reusados continuamente, para que não acabe em aterros sanitários”, comenta, na divulgação do relatório, Laura Truck, vice-presidente de desenvolvimento sustentável do Banco Mundial.
Fonte: Época Negócios

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