ONG aponta que 40% do planalto pantaneiro está ameaçado.
(André Dib/WWF-Brasil)
Conversão de áreas do cerrado em pastagens agrícolas, criação de barragens para geração de energia e uso ineficiente das pastagens e áreas agrícolas são apontadas pela ong WWF como alguns dos responsáveis pela degradação do planalto pantaneiro. O IRE (Estudo Índice de Risco Ecológico), elaborado pela ong, afirma que 40% do planalto da bacia do Alto Paraguai está em alto risco.
“Entre as ameaças estão o intenso processo de conversão de áreas de vegetação do Cerrado por pastagens e cultivos agrícolas, a criação de barragens para geração de energia, uso ineficiente e degradação de áreas agrícolas e pastagens, impactos causados por áreas urbanas e falta de saneamento básico (menos de 15% do esgoto, em média, recebe tratamento e há um índice médio de perda de água nos sistemas de distribuição de 26%)”, afirma a ong.
O estudo afirma que a expansão econômica da agropecuária é realizada sem o devido planejamento ambiental, o que trouxe impactos. Além da perda da biodiversidade, houve o aumento da perda de solos, o que causou alterações no regime hídrico do Pantanal na dinâmica de inundação.
“Estamos enfrentando um cenário alarmante. Menos de 1% do planalto pantaneiro é protegido por Unidades de Conservação (UC’s) e 55% da área já foi desmatada. A conversão de vegetação do Cerrado na maioria das vezes não ocorreu segundo critérios de segurança ambiental, como a manutenção de vegetação ripária e reservas legais. Somente no estado de Mato Grosso, o déficit estimado de reserva legal é de 392 mil hectares”, destacou o coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil, Júlio César Sampaio.
A região do planalto pantaneiro é importante, aponta a ong, porque onde estão concentradas se concentram as “torres de água”, ou seja, fontes de água que fazem do Pantanal uma área úmida. Dessa forma, só é possível conservar a planície alagável do Pantanal se essas “fontes” forem preservadas.
As hidrelétricas também são chamadas de lação “grave ameaça” pela ong. São, de acordo com a WWF, 110 intervenções, entre PCH’s (Pequenas Centrais Hidroelétricas) e Centrais Geradoras. Quarenta desses empreendimentos já foram instalados, barrando aproximadamente 20 cursos d’água.
O IRE, explica a ong, agrega a análise de riscos ao planejamento territorial, com foco na conservação dos recursos hídricos. Essa abordagem permite compreender a extensão e a intensidade das atividades humanas na paisagem e expressar os riscos de degradação hídrica e ambiental associados a essas atividades.
Fonte: Campo Grande News
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