Oceanos terão mais plástico que peixes
São necessárias medidas urgentes para proteger as espécies marinhas da contaminação dos oceanos com resíduos plásticos
Na semana passada, zoólogos encontraram cerca de 30 sacos plásticos no estômago de uma baleia-bicuda-de-cuvier que havia encalhado na costa da Noruega. Os resíduos foram provavelmente a causa para que ela tenha parado aí, já que esta espécie não costuma ser encontrada nesta região.
A baleia foi outra vítima da poluição no oceano. Animais como as tartarugas ou as focas se afogam com pedaços grandes deste resíduo, e os peixes alteram a cadeia alimentar ao se nutrir com pedaços de sacos de compras, garrafas pet e embalagens de todo o tipo.
Um estudo desenvolvido na Universidade de Uppsala, na Suécia, encontrou que esta dieta com plásticos transforma os peixes. As espécies se tornam “mais pequenas, mais lentas e mais estúpidas”, afirmam.
Ao analisar as larvas de perca, o estudo expôs os peixes à presença de depredadores durante 24 horas. Entre aqueles que vivem em águas limpas, a metade conseguiu sobreviver. Já os animais expostos às maiores concentrações de plástico, todos morreram.
A própria reprodução dos peixes poderá estar afetada. No estudo, os pesquisadores suecos deixaram larvas de perca em diferentes tanques com concentrações de poliestireno. Nas águas limpas, 96% dos ovos chocaram, enquanto que nas águas contaminadas, a porcentagem foi menor (81%).
Os efeitos serão vistos também na quantidade dos peixes no oceano. Nas últimas quatro décadas, as populações de vertebrados marinhos se reduziram em um 49%, segundo um relatório emitido pelo WWF. Uma das principais causas dessa desaparição é a contaminação.
Estamos alterando o ecossistema marinho com a quantidade de resíduos plásticos. No ano passado, um estudo estimou que são jogados ao mar oito milhões de toneladas de lixo plástico cada ano e que existem 269 mil toneladas de plástico boiando nos oceanos.
Se continuar assim, poderemos chegar em 2050 com mais plástico nos oceanos que vida marinha. Os profissionais da área de Meio Ambiente, que se formam com a FUNIBER, devem analisar os impactos da poluição sobre os recursos naturais para estudar formas de conservação e proteção.
Os governos devem tomar medidas urgentes para assumir responsabilidade na proteção das zonas costeiras e manejar os recursos respeitando os ecossistemas. Como afirma a assessora principal de políticas marinhas da WWF, Louise Heaps, há maneiras para remediar esta situação. “Há escolhas que podemos fazer. Mas é uma questão urgente”, ressaltou.
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