quarta-feira, 19 de junho de 2019

Metade dos corais do mundo desapareceram nos últimos 150 anos, diz chefe da ONU.

Em cerimônia para comemorar os 25 anos da entrada em vigor da Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou na segunda-feira (17), em Nova Iorque, que os oceanos enfrentam ameaças inéditas devido às mudanças climáticas e outras ações humanas. De acordo com o chefe da Organização, metade de todos os corais vivos do mundo desapareceram ao longo dos últimos 150 anos.

Nas quatro décadas passadas, a poluição plástica no mar aumentou dez vezes. Estima-se que um terço dos estoques naturais de peixes estejam super-explorados. E os ecossistemas marinhos têm sofrido o impacto da acidificação, do aumento do nível dos oceanos e do crescimento de zonas mortas — regiões dos mares com níveis baixíssimos de oxigênio, o que inviabiliza a vida marinha.
Nesse contexto, explicou Guterres, a convenção da ONU é essencial, uma vez que funciona como “a Constituição dos nossos oceanos” e “oferece um quadro para o uso pacífico, sustentável e colaborativo dos mares, oceanos e seus recursos”. A adoção do documento — que, na visão do secretário-geral, lançou os fundamentos para o desenvolvimento progressivo do Direito do Mar — é quase universal. Desde 1994, o texto foi ratificado por 168 países.
Para superar os desafios que os oceanos enfrentam atualmente, Guterres ressaltou que a comunidade internacional já conta com um plano de ação — o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 14, sobre a preservação da vida na água. Esse ODS divide-se em dez metas, que contemplam temas como a poluição marinha, a acidificação, a sobrepesca e a proteção ecossistêmica.
Os Objetivos Globais, de acordo com o secretário-geral, também trazem a promessa de não deixar ninguém para trás, incluindo as pessoas que dependem dos oceanos para se alimentar, para transporte, regulação climática, preservação do patrimônio e turismo.
“Demandas conflitantes da indústria, pesca, transporte de cargas, mineração e turismo estão criando níveis insustentáveis de pressão sobre os nossos ecossistemas marinhos e costeiros”, acrescentou Guterres.
A fim de lidar com essa conjuntura e cumprir o ODS 14, o secretário-geral defendeu a implementação plena da convenção sobre Direito do Mar. “Sejamos a geração que vai reverter o ciclo de contínua destruição nos nossos oceanos e garantir a sua conservação e uso sustentável, para o benefício da atual e das futuras gerações”, completou o chefe da ONU.
Fonte: ONU

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