quinta-feira, 30 de abril de 2020

Fotógrafo consegue imagem rara de harpia e filhote no ninho.

Carlos Tuyama fez fotos da ave ameaçada de extinção com 45 dias de vida ao lado da mãe em ninho de Rolim de Moura, Rondônia. Ao G1, ele contou desafios de fotografar a espécie.
Filhote de harpia é visto sob os cuidados da mãe no ninho em Rolim de Moura (RO) — Foto: Carlos Tuyama/Projeto Harpia
Com um mês e meio de vida, o filhote é visto ao lado da mãe, ambos olhando em direção à câmera. A foto impressiona pela proximidade, já que a espécie faz seus ninhos em árvores bem altas.
“Sem dúvida a melhor forma de fotografar harpias é estando próximo a um ninho, guardando uma distância que não perturbe as aves, claro”, conta Carlos Tuyama, de 54 anos.
Uma das espécies de ave mais raras da fauna da América Latina, a harpia também é conhecida como gavião-real e, quando adulta, passa de 2 metros de envergadura. Os casais ficam juntos por toda a vida e se reproduzem apenas a cada 2 anos e meio, sempre no mesmo ninho.
Carlos mora em Rolim de Moura (RO) e começou a fotografar a fauna local por hobby há 5 anos. Empresário do ramo de informática, ele e a esposa, Cristina, entraram como voluntários no Projeto Harpia pouco depois. Desde então, ele passou a se interessar particularmente por aves de rapina. Ao G1, ele falou sobre os desafios para fotografar um filhote de harpia no ninho.
“Observado do chão, um filhote só é visível quando ele tem mais que um mês de idade. Até então, ele praticamente só fica na parte mais funda do ninho, o que impede que seja visto. Mas, conforme ele vai crescendo, torna-se mais fácil, até ele ter uns 150 dias, quando já é bem grande mas ainda não consegue voar”, relata.
Segundo ele, o Projeto Harpia tem cerca de 120 ninhos da espécie mapeados em todo o Brasil, parte deles inativos. Sua estimativa é que haja cerca de 40 ninhos com filhotes com menos de 1 ano nesses ninhos.
“Eu considero que a obtenção de bons registro de harpias, assim como de várias outras espécies, depende mais do conhecimento do comportamento do animal do que do equipamento utilizado”, afirma Carlos. Segundo ele, parte do trabalho de monitoramento dos ninhos inclui compreender as rotas de entrada e saída dos adultos para instalar câmeras de vídeo sem perturbar as aves.
O Programa de Conservação do Gavião-real, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), foi criado em 1997 e anos depois passou a ser conhecido apenas por Projeto Harpia. Com o trabalho de pesquisadores, estudantes e voluntários, como Carlos e Cristina, o projeto faz o monitoramento da espécie nos ninhos mapeados no país.
Fonte: G1

Unidades de conservação de RO têm atividades suspensas até 17 de abril; fiscalização é feita por satélite.

Ações de políticas públicas realizadas com as comunidades tradicionais das áreas também foram paralisadas por conta da pandemia do novo coronavírus. Estado tem 10 casos confirmados da Covid-19.
Resex do Rio Ouro Preto, em Guajará-Mirim, fronteira brasileira com a Bolívia. — Foto: Divulgação/Sedam
As 38 unidades de conservação de Rondônia estão com as visitações suspensas até 17 de abril. Segundo o coordenador das unidades do estado, Denison Trindade, a suspensão é para evitar a propagação do novo coronavírus. Rondônia já tem 10 casos confirmados da doença.
Conforme Trindade, as ações de políticas públicas realizadas com as comunidades tradicionais das áreas também foram paralisadas por conta da pandemia.
“Vários comunitários têm uma idade avançada, pessoas tradicionais que moram dentro dessas áreas protegidas há muitos anos. Então, nós entendemos da necessidade de evitar contato com a equipe da coordenadoria”, reforçou o coordenador.
Apesar da interrupção, o monitoramento contra o desmatamento e trabalhos oriundos de extração ligeal de madeira continuam por meio de satélites.
Equipes de policiais e fiscais da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) também atudam nas unidades por terra, “mas também com a orientação de evitar ao máximo o contato nos casos de flagrantes de crimes ambientais”, explicou Denison.
De acordo com a Sedam, 26,5 mil m³ de madeira em toras foram apreendidas durante a operação Ágata-Ajuricaba I, do Exército Brasileiro e outros órgãos de segurança. As toras estavam guardadas em galpões, e as empresas responsáveis pela madeira estavam envolvidas em um esquema que fraudava os sistemas eletrônicos federais.
Conforme levantamento do G1 com base nos dados do Mapbiomas, Rondônia perdeu 69.526 km² de floresta entre 1990 e 2017. A quantidade de floresta perdida equivale a quase 10 mil campos de futebol do tamanho do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) apontaram que o desmatamento em toda a Amazônia avançou quase 30% entre julho de 2018 e agosto de 2019.
Fonte: G1

FAPESP e São Martinho criam Centro de Pesquisa para o controle biológico de pragas da cana.

