sábado, 15 de junho de 2019

Explosão em petroleiros dispara alerta no Estreito de Ormuz.

Explosões causaram graves danos nesta quinta-feira (13/06) a dois navios petroleiros próximo ao Estreito de Ormuz, uma das principais rotas do comércio marítimo do mundo, gerando suspeitas imediatas de ataques.

O incidente, o mais recente envolvendo supostos atentados contra petroleiros, ocorreu no Golfo de Omã, próximo à costa do Irã. Em meio a receios de um novo confronto entre Estados Unidos e Irã, o Conselho de Segurança da ONU anunciou uma reunião de emergência nesta quinta-feira para discutir o acontecido.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou Teerã de ser “responsável” pelas explosões, quase um mês depois do ataque a outros quatro navios, incluindo três navios-tanque, na costa dos Emirados Árabes Unidos. “A avaliação dos Estados Unidos é que a República Islâmica do Irã é responsável pelos ataques”, disse Pompeo. 
Um dos navios, o norueguês MT Front Altair, queimou durante horas, criando um enorme rastro de fumaça. As chamas deixaram uma das laterais do navio carbonizadas.
A Marinha dos Estados Unidos prestou assistência às duas embarcações. Ainda não há confirmação do que causou as explosões ou, no caso de um ataque, qual armamento foi utilizado contra o MT Front Altair e o outro navio, o Kokuka Courageous.
A Frontline, empresa que opera o MT Front Altar, disse apenas que uma explosão causou o incêndio e que não houve feridos entre os 23 tripulantes, sendo 11 russos, 11 filipinos e 1 georgiano. Eles foram transferidos para uma embarcação iraniana e transportados até o porto de Bandar Abbas, também no Irã.
A BSM Ship Management, responsável pelo Kokuka Corageous, informou que o casco do navio sofreu danos e que os 21 marinheiros foram retirados da embarcação, um deles com ferimentos leves. Uma emissora iraniana confirmou que as duas tripulações foram levadas em segurança ao porto, na província de Hormozgan.
O Front Altar havia partido de Ruwais, nos Emirados Árabes Unidos, um ponto de abastecimento da estatal Abu Dhabi National Oil Co., e transportava nafta de petróleo, um hidrocarbono inflamável. O Kokuka Corageous vinha de Mesaieed, no Catar, e Jubail, na Arábia Saudita, carregando metanol.
Especialistas afirmam que o fato de ambos os navios terem permanecido à deriva sugere que eles podem ter sido danificados por minas.
No mês passado, quatro petroleiros foram alvo de ataques nas proximidades do porto de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos. Os Estados Unidos acusam o Irã de ter utilizado minas marítimas para atingir as embarcações, mas Teerã nega qualquer envolvimento no caso.
Cerca de um terço do comércio mundial de petróleo passa pelo Estreito de Ormuz, que é a entrada para o Golfo Pérsico. O preço do barril de petróleo disparou após os supostos ataques desta quinta-feira, chegando a 62 dólares.
Shinzo Abe em Teerã
O incidente ocorre no momento em que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, realiza uma visita a Teerã, considerada de alto risco diplomático.
Na quarta-feira, após se reunir com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, Abe alertou que “conflitos acidentais” que possam surgir do acirramento das tensões entre Teerã e Washington devem ser evitados. A mensagem veio horas depois de um ataque realizado por milícias houthis do Iêmen – apoiadas pelos iranianos – contra um aeroporto saudita, que feriu 26 pessoas.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, elogiou os esforços de Abe, mas fez uma ressalva. “Não tenho dúvida de suas boas intenções e seriedade, mas não considero [Trump] digno de uma troca de mensagens”, teria dito o aiatolá ao japonês.
Ele ainda ofereceu um desafio a Trump. “Você deveria saber que, se nós planejássemos produzir armas nucleares, não haveria nada que os EUA pudessem fazer”, disse o líder da teocracia xiita.
As tensões entre Washington e Teerã se elevaram após o governo Trump abandonar o acordo nuclear com o Irã, assinado em 2015 e endossado pelo Conselho de Segurança da ONU, e depois de Washington reimpor pesadas sanções que haviam sido removidas em troca do controle internacional sobre o programa nuclear iraniano.
Fonte: Deutsche Welle

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