quinta-feira, 30 de novembro de 2017

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA)

Fauna é tema de encontro com entidades estaduais

O presidente da Abema, Luiz Tarcísio Mossato Pinto, foi recebido pelo secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA, Edson Duarte, e por representantes da Secretaria de Biodiversidade do MMA e do Ibama. Estavam presentes gestores dos órgãos estaduais de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e Pará.
A Abema apresentou um ofício ao MMA com demandas das entidades ambientais estaduais, elaborado por um grupo de trabalho formado por técnicos da fauna. Entre as demandas, a maioria direcionada ao Ibama, estão questões relacionadas à operação do Sistema Nacional de Gestão de Fauna Silvestre (Sisfauna) e do Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (Sispass).
A capacitação dos servidores, um dos pontos do ofício, foi abordada pela coordenadora e diretora substituta do departamento de Conservação e Manejo de Espécies do MMA, Marília Marini. “Já temos recursos aprovados pelo GEF Pró-Espécies para melhoria do Sisfauna e do Sispass e capacitação dos gestores para utilização dos sistemas”, disse.
Os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), unidades do Ibama responsáveis pelo manejo dos animais silvestres recebidos de ação fiscalizatória, resgate ou entrega voluntária de particulares, também estiveram na pauta da reunião. O próximo encontro ficou marcado para o dia 17 de janeiro, quando o MMA apresentará as respostas às demandas da Abema.
Fonte: MMA

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE FAUNA

Por dentro do mundo secreto das onças-pintadas

Os discípulos de Juan Flores trouxeram o meu tíquete para o mundo espiritual da onça-pintada em um pequeno cálice de plástico. Ele continha la medicina, o ayahuasca, um xarope pardacento resultante do cozimento de folhas de chacruna e cipó-mariri, que depois fora decantado em garrafas usadas de água. No início da cerimônia, o maestro consagrou a bebida, soprando sobre ela a fumaça de uma espécie silvestre de tabaco da Amazônia, o mapacho. Em seguida, passou a encher o cálice, servindo pequenas doses a cada um dos participantes. Sentados sobre esteiras e enrolados em cobertores, ao lado de baldes para o caso de alguém sentir vontade de vomitar, ficamos à espera sob a cobertura de palha da maloca no meio do mato.
Éramos 28 pessoas – vindas dos Estados Unidos, Canadá, Espanha, França, Argentina e Peru. Todos nós estávamos em busca de algo, ali naquela remota localidade na Amazônia peruana, à beira de um estranho rio de águas tão escaldantes que chegam a ser letais, o Fervente. Alguns tinham a esperança de encontrar a cura para moléstias graves; outros buscavam um rumo na vida; e havia também os que apenas queriam vislumbrar um outro mundo – o aspecto mais esotérico daquilo que o zoólogo americano Alan Rabinowitz identifica de forma ampla como o “corredor cultural da onça-pintada”. Esse domínio abrange os hábitats e as rotas migratórias que a organização Panthera, dirigida por Rabinowitz, se empenha em proteger, com o objetivo de assegurar tanto a sobrevivência de uma população estimada em 100 mil onças-pintadas como a vitalidade do patrimônio genético desses animais.

Uma mãe cuida dos filhotes à margem do Rio Três Irmãos, no Pantanal. Elas se acasalam em qualquer época do ano e têm ninhadas de um a quatro filhotes após 100 dias de gravidez. Depois de apenas alguns meses, a mãe expõe os filhotes a uma presa ferida para que comecem a desmamar e a aprender a caçar.
FOTO DE STEVE WINTER
Pequenos morcegos voam entre os sarrafos no teto da maloca. Duas solitárias lâmpadas afastam a escuridão da mata. A poção foi distribuída em silêncio em meio ao incessante rumorejar do rio, em que as colunas de vapor se elevam e se torcem em redemoinhos no fresco ar noturno. Quando os discípulos do “maestro” se aproximam, me ajoelho, sem pensar, talvez por um velho hábito católico ou simplesmente porque os outros estavam fazendo isso. Um dos aprendizes me oferece o cálice, enquanto outro espera ao lado com um copo d’água. Como se estivesse na beirada de um penhasco, hesito um instante, me lembrando do que me havia dito o conhecido curandero Don José Campos, na cidadezinha portuária de Pucallpa, perto dali, alguns dias antes.
“Você não toma o ayahuasca”, resumiu ele. “Ele é que toma você.” Virei o cálice e engoli tudo.
Decidi procurar o maestro Juan Flores, em Mayantuyacu, o centro terapêutico xamânico por ele fundado, nos anos 1990, na expectativa de aprender mais sobre a onça-pintada, ou jaguar, em especial aqueles aspectos do animal que não conseguimos captar com câmeras automáticas. A Pantera onca ocupa o topo da cadeia alimentar dos carnívoros nas Américas. Ao mesmo tempo majestosas e ferozes, as onças são furtivas como nenhum outro animal, movendo-se à vontade nos rios, no chão da selva e na copa das árvores, os olhos luzindo nas trevas com as células do tapetum lucidum das suas retinas adaptadas à visão noturna. Entre os felídeos de grande porte, os jaguares são aqueles que têm, em proporção ao tamanho, a mordida mais poderosa. E, uma exceção entre os grandes felinos, elas mordem o crânio, e não a garganta, das presas, às vezes perfurando o cérebro e causando a morte instantânea das vítimas. O seu rugido gutural e rascante sugere as notas graves da própria força vital.