CPE terá sede na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp em Jaboticabal; pesquisadores também vão atuar nas áreas de biotecnologia e resistência de planta (Foto: Wikimedia Commons)
Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – A FAPESP e a São Martinho – uma das maiores companhias do setor sucroalcooleiro do Brasil – selecionaram a Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Jaboticabal, como sede do novo Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) voltado ao controle de pragas e doenças que afetam as plantações de cana-de-açúcar.
Com um investimento previsto de R$ 8 milhões em cinco anos, o Centro de Pesquisa em Engenharia Fitossanidade em Cana-de-Açúcar tem o objetivo de desenvolver estratégias contra pragas e doenças da cana por meio do controle biológico e comportamental. As duas técnicas se utilizam de fungos, bactérias e feromônios (substâncias que atraem pragas), por exemplo, para proteger lavouras, possibilitando eliminar ou reduzir o uso de agrotóxicos.
O CPE Fitossanidade em Cana-de-Açúcar também vai atuar na área de biotecnologia e resistência de planta, focado sobretudo em cruzamentos convencionais para o melhoramento do cultivar.
Os investimentos serão feitos por meio do programa Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE). A FAPESP e a São Martinho vão aportar R$ 4 milhões cada em recursos para o novo centro de pesquisa A contrapartida econômica da universidade será oferecida na forma de salários de pesquisadores e de pessoal de apoio, infraestrutura e instalações. O programa tem validade de cinco anos, podendo ser prorrogado por mais cinco.
“Estamos confiantes de que a interação entre indústria e universidade vai gerar bons resultados para a economia e a sociedade. A São Martinho tem a inovação como um dos seus principais pilares de desenvolvimento. Nossa expectativa com o projeto é grande, com potencial para a criação de um novo ecossistema de inovação no país”, diz Walter Maccheroni, gestor de Inovação da São Martinho.
Com mais de 300 mil hectares de área de colheita e capacidade aproximada de moagem de 24 milhões de toneladas de cana, a São Martinho é uma das maiores companhias do setor no país..

Quatro problemas em ascensão

“Nosso objetivo com o novo centro é compreender todo o aspecto biológico, ecológico e epidemiológico de pragas e doenças e, com isso, avançar em métodos de controle que busquem a inovação. Isso em um setor que já privilegia o controle biológico como principal ferramenta de controle”, diz Odair Aparecido Fernandes, professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp em Jaboticabal e pesquisador responsável pelo novo CPE.
A São Martinho definiu como focos de pesquisa a doença conhecida como síndrome do murchamento da cana, o bicudo-da-cana (Sphenophorus levis) e a lagarta peluda (Hyponeuma taltula).
Além dos três problemas comuns nas lavouras de cana em todo o Brasil, também foi elencado como prioridade o controle da mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans). A despeito de não se tratar de uma praga nas lavouras de cana, as larvas dessa espécie de mosca se desenvolvem na palha do canavial quando esta recebe irrigação de vinhaça. Com a proliferação, elas atacam o gado em pastagens vizinhas, causando prejuízo aos pecuaristas sobretudo no oeste do Estado de São Paulo, no Mato Grosso do Sul e em Goiás.

Inovar sempre

Fernandes destaca que as quatro pragas ou doenças que serão estudadas no novo centro vêm retomando destaque nos últimos anos por estarem relacionadas a técnicas ambientais mais avançadas de plantio, que não envolvem a queima da palha.
“Não queimar a palha que recobre o solo é muito importante do ponto de vista ambiental. O avanço do sistema de plantio e colheita da cana foi essencial do ponto de vista ambiental, mas os efeitos colaterais são o ressurgimento dessas pragas e doenças. O grande objetivo do centro é inovar no controle biológico para não ter de recorrer a ferramentas antigas”, diz Fernandes.
O CPE vai contar com uma equipe de 31 pesquisadores formada pelo grupo da Unesp de Jaboticabal e parceiros de diferentes instituições, como Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Agência Paulista de Tecnologia (APTA), Cooperativa Agroindustrial (Coplana), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Fundação Educacional de Ituverava e Universidade de Franca.
“Procuramos reunir entomologistas, citopatologistas e pesquisadores ligados a educação e transferências de tecnologia. Além do desenvolvimento científico, será fundamental transferir conhecimento para o setor produtivo e para as escolas”, diz Fernandes.
Fonte: FADESP

Governo libera o registro de 44 agrotóxicos genéricos e 2 biológicos inéditos para uso dos agricultores.

