As árvores mais antigas do mundo.
A localização exata e o nome do pinheiro são mantidos em segredo pelo Serviço Florestal dos EUA para evitar atos de vandalismo. Sua irmã mais nova, segunda árvore mais antiga de que se tem registro, tem 4.845 anos e é chamada “Matusalém”, apesar de já possuir o quíntuplo da idade do personagem bíblico.
Com galhos retorcidos e aspecto dramático, a espécie prospera em uma região rochosa, com altitudes superando 3 mil metros e baixa precipitação. A umidade costuma ocorrer na forma de neve, e as temperaturas ficam constantemente abaixo de zero. Ao mesmo tempo em que as condições são duras, elas também determinam sua sobrevivência: a falta de competição por nutrientes com outras espécies vegetais favorece a Pinus longaeva, assim como a distância entre os pinheiros, que evita a propagação do fogo. O segredo para a vida tão longa inclui ainda um tipo de madeira densa, resistente a insetos, fungos, pestes e protegida por uma capa de resina.
Esses pinheiros resistem impassíveis aos elementos naturais ao longo dos anos, mas um dos exemplares mais antigos foi derrubado por um cientista desavisado. Na década de 60, o geólogo Donald Currey derrubou, com autorização do Serviço Florestal, o pinheiro “Prometeu”, para depois descobrir que se tratava da árvore mais antiga já datada naquele momento, com 4.844 anos.
Controversa, a morte da árvore indignação nos EUA e contribuiu para a criação do Parque Nacional da Grande Bacia, que protege os pinheiros de longa duração. Cientistas apontam que o estudo da Pinus longaeva pode servir de guia para entender melhor, a nível celular, os motivos que a levam a viver tanto tempo. Com isso, a comunidade científica também teria mais conhecimentos necessários para desenvolver terapias que aumentem a longevidade humana.
Além da Pinus longaeva, a lista das árvores mais antigas do planeta conta também com um cipreste-da-patagônia encontrado no Chile, com 3.627 anos, e uma figueira-dos-pagodes de 2.222 anos, achada no Sri Lanka.
A lista considera árvores individuais, mas outro tipo de organismo pode chegar a idades surpreendentemente maiores por meio da clonagem, ou reprodução não sexuada. Um dos exemplos é Pando, uma floresta de cerca de 47 mil álamos unidos por um mesmo sistema de raízes. Individualmente, as árvores vivem cerca de 200 anos. Já o sistema de raízes, que cobre cerca de 43 hectares, tem estimados 80 mil anos de idade. Da espécie Populus tremuloides, Pando vive em Utah, também nos EUA.
O jequitibá-rosa
É possível que o Brasil também possua uma árvore de mais de três milênios, mas o tema é controverso. Um jequitibá-rosa localizado em uma reserva na cidade de Santa Rita do Passa Quatro, no interior de São Paulo, teve sua idade estimada em mais de 3 mil anos.
O método usado pelo já falecido biólogo Manuel de Godoy foi o de contagem de anéis de crescimento de um jequitibá vizinho, que considera que um anel de crescimento visível no tronco da árvore é gerado a cada ano. Com essa idade, o jequitibá-rosa já seria milenário na época em que Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Contudo, outro cálculo aponta que o jequitibá teria cerca de 580 anos, conforme medição do chefe do laboratório de anéis de crescimento do departamento de ciências florestais da USP de Piracicaba, Mário Tomazello Filho. O pesquisador aponta que árvores tropicais possuem frequentemente falsos anéis de crescimento, o que poderia fazer com que se superestime a sua idade, como disse o pesquisador ao programa Globo Rural, da TV Globo.
Independente de sua idade, o jequitibá-rosa, apelidado de “Patriarca”, é imponente e impressionante: possui 11,5 metros de circunferência, 40 metros de altura e peso de 264 toneladas, equivalente a mais de 50 elefantes. O titã fica no Parque Estadual de Vassununga, área protegida mantida pelo governo estadual por meio da Fundação Florestal.
Fonte: G1
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