Uma mordida precisa no seu crânio vulnerável faz do jacaré uma refeição instantânea e substanciosa. As onças-pintadas caçam na terra, na água e na copa das árvores. A dieta delas inclui mais de 85 espécies, entre as quais veado, búfalo, preguiça, macaco, roedores, tartaruga, tatu e aves.
FOTO DE STEVE WINTER
ONÇA CONTRA JACARÉ: QUEM VENCE?
Um domina a terra, o outro domina o rio. Neste duelo entre predadores alfa, apenas um sai vencedor.
No entanto, ao longo de milhares de anos, as onças-pintadas levaram uma vida dupla – com uma destacada presença figurativa na arte e na arqueologia das culturas pré-colombianas, que se distribuíam por quase todo o âmbito histórico da espécie, desde a Argentina até o sudoeste dos Estados Unidos. As onças eram veneradas como divindades por olmecas, maias, astecas e incas, que entalharam efígies delas em templos, tronos, alças de vasilhas e colheres feitas de ossos. Imagens de jaguares foram tecidas em xales e mortalhas do povo Chavín, uma civilização que surgiu no Peru por volta de 900 a.C. Algumas tribos amazônicas bebiam o sangue dos felinos, devoravam o seu coração e vestiam a sua pele. Muitas acreditavam que uma pessoa podia virar onça, e que o animal podia se tornar ser humano. Para a tribo Desana, do noroeste da Colômbia, a onça era a manifestação do Sol; para o povo Tucano, do Brasil, o rugido do animal anunciava a chuva. A palavra maia balam designa tanto as onças como os sacerdotes ou feiticeiros. Entre o povo Mojo, da Bolívia, os melhores candidatos para se tornar curandeiros eram aqueles que haviam sobrevivido a um ataque de onça-pintada.
Mesmo nos dias de hoje, quando essa espécie perdeu mais da metade do seu âmbito original, os sinais atuais desse contato ancestral com os seres humanos estão por toda parte. A cada mês de agosto, por exemplo, em uma festa conhecida como Tigrada, moradores da cidade de Chilapa de Alvarez, no sudoeste do México, suplicam ao deus-onça Tepeyollotl que lhes traga chuvas e colheitas abundantes, desfilando pelas ruas com máscaras de onça e fantasias sarapintadas. E são comuns as imagens de uma onça que mostra os dentes, tanto nas latas da cerveja mais popular do Peru como em toalhas de praia, camisetas, mochilas, charretes, peixarias e bares gays.
Sem dúvida, o aspecto mais misterioso da vida dupla das onças-pintadas está nos domínios dos curandeiros e dos estados alterados de consciência que os povos do Alto Amazonas vêm explorando há milênios por meio de plantas psicotrópicas. Nesse espaço oculto no qual os xamãs nativos afirmam que podem identificar a origem de todas as doenças e achar curas com a ajuda de espíritos, a onça-pintada reina sob a forma de aliada e guardiã, uma presença vital capaz de afastar moléstias e desviar forças obscuras. A onça tem lugar de destaque em meio à cornucópia de espíritos amazônicos que vivem em lagos e rios, em animais e também nas estimadas 80 mil espécies vegetais que compõem um dos mais prodigiosos ecossistemas do planeta.
Mayantuyacu fica 50 quilômetros a sudoeste de Pucallpa. “Há apenas quatro anos, não tinha estrada por aqui”, diz Andrés Ruzo, enquanto a caminhonete em que viajamos segue por uma trilha de terra numa área desmatada por fazendeiros. Aos pés de uma colina está um complexo de edificações cobertas de palha entre as árvores. Ruzo acabou conhecendo Mayantuyacu e o maestro Juan nos sete anos que dedicou ao estudo do Rio Fervente, como parte do seu doutorado, concluído com apoio de bolsa da National Geographic Society. Em poços profundos, a água é aquecida e sobe por fissuras até a superfície em que alimenta o rio, que corre por cerca de 6 quilômetros. Em certos trechos (há locais em que a temperatura chega aos 100ºC), a água é tão quente que mata todos os animais que nela caem.
Fonte: National Geographic Brasil

