A Europa acaba de vivenciar seu inverno mais quente desde que começaram os registros meteorológicos, em 1855, anunciou nesta quarta-feira (04/03) o Copernicus Climate Change Service (C3S), o programa da União Europeia para observação das mudanças climáticas.
A temperatura média no continente entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020 foi 3,4 ºC mais alta do que a média registrada no período entre 1981 e 2010, e também 1,4 ºC acima do inverno mais quente já registrado, de 2015/16. A temperatura no Norte e no Leste da Europa foi especialmente elevada.
A preocupação com a agricultura atravessa toda a Europa. Apesar de algumas tempestades extremas, a Alemanha esteve entre os países que tiveram uma estação especialmente quente, e pela primeira vez não pôde produzir o “vinho de gelo” (eiswein), uma especialidade nacional feita com uvas colhidas quando estão congeladas.
O calor recorde se estendeu pela maior parte da Rússia, informou o Copernicus. “Outras regiões que foram substancialmente mais quentes do que a média incluem o Noroeste da África, Irã, Afeganistão, Ásia Central e grande parte da China, com bolsões menores na América do Norte e do Sul, África central e meridional e Oeste da Austrália”, disse.
O aquecimento global não foi o único culpado pela alta das temperaturas, explicou Carlo Buontempo, diretor do C3S, já que as temperaturas invernais variam consideravelmente de ano para ano, em especial fora dos trópicos, “mas é provável que esse tipo de evento tenha se tornado mais extremo devido à tendência de aquecimento global”.
O serviço oficial da UE para as mudanças climáticas apresenta relatórios mensais sobre a temperatura atmosférica, o gelo marítimo e o ciclo hídrico, com base em informações de satélites, navios, aviões e estações meteorológicas de todo o mundo.
Fonte: Deutsche Welle
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