Dos genéricos, 27 são pesticidas químicos e 17 são produtos biológicos, normalmente utilizados na produção orgânica. São 112 registros no ano.
Aumenta quantidade de agrotóxicos liberados pela Anvisa; Mogi tem programa para conscientizar agricultores — Foto: Reprodução/TV Diário
O Ministério da Agricultura publicou nesta sexta-feira (3) a liberação de mais 46 agrotóxicos para o uso dos agricultores. Na semana passada, o governo havia autorizado outros 18 pesticidas para que a indústria possa formular novos produtos. Na soma, são 112 novas autorizações neste ano.
Do total, 2 produtos liberados são inéditos e biológicos, normalmente utilizados na agricultura orgânica.
Um dos produtos novos é à base de extrato de alho, que poderá ser usado para o controle de nematoides (pragas de solo que atacam as raízes das plantas), e o outro é o registro de Amblysuius tamatavensis, um ácaro que controla a mosca-branca, praga que ataca a batata, tomate e feijão entre outras culturas.
Pela legislação brasileira, tanto produtos biológicos utilizados na agricultura orgânica quanto químicos utilizados na produção convencional são considerados agrotóxicos.
Os outros 44 são genéricos de produtos já autorizados no país, sendo 28 pesticidas químicos e 16 defensivos biológicos. Segundo o governo, todos esses princípios ativos, ou seja, a base do agrotóxico, já estavam liberados no país, são os chamados “produtos formulados equivalentes”.
Na lista de princípios ativos químicos, a maioria é liberado na União Europeia e nos Estados Unidos. Entre os destaques estão os inseticidas Abamectina, produto considerado altamente tóxico pela Anvisa, e o Fipronil, que está relacionado a morte de abelhas.
E outros produtos muito vendidos como o 2,4-D e a Atrazina.
Nos EUA, grande parte está em reavaliação, porém, este é um procedimento normal do país, que costuma revisar a autorização dos defensivos agrícolas com frequência.

Novo método de divulgação

Neste ano, o governo alterou o método para anunciar a liberação de agrotóxicos. Até 2019, o Ministério da Agricultura divulgava a aprovação dos pesticidas para a indústria e para os agricultores no mesmo ato dentro do “Diário Oficial da União”.
A série histórica de registros, que apontou que 2019 como ano recorde de liberações, levava em conta a aprovação dos dois tipos de agrotóxicos: os que vão para indústria e os que vão para os agricultores.
Em nota, o Ministério da Agricultura explicou que a publicação separada de produtos formulados (para os agricultores) e técnicos (para as indústrias) neste ano tem como objetivo “dar mais transparência sobre a finalidade de cada produto”.
“Assim, será mais fácil para a sociedade identificar quais produtos efetivamente ficarão à disposição dos agricultores e quais terão a autorização apenas para uso industrial como componentes na fabricação dos defensivos agrícolas”, completou o ministério.

Como funciona o registro

O aval para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:
  • Anvisa, que avalia os riscos à saúde;
  • Ibama, que analisa os perigos ambientais;
  • Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.
Tipos de registros de agrotóxicos:
  • Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.
  • Produto técnico equivalente: “cópias” de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;
  • Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;
  • Produto formulado equivalente: produto final “genérico”.
Fonte: G1

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Dia da Caatinga: bioma exclusivo do Brasil apresenta grande potencial para o manejo sustentável.

Brasília (28/04/2020) O Ibama criou na última segunda-feira (27/04), véspera do Dia da Caatinga, Grupo de Trabalho (GT) que irá propor alternativas para a qualificação da gestão ambiental do bioma, com foco na promoção do uso sustentável dos recursos naturais, no desenvolvimento regional e na ampliação da participação dos entes federativos em processos decisórios.
O manejo florestal sustentável integrado de uso múltiplo é uma alternativa para a promoção do desenvolvimento local. A prática reconhece o recurso florestal como ativo ambiental e assegura o equilíbrio entre a demanda e a oferta de produtos.
Por resguardar paisagens naturais e promover a manutenção de serviços ambientais essenciais, o Manejo Florestal da Caatinga é um sistema produtivo que conserva a biodiversidade, além de manter as famílias no campo.
O GT Caatinga busca definir protocolos técnicos que permitam uma avaliação qualificada do manejo para valorizar e desmitificar o uso sustentável das florestas. Para consolidar a iniciativa, o Ibama conta com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de cooperação técnica com o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) e da Organização para Alimentação e Agricultura (FAO), além de parcerias com entes federados e instituições de ensino e pesquisa que atuam no bioma Caatinga.
Fonte: IBAMA

Maior buraco registrado na camada de ozônio do Ártico se fecha.

A causa foi um vórtice polar de ar frio que teve sua força reduzida e permitiu que o buraco fosse fechado
Camada: estima-se que a camada de ozônio se recupere aos níveis registrados no início da década de 1980 apenas em 2050 (ESA/Reprodução)
Um buraco de mais de um milhão de quilômetros quadrados foi descoberto no Ártico por cientistas em março — o maior já registrado. Mas, recentemente, ele se fechou. O anúncio foi feito pelo Copernicus, programa de observação da Terra da União Europeia.
Além do tamanho impressionante, o buraco também foi responsável por esgotar o ozônio na camada a uma altitude de cerca de 18km.
Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), o fechamento não teve relação com a atividade humana, ou com a diminuição da emissão de poluentes pelo isolamento social no mundo devido à pandemia de coronavírus.
O buraco, diferemente de muitos outros, também não foi causado pela poluição. A causa e a solução foi um vórtice polar de ar frio que, que teve sua força reduzida e permitiu que o buraco fosse fechado.
O buraco na camada da Antártica segue sendo a grande preocupação dos cientistas.
O que são os buracos na camada de ozônio?
É um fenômeno de queda acentuada na concentração do ozônio sobre a região da Antártica. Esse processo vem sendo acompanhado desde o início da década de 1980, em vários pontos do mundo.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a camada de ozônio começou a sofrer com os efeitos da poluição crescente provocada pela industrialização mundial. Produtos químicos como Halon, Tetracloreto de Carbono (CTC), Hidroclorofluorcabono (HCFC), Clorofluorcarbono (CFC) e Brometo de Metila, são classificadas como Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio – SDOs e quando liberadas no meio ambiente, deslocam-se na atmosfera, degradando a camada de ozônio.
Diante dos esforços realizados para cumprir com as metas de eliminação das substâncias destruidoras do ozônio pelo Protocolo de Montreal, estima-se que a camada de ozônio se recupere aos níveis registrados no início da década de 1980 apenas em 2050.
Fonte: EXAME

Como as medidas contra o coronavírus estão fazendo a Terra vibrar menos.

A Terra está vibrando menos por causa das medidas contra o coronavírus.
A Terra está em pausa. Enquanto nós, humanos, enfrentamos o medo e o caos da pandemia de coronavírus, o planeta apresenta uma quietude incomum.
As medidas de confinamento que se espalharam pelo mundo fizeram bilhões de pessoas ficarem em casa. É um acontecimento sem precedentes, cujas consequências os cientistas estão começando a medir.
As ruas estão vazias, as lojas fechadas, os carros estacionados. Tudo isso reduziu o que os geólogos chamam de “ruído sísmico” gerado pelos seres humanos.
É o termo usado para descrever as vibrações que nossas atividades diárias causam na crosta terrestre.

O que está ocorrendo?

O que acontece pode ser comparado a várias pessoas pulando em um colchão ao mesmo tempo… e, de repente, todos param.
O fenômeno foi registrado por Thomas Lecocq, um sismólogo no Observatório Real da Bélgica.
As ruas de Bruxelas, como as de muitas cidades, permanecem vazias
Há três semanas, quando as medidas de contenção foram implementadas, Lecocq começou a perceber que seus equipamentos indicavam uma drástica diminuição nas vibrações.
“Tudo está calmo e as estações sísmicas também sentem essa tranquilidade”, diz Lecocq à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
O sismólogo observou o efeito em Bruxelas, mas desde que publicou suas medições, ele começou a receber relatos de que algo semelhante está acontecendo em várias partes do mundo.

Um mundo mais calmo

As medições de Lecocq mostram que, desde que as medidas de confinamento começaram a ser aplicadas, o ruído sísmico gerado pelo homem foi reduzido em cerca de um terço.
“Diariamente está em níveis como os dos dias em torno do Natal, quando as escolas estão fechadas e as pessoas estão em casa”, diz Lecocq.
Para Lecocq, as medições são uma prova de ‘boa vontade’ das pessoas em relação às medidas contra o coronavírus
Depois que Lecocq compartilhou suas medidas no Twitter, colegas de lugares como Zurique, Londres, Paris e Los Angeles também relataram reduções no ruído sísmico.
Lecocq afirma que também recebeu relatórios semelhantes do Japão, Itália, Costa Rica e Chile.
“As estações sísmicas mostram que as pessoas estão de fato em casa e estão fazendo a Terra vibrar menos”, diz o sismólogo.

Boa notícia

A diminuição do ruído sísmico é uma boa notícia para os sismólogos.
À medida que há mais silêncio e quietude, os dispositivos sísmicos se tornam mais sensíveis e podem detectar outros movimentos que os alcançavam anteriormente com um sinal menos claro.
Medidas de distanciamento social foram adotadas em diversas partes do mundo
“Podemos notar mais terremotos pequenos e melhorar os estudos da crosta terreste