terça-feira, 28 de novembro de 2017

BIODIVERSIDADE

Simpósio discute fome e biodiversidade

O BFN busca o uso sustentável da biodiversidade em programas que contribuam para a melhoria da segurança alimentar e da nutrição humana. Ao mesmo tempo, valoriza a importância alimentícia e nutricional das espécies relacionadas à biodiversidade agrícola e o resgate do valor cultural desempenhado no passado por muitas dessas espécies.
A secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Juliana Simões, que participa do evento, alertou que o conhecimento tradicional associado à alimentação corre o risco de desaparecer. “A alimentação dos povos indígenas e comunidades tradicionais está sendo substituída por outros alimentos”, disse. Juliana Simões ressaltou que, frente aos efeitos da mudança do clima, é necessário “valorizar os produtos da sociobiodiversidade e o conhecimento tradicional que é estratégico para a segurança alimentar”.
CONSERVAÇÃO
Já o secretário de Biodiversidade do MMA, José Pedro de Oliveira Costa, destacou a importância da relação entre a segurança alimentar e a conservação da biodiversidade. Segundo ele, em um país megadiverso, como o nosso, os mecanismos de proteção da biodiversidade estão ligados às comunidades. O secretário citou os programas do ministério, como o Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e o Corredores Ecológicos, como exemplos da participação das comunidades na conservação da biodiversidade.
Patrícia Gentil, do Ministério do Desenvolvimento Social, ressaltou a importância da sociobiodiversidade na agenda de segurança alimentar. “O Brasil conseguiu sair do mapa da fome em 2014 e temos o desafio de permanecer fora dele”, salientou. Ela destacou os programas do governo federal, envolvendo 20 ministérios, na agenda da segurança alimentar e nutricional. Patrícia Gentil também defendeu a produção alimentar mais saudável e adequada, que considerou um dos principais itens da segurança alimentar.
MENSAGENS
Participaram, ainda, por meio de vídeos pré-gravados, o secretário-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), Francisco Graziano; e o diretor-executivo da ONU Erick Solheim. Eles defenderam a segurança alimentar e a preservação da biodiversidade como fundamentais para o combate à fome no mundo. Para Graziano, a segurança alimentar “é uma responsabilidade coletiva”. Já Solheim destacou que “cuidando da natureza, a natureza cuida das pessoas”.
O simpósio continua nesta terça-feira (28/11), restrito para convidados. A programação conta com a apresentação de publicações e outras importantes ferramentas de capacitação e de pesquisa. Entre elas estão: o Banco de Dados de Composição Nutricional da Biodiversidade; a coleção de publicações Plantas para o Futuro; o livro de receitas Biodiversidade do Brasil: sabores e aromas; e um curso online: Biodiversidade para Alimentação e Nutrição, o qual será aberto a todos os interessados.
Fonte: MMA

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE "OCEANO"

Plásticos biodegradáveis não se descompõem no oceano


São necessárias novas estratégias para tratar os plásticos biodegradáveis

No último dia 23 de maio, realizou-se em Nairóbi a Assembleia Ambiental Global do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (pnuma.org). Durante a reunião, anunciou-se a publicação do estudo “Marine plastic Debris and Microplastic”, um documento de 192 páginas no qual se faz uma análise do impacto da poluição por plástico no planeta, sendo de especial interesse a informação que proporcionam sobre os plásticos biodegradáveis.
É necessário que a humanidade adote uma nova estratégia para o tratamento de plásticos, pois se converteram em um dos elementos mais poluentes no planeta, até o ponto de gerar um “continente de plástico” no Pacífico, um bloco de lixo que flutua no oceano e cresceu cem vezes nos últimos quarenta anos, de acordo com os relatórios da imprensa.
No estudo publicado pela ONU, realiza-se uma análise dos diferentes tipos de plásticos e faz-se uma avaliação na qual se indica o rápido crescimento que a poluição por plástico teve nas últimas décadas, sendo o oceano um dos ecossistemas mais afetados pela poluição gerada por diversos objetos plásticos que englobam desde sacolas de supermercado, garrafas e brinquedos, até pequenas tampas de refrigerantes.
O problema com os plásticos biodegradáveis é que, em grande escala, animam os consumidores a utilizar objetos fabricados com esse material, sob a promessa de que o material se desintegrará em pequenas partículas ao expor-se ao ambiente, mas Jaqueline McGlade, chefe de cientistas do Programa Ambiental das Nações Unidas, explicou ao The Guardian que “é um conceito bem intencionado, mas errôneo. Muitos plásticos rotulados como biodegradáveis, como as sacolas de compras, apenas se desintegrarão em condições ambientais que superem os 50 °C, e essas condições não se encontram no oceano“. Além disso, a especialista indicou que os plásticos não costumam flutuar, portanto, não estão expostos aos raios UV para desintegrar-se.
O estudo indica na página XL do resumo executivo que “os plásticos rotulados como ‘biodegradáveis’ não se desintegram com facilidade no oceano”. As condições requeridas pelos plásticos biodegradáveis para sua desintegração produzem-se raras vezes na natureza, especialmente em ambientes mais frios, como o oceano.
É necessário identificar estratégias mais efetivas para o tratamento de plásticos e evitar que a contaminação no planeta siga aumentando, principalmente em áreas tão sensíveis como os oceanos. Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER podem traçar propostas para o tratamento de plásticos e para evitar que estes poluentes cheguem aos oceanos.
Foto Creative Commons:  USFWS Headquarters

domingo, 26 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE NA ESPANHA

15 anos da tragédia do petroleiro “Prestige”


Na Espanha, o navio petroleiro Prestige se afundou, vertendo cerca de 5 mil toneladas de fuel-oil ao mar. O trabalho de voluntários foi fundamental para evitar catástrofe maior 

No mês de novembro, cumprem 15 anos da tragédia de Prestige, um derrame de petróleo ocorrido na Galícia no dia 13 de novembro de 2002. O navio que carregava 77.000 toneladas de combustível se acidentou na chamada Costa da Morte, no noroeste da Espanha.
O acidente tingiu de preto a região costeira, atingindo também Portugal e França. Apesar do trabalho de voluntários que vieram de várias partes para retirar o petróleo, uma parte do material permaneceu nas pedras, como se pode ver na área de Pedra Rubia, em Mougás, na Galícia. A zona é frequentada por pescadores esportivos ou pessoas que vão buscar mariscos.
Não há nenhum projeto em andamento para a limpeza dos restos do acidente, e a contaminação parece permanecer como herança para as próximas gerações, como escreve Alejandro Martínez no jornal La Voz de Galicia.
Maior mobilização de voluntários após catástrofe ambiental
No passado 13 de novembro, o galego Xabier Garrido promoveu junto a autoridades locais da cidade de A Guarda uma homenagem a todos os voluntários que participaram da limpeza da tragédia do Prestige. O ato aconteceu no monumento aos voluntários, que chegaram a 300 mil. “Se não chegassem a tirar toda esta grande quantidade de milhares de quilos as consequências teriam sido catastróficas”, disse Xabier. Ele explica que se o combustível derramado se secasse teria acabado com os mariscos da região.
A ONG Greenpeace incluiu Xabier Garrido numa lista das pessoas anônimas que mudaram o mundo, feita em 2014. Ele foi escolhido porque representou a quantidade de voluntários reunidos para a limpeza da região, sendo esta a maior mobilização de pessoas após uma catástrofe ambiental.
Os profissionais na área de Meio Ambiente podem se capacitar com o Mestrado em Gestão e Auditorias Ambientais, patrocinado pela FUNIBER, em  para um trabalho eficaz para a conservação ambiental.

sábado, 25 de novembro de 2017

FAUNA

Cientistas identificam pássaros em processo de evolução para gerar nova espécie

Uma população de pássaros foi descoberta no Arquipélago de Galápagos, no oceano Pacífico, em processo de evolução para gerar uma nova espécie.

É a primeira vez que pesquisadores conseguem acompanhar um acontecimento como esse em campo.Por mais de quatro décadas, cientistas monitoraram uma população de tentilhões, ave típica da região, na ilha Daphne Major. E, assim, conseguiram acompanhar de perto o processo de geração da nova espécie.

Os pássaros analisados pertencem ao grupo conhecido como tentilhões de Darwin – aves que ajudaram o naturalista inglês Charles Darwin a desenvolver a teoria da seleção natural, apresentada na obra A Origem das Espécies, de 1859.
A pesquisa, publicada na revista científica Science, foi conduzida por cientistas da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e da Universidade de Uppsala, na Suécia.
Em 1981, os pesquisadores notaram a chegada de um macho à ilha. Ele pertencia a uma espécie não nativa, e era maior que os pássaros que viviam no local.
Os professores Rosemary e Peter Grant, da Universidade de Princeton, perceberam que essa ave reproduziu com uma fêmea de uma das espécies locais, de porte médio, dando início a uma nova linhagem fértil.
Quase 40 anos depois, a prole do acasalamento ainda está sendo observada – ela chega a cerca de 30 pássaros.
“É um caso extremo de algo que começamos a perceber de forma mais geral ao longo dos anos. A evolução, em geral, pode acontecer muito rapidamente”, disse o professor Roger Butlin, especialista no tema, e que não está envolvido no est
O que descreve uma nova espécie?
A nova população de pássaros é suficientemente diferente na forma e nos hábitos das aves nativas – indivíduos de populações distintas não acasalam com eles.
No passado, acreditava-se que duas espécies diferentes não poderiam produzir descendentes férteis. Mas, nos últimos anos, foi estabelecido que muitas aves e outros animais que consideramos espécies únicas são, de fato, capazes de cruzar com outros para produzir uma linhagem fértil.
“A tendência é não discutir mais sobre o que define uma espécie, porque isso não leva a lugar nenhum”, diz Butlin.
Segundo ele, o mais interessante é compreender o papel que a hibridização pode ter no processo de criação de novas espécies, razão pela qual a observação dos tentilhões das Galápagos é tão importante.
Os pesquisadores acreditam que o macho original deve ter voado 65 milhas da ilha Española, seu habitat natural, até chegar a Daphne Major. A distância é considerada longa para um pássaro, o que deve ter impedido sua volta para casa.
Na maioria das vezes, a prole do acasalamento de espécies cruzadas se adapta mal ao ambiente. Neste caso, porém, os novos tentilhões de Daphne Major são maiores que as outras espécies da ilha, e descobriram alimentos novos e inexplorados.
Por isso, os pesquisadores estão chamando a nova população de Big Bird (“Pássaro Grande”, em tradução literal).
Para testar cientificamente se a população de Big Bird era geneticamente distinta das três espécies de pássaros nativos da ilha, Peter e Rosemary Grant trabalharam em parceria com o professor Leif Andersson, da Universidade de Uppsala, que analisou geneticamente o grupo para o novo estudo.
“A surpresa foi que esperávamos que o híbrido começasse a se reproduzir com uma das outras espécies da ilha e fosse absorvido. Confirmamos que eles são um grupo de reprodução fechado”, disse Andersson à BBC.
Isolamento reprodutivo
Devido à incapacidade de reconhecer o canto dos novos machos, as fêmeas nativas não acasalaram com a nova espécie.
De acordo com o estudo, as novas evidências genéticas mostram que, após duas gerações, houve isolamento reprodutivo completo das aves nativas.
Como resultado, elas se encontram agora reprodutivamente – e geneticamente – isoladas. Desta forma, vêm acasalando exclusivamente entre si ao longo dos anos.
“O que estamos dizendo é que esse grupo de aves se comporta como uma espécie distinta. Se você não soubesse nada sobre a história (de Daphne Major) e um taxonomista chegasse à ilha, ele diria que há quatro espécies no local”, afirma Andersson.
Não há evidência de que eles vão se reproduzir novamente com uma espécie nativa, como a fêmea original – mas mesmo que o fizessem, eles são maiores e podem explorar novas oportunidades. Essas características vantajosas podem ser mantidas por seleção natural.
Assim, a hibridização pode levar à geração de novas espécies, com a simples inclusão de um indivíduo a uma população. E pode, portanto, ser uma forma de novas características evoluírem rapidamente.
“Se você esperar apenas por mutações, causando uma mudança de cada vez, seria mais difícil criar uma nova espécie. A hibridização pode ser mais eficaz do que a mutação”, diz Butlin.
Fonte: BBC

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

SUSTENTABILIDADE

Usina Coruripe é eleita uma das mais sustentáveis empresas do agronegócio no país

Ações sustentáveis e de preservação ao meio ambiente sempre fizeram parte das práticas da Usina Coruripe, a nona maior do setor sucroalcooleiro no país. Como reconhecimento ao trabalho desenvolvido, a empresa foi eleita, neste mês, uma das mais sustentáveis do país no segmento de agronegócio. O ranking faz parte do Guia Exame de Sustentabilidade 2017, reconhecida publicação nacional sobre práticas empresariais nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e governança corporativa.
Somente no ano passado, a Usina Coruripe investiu R$ 1 milhão em projetos socioambientais, como a produção de quase 60 mil mudas, utilizadas para reflorestamento e recomposição de floresta e na recuperação de nascentes do rio Coruripe. A empresa também desenvolve diversos projetos de responsabilidade ambiental, que incluem a preservação de duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), em um total de 17 mil hectares protegidos de floresta em Alagoas e em Minas Gerais. Nessas áreas, há trabalhos de preservação da fauna e da flora, parceria com pesquisadores em educação ambiental.
Além disso, a Coruripe mantém iniciativas de coleta seletiva e de conscientização sobre o desperdício, horta comunitária e educação ambiental. Desde 2005, a empresa apoia integralmente o Instituto para o Desenvolvimento Social e Ecológico (Idese), que contribui com o progresso da comunidade e preservação da natureza, por meio de ações socioambientais e esportivas.
Outro ponto relevante apontado pelo guia da Exame é a meta da companhia de reduzir a produção de resíduos em 5%. A Coruripe também tem iniciativas para o controle de resíduos, água e energia em sua cadeia produtiva, além da criação de um comitê de sustentabilidade, que trabalha alinhado a grupos técnicos de trabalho dos quais participam colaboradores das áreas agrícola, industrial e administrativa da empresa.
“Estamos muito orgulhosos dessa importante conquista, pois ela vem reafirmar nosso compromisso com um de nossos valores, a sustentabilidade, que sempre esteve presente na cultura da empresa ao longo de sua história. É uma grande satisfação recebermos esse valioso reconhecimento”, declara Jucelino Sousa, presidente da Usina Coruripe.
Essas ações de preservação da natureza em toda a cadeia produtiva são princípios fundamentados na Política de Sustentabilidade da companhia. Ela contém as diretrizes que orientam os colaboradores a agirem com respeito ao meio ambiente, priorizando o uso consciente dos recursos naturais em todo o processo produtivo.
Sobre a Usina Coruripe
A Usina Coruripe, controlada pelo grupo Tércio Wanderley, com sede em Coruripe (AL) e fundada em 1925, é a maior empresa do setor sucroalcooleiro no Norte/Nordeste e a nona no Brasil. Com quatro unidades em Minas Gerais e uma em Alagoas, possui capacidade de moagem de 14,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, produz açúcar VHP, açúcar cristal e etanol e exporta energia elétrica.
Fonte: Segs

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE CHILENO

Chile amplia a proteção das áreas marinhas


Na próxima semana, duas medidas que deverão ser aprovadas pelo governo chileno permitirão a proteção de áreas marinhas de grande biodiversidade

O arquipélago de Juan Fernández, no Chile, será protegido em um decreto que assinará a presidenta chilena Michelle Bachelet. Também terá sua área protegida, a Ilha de Páscoa. A soma dos dois parques marinhos superaria os 870 mil quilômetros quadrados, aproximadamente 23,8% da zona econômica exclusiva chilena.
O país ajudaria com a medida a cumprir a meta da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, que espera para o ano 2020 ter 10% dos ecossistemas relevantes protegidos. O país ainda tem outras áreas como a Patagônia a proteger.
Ilhas Desventuradas
Um lugar reservado da presença humana, com o maior endemismo de peixes costeiros do planeta, mais de 99% dos indivíduos e o 84% da biomassa registrados na zona correspondem a espécies endêmicas regionais.
A proposta elaborada pela ONG Oceana, junto a National Geographic e o município de Juan Fernández foi aprovada pelo Senado nesta semana e deixará uma área de 12 milhas ao redor das ilhas exclusiva para a pesca local.
“Sempre estivemos expostos à invasão de outras pesqueiras que podem causar dano ao ecossistema”, afirmou o prefeito de Juan Fernández. Com a zona protegida haverá funcionários resguardando a costa, ressaltou.
Ilha de Páscoa
Em junho de 2014, foi criada a chamada “Mesa do Mar”, iniciativa em que participam mais de uma dezena de organizações relacionadas com o mar. O objetivo da iniciativa era coordenar e promover a conservação marinha da ilha.
Na próxima segunda-feira, também poderão assinar o compromisso para criar uma reserva nas primeiras 50 milhas náuticas da ilha que teria então, 89.211 quilômetros quadrados, e nas 150 milhas seguintes, um parque marinho de 481.184 quilômetros quadrados – transformando esta reserva protegida na maior de toda a América Latina.
Quando foi consultado o tema de se criar uma reserva protegida na zona, a população se interessou pela conservação. Porém, eles ressaltaram a importância de que a administração da reserva ocorresse por conta dos próprios moradores da região.
A importância crescente da gestão ambiental nas políticas públicas exige profissionais que estejam capacitados para atuar na conservação da biodiversidade. Na FUNIBER, os cursos na área de Meio Ambiente permitem aos profissionais a formação adequada para atuar neste campo.
Fontes:
Foto: Todos os direitos reservados


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE

Mudanças necessárias na agricultura para combater a mudança climática

É necessário fazer ajustes nos métodos utilizados na agricultura para combater a mudança climática

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla em inglês) publicou o relatório “O estado mundial da agricultura e da alimentação 2016“, um documento de 214 páginas no qual é feita uma avaliação da situação atual em que se encontra o desenvolvimento da agricultura no mundo e são destacadas estratégias para garantir a segurança alimentar e minimizar o impacto da atividade agrícola na mudança climática. A mudança climática está afetando a agricultura e ao mesmo tempo a agricultura está afetando a mudança climática. É momento de tomar uma atitude para evitar um impacto maior no planeta.
Para manter controlado o aumento da temperatura no planeta abaixo dos 2°C, é necessário que obtenhamos uma redução de 70% das emissões de gases de efeito estufa até 2050, e de acordo ao documento só se poderia obter esse objetivo se o setor agrícola contribuir para obter a meta.
De acordo ao documento, até 2010 o setor de energia contribuía com 47% das emissões de gases de efeito estufa, as atividades agrícolas com 21%, o setor de transporte com 11%, a construção de moradias, comércios e instituições com 8%, os processos industriais com 7% e o resto de setores com 6% de emissões. Neste contexto é necessário realizar ações para controlar as emissões, especialmente nas atividades de energia, agricultura e transporte, procurando produzir mais alimentos para uma população cada vez mais grande, ao mesmo tempo que busca-se reduzir os gases de efeito estufa.
Calcula-se que a agricultura e a silvicultura produzem 1/5 das emissões totais, especialmente pelo fato de converter bosques em terras agrícolas e a geração de campos para a pecuária.
Atualmente estão sendo realizados esforços para erradicar a fome e a pobreza do planeta até o ano 2030, mas para consegui-lo “são necessárias transformações profundas da agricultura e dos sistemas alimentares, das fases prévias à produção até o consumo“. Somente dessa maneira seria possível aproveitar os esforços conjuntos de adaptação e mitigação relacionados à redução da mudança climática
É necessária uma mudança global, que envolva os pequenos produtores agrícolas, especialmente em zonas tropicais, onde vivem a maioria das pessoas pobres, submetidas à insegurança alimentar. É necessário executar estratégias de mitigação imediatamente porque “a mudança climática já afeta a agricultura e a segurança alimentar, e se não agirmos com urgência, milhões de pessoas poderiam estar em risco de padecer de fome e pobreza“.
Além das práticas agrícolas que pudessem ser implementadas, o documento indica que “a adaptação aos riscos da mudança climática dos pequenos produtores será fundamental para a redução da pobreza e a segurança alimentar no mundo. São quase 475 milhões de famílias de agricultores que estão em risco pelo desenvolvimento da mudança climática. É, portanto, de vital importância desenvolver estratégias de resiliência diante da mudança climática, procurando uma gestão sustentável da terra, da água, da pesca e dos bosques, ao mesmo tempo que consegue-se apoiar os agricultores com créditos adequados e acesso aos mercados para garantir seu desenvolvimento econômico.
Será necessário realizar ajustes às políticas sobre nutrição, consumo de alimentos, apoio aos preços dos alimentos, a gestão dos recursos naturais, desenvolver sistemas de energia renovável e outros aspectos para desenvolver estratégias para a adaptação à mudança climática, envolvendo as comunidades locais.
É necessário um trabalho organizado no qual participem múltiplos atores que envolvam gestões de cooperação regional e internacional para obter acordos que tenham um impacto significativo, no qual se consiga avaliar o rasto ecológico dos sistemas alimentares em geral.
Algumas das estratégias propostas contemplam um uso mais eficiente dos recursos na agricultura, melhorando as estratégias para regenerar o solo para conseguir reter maior quantidade de CO2. Na área de silvicultura se espera reduzir o desmatamento e aumentar a superfície florestal, adotando uma gestão para obter um rendimento sustentável da produção madeireira, conseguindo mitigar o aumento de CO2 na atmosfera. Em relação aos consumidores, é necessário reduzir a perda e desperdício de alimentos, assim como também deve-se reequilibrar as dietas para que incluam menos alimentos de origem animal.
Os estudantes da área de Meio Ambiente da FUNIBER estão atentos aos acordos internacionais para mitigar os efeitos do aquecimento global, para apoiar no desenvolvimento de políticas locais que permitam obter um desenvolvimento sustentável.
Fonte: FAO
Foto CC: StateofIsrael

terça-feira, 21 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE

Antártida já foi coberta por florestas. Encontramos o fóssil de uma

UMA HISTÓRIA VERDE
“O continente como um todo era muito mais quente e mais úmido do que é hoje”, diz Gulbranson, professor da Universidade de Wisconsin, em Milwaukee. A paisagem seria densamente preenchida por florestas com uma rede de plantas resistentes de baixa diversidade que poderia resistir a extremos polares, como a floresta boreal na atual Sibéria.
“Curiosamente, esses campos estariam realmente próximos da sua atual latitude”, acrescenta.
Os fósseis preservaram a biologia e a química das árvores antigas, o que ajudará os pesquisadores a investigarem mais sobre esses ecossistemas de alta latitude e descobrir como algumas plantas sobreviveram ao evento de extinção e por que outras não. Além disso, microrganismos fósseis e fungos foram preservados dentro da madeira.
Os espécimes se parecem com as florestas petrificadas no Parque Nacional de Yellowstone, fossilizadas quando materiais vulcânicos enterraram as árvores vivas.
“Elas são realmente algumas das plantas fósseis melhor preservadas do mundo”, diz Gulbranson. “Os fungos na própria madeira foram provavelmente mineralizados e transformados em pedra em questão de semanas, às vezes enquanto a árvore ainda estava viva. Essas coisas aconteceram de forma incrível e rápida. Poderíamos ter testemunhado isso em primeira mão se estivéssemos lá.”
Os pesquisadores descobriram que as plantas pré-históricas poderiam fazer a transição rapidamente entre as estações, talvez no período de um mês. Considerando que as plantas modernas levam meses para fazer a transição e conservam a água de forma diferente dependendo da hora do dia, as árvores antigas poderiam flutuar rapidamente entre os invernos escuros e os verões perpetuamente ensolarados.
“De alguma forma, essas plantas conseguiram sobreviver não apenas quatro a cinco meses de completa escuridão, mas também quatro a cinco meses de luz contínua”, diz Gulbranson. “Nós não entendemos completamente como foram capazes de lidar com essas condições, apenas sabemos que fizeram”.
EXTINÇÃO EM MASSA
O período Permiano, entre 299 e 251 milhões de anos atrás, é marcado pelo surgimento do supercontinente Gondwana. Com a mistura dos continentes, os extremos ambientais atormentavam a massa gigante de terra, o que incluía partes da América do Norte moderna, América do Sul, África, Índia, Austrália e a Península Arábica. As calotas polares dominavam a maior parte do sul e sofriam entre verões incessantemente ensolarados e invernos escuros, enquanto o norte sofria de calor intenso e flutuações sazonais.
As criaturas pré-históricas aprenderam a se adaptar ao clima turbulento até a extinção do Permiano – Gulbranson diz que provavelmente foi causada pelo vulcanismo na atual Sibéria. O evento eliminou mais de 90% das espécies marinhas e 70% dos animais terrestres, além de abrir caminho para os dinossauros.
DE OLHO NO FUTURO
A equipe planeja continuar a pesquisa na Antártica voltando ao continente nas próximas semanas. John Isbell e outros pesquisadores já estãoa caminho, e Gulbranson irá se juntar a eles no território polar em 23 de novembro.
“Ainda é um lugar bruto e desafiador para se estar como um ser humano”, diz Gulbranson.
Fonte: National Geographic Brasil.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE

No Peru, mais de 500 mil tartarugas bebês serão liberadas

Autoridades indicaram que as tartarugas serão liberadas na Reserva Nacional Pacaya Samiria

As tartarugas amarelas manchadas do Rio Amazonas, também conhecidas como taricayas, são consideradas uma espécie vulnerável. As Autoridades do Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas do Peru (SERNANP) desenvolveram uma estratégia para liberar a cada ano 500 mil taricayas bebês entre os meses de outubro e novembro na Reserva Nacional Pacaya Samiria, na região de Loreto.
Os executivos do SERNANP informaram que a liberação de taricayas começou com sucesso no último dia 15 de outubro, e as atividades programadas continuarão, com participação da população local, até 15 de novembro. Estas atividades envolvem às comunidades nativas que habitam a reserva natural através de planos de manejo do recurso quelônio aquático.
As 500 mil tartarugas serão liberadas nas três bacias da reserva nacional: Samiria, Pacaya e Yanayacu-Pucate.
Os habitantes do local foram convidados a participar das atividades de conservação. Um grupo de voluntários e empregados do SERNANP participou coletando ovos durante o mês de agosto e cuidando deles durante 70 dias.
As tartarugas amarelas manchadas do Rio Amazonas podem viver até 70 anos, e as fêmeas adultas podem chegar a pesar mais de 2 quilogramas e medir quase 68 centímetros de comprimento.
As autoridades do SERNANP informaram em um comunicado de imprensa que a liberação de taricayas “se dá no marco do projeto de conservação e educação ambiental que a Reserva Nacional Pacaya Samiria realiza há 20 anos nos centros educativos e instituições da região como parte de sua estratégia de desenvolvimento sustentável”.
Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER participam da elaboração de estratégias de conservação de espécies em perigo de extinção em todo mundo.
Fonte: SERNANP
Foto: SERNANP

domingo, 19 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE

Biodiversidade da Amazônia pode ajudar a mitigar riscos da mudança climática

Pesquisadores indicam que as florestas com maior diversidade de planta podem adaptar-se melhor ao estresse climático

Pela primeira vez, os cientistas foram capazes de analisar a forma como as plantas podem responder ao estresse causado pelo clima, utilizando simulações de computador, tendo como referência à região Amazônica, por sua enorme diversidade de árvores. Neste contexto, os pesquisadores mostram que a biodiversidade pode ser um fator eficaz para mitigar os riscos gerados pelas mudanças do clima, se considerado o contexto da conservação da natureza.
Boris Sakschewski, pesquisador do Instituto Potsdam para a Pesquisa do Impacto Climático (PIK) e diretor da pesquisa que será publicada na revista Nature Climate Change, manifesta que “a diversidade de plantas permitiria à floresta Amazônica, o maior e mais fascinante ecossistema tropical do mundo, ajustar-se em certo nível à mudança climática – algumas plantas dominantes atualmente poderiam reduzir o seu número e o seu lugar seria tomado por outros que se adaptariam melhor às novas condições do clima no futuro”.
A capacidade de sobrevivência das árvores dependerá do que os pesquisadores têm denominado “economia de folhas”: seus diferentes tamanhos, espessuras, comprimento ou densidade, definirão o nível de adaptação que poderia alcançar uma planta para lidar com o aumento de temperaturas e a escassez de água. Sakschewski indica que a biodiversidade não será apenas algo desejável, mas uma obrigação para garantir a sobrevivência dos ecossistemas. “Nós identificamos que – a biodiversidade – pode ser funcional para assegurar a sobrevivência dos maiores reservatórios de biomassa, como as florestas da Amazônia”, afirmou o pesquisador.
O nível de recuperação dos ecossistemas dependerá dos níveis de estresse. Em um cenário moderado de mudança climática, uma abundante biodiversidade pode, depois de uma significativa queda da biomassa, contribuir para a recuperação de uma vasta região da selva, depois de algumas centenas de anos. Sob esta perspectiva, mais de 80% da área da Amazônia voltaria a crescer, de acordo com o estudo, mas em contrapartida, se forem mantidas as condições como está até agora – com emissões de gases de efeito estufa que nos levarão a uma mudança climática massiva – menos de 20% da área poderia ser recuperada.
Avanços no sistema de simulações
Até agora não se integraram as dinâmicas de simulações da interação da vegetação em termos biogeoquímicos em relação aos efeitos do clima. “Para explicar como a diversidade das plantas contribui para a resilência da floresta, primeiramente, investiguemos um lugar experimental no Equador, e logo estendemos as simulações à base do rio Amazonas”, indicou Kirsten Thonicke líder da equipe do PIK e acrescentou: “estivemos trabalhando nisto por anos. Enquanto que até agora se sabia bem que a biodiversidade é relevante para a produtividade do ecossistema e do armazenamento de biomassa, até agora não se mostrou de forma quantitativa a larga escala. Estamos agradecidos de ter podido avançar em relação às pesquisas anteriores preenchendo esta importante lacuna”.
Para Wolfgang Lucht do PIK, esta é “uma boa notícia para a floresta Amazônica, mas isso não significa que a mudança climática não irá danificar este ecossistema de forma substancial”. A biodiversidade permite que as florestas recuperem muita de sua biomassa eventualmente, mas há uma enorme disrupção na transição e na composição de espécies, que seriam diferentes, inclusive, em um cenário de mudança climática moderada. “Apesar dos encorajadores resultados sobre o valor funcional da biodiversidade, a Amazônia ainda continua sendo um dos pontos críticos no planeta, que demanda uma rápida redução das emissões de CO2”, opinou Lucht.
Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER recebem informação atualizada sobre as mudanças globais que afetam o clima da terra para desenvolver estratégias de prevenção.
Fonte: PIK
Estudo
Foto: Nao iizuka

sábado, 18 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE

Descoberta nova espécie de rã na Amazônia

Nova espécie de rã venenosa é descoberta na Amazônia peruana e se soma à diversidade de novas espécies animais e vegetais da região

Pesquisadores peruanos, norte-americanos, britânicos e escoceses descobriram uma nova espécie de rã venenosa presente em duas áreas naturais protegidas na Amazônia. Denominada de “Ameerega shihuemoy”, a rã mede apenas 3 centímetros de longitude e possui uma lista amarela que percorre o corpo, e no ventre apresenta tonalidades verdes e azuis. O nome “shihuemoy”, dado à rã, vem da língua nativa dos índios Harakmbut. O termo é dado pela tribo a todas as rãs venenosas.
A descoberta foi feita na Reserva Comunal Amarakaeri que abrange 402 mil hectares e onde vive a comunidade indígena Harakmbut. Também foram encontrados outros espécimes no Parque Nacional do Manu, cuja área é de 1,7milhões de hectares. As duas áreas se encontram na região peruana de Madre de Deus, na fronteira com o Brasil e a Bolívia.
A professora Dra. Maria Teresa Gómez Mora, da área de Meio Ambiente e Sustentabilidade, da FUNIBER, ressalta que a descoberta se soma à várias outras realizadas constantemente por pesquisadores na região. “É um indicativo da riqueza de diversidade biológica presente na Amazônia”, diz.
“Um relatório realizado pela World Wildlife Fund (WWF), titulado “Amazônia Viva- Uma década de descobrimentos 1999-2009”, apontou que em dez anos de pesquisas no bioma amazônico, foram descobertas mais de 1.200 novas espécies de plantas e vertebrados, o que significa uma nova espécie a cada três dias”, comenta a professora da FUNIBER.
Preservação
Apesar desta diversidade que se conhece cada dia mais, as ameaças à sobrevivência destas espécies aumentam. Uma das principais causas é a demanda por carne, soja e biocombustível nos mercados internacionais. Estima-se que 80% das áreas desflorestadas da Amazônia foram destinadas à pecuária.
Fontes:
Foto: Todos os direitos reservados/Comunicaciones Servicio Nacional de Áreas Naturales Protegidas por el Estado (SERNANP)