Região próxima ao Rio de Janeiro, no Brasil, vem detectando cadáveres de golfinhos infectados por vírus. Biólogos, conservacionistas e moradores investigam as causas
Na baía de Sepetiba, a 65 quilômetros do Rio de Janeiro, um alerta se acendeu devido à quantidade de golfinhos encontrados mortos, com marcas e abaixo do peso. Ao total, desde finais do ano passado, foram encontrados mais de duzentos cadáveres de golfinhos Sotalia guianensis.
Pesquisadores e residentes buscam a resposta para o que ocorre na baía. Os golfinhos encontrados haviam sofrido danos no sistema nervoso e falhas respiratórias, que foram relacionadas com o vírus morbillivirus, transmitido por ar. Os efeitos causados pelo vírus causam uma morte dolorosa, com agonia.
A bióloga Mariana Alonso, do Instituto da Biosfera na Universidade Federal do Rio de Janeiro, ressalta que os golfinhos são como sinais de alerta. Se algo está mal com eles, então “todo o ecossistema está fraturado”, disse.
Uma das respostas pode estar na contaminação do mar, já que a região é uma das princiapis vias de entrada de exportações. Próximo, estão diversas empresas químicas e de metal, como por exemplo, a Vale do Rio do Doce, uma das maiores companhias produtora de minério de ferro.
A bióloga lembra que nos anos mais recentes, o número de indústrias e empresas cresceu na região. “O que gera é uma maior concentração de contaminantes no fundo marinho e na cadeia alimentar”, afirmou.
O coordenador científico da Grey Dolphin Institute, Leonardo Flach, que colabora na investigação das causas das mortes dos golfinhos, afirmou que esta epidemia pode ser apenas “a ponta do iceberg”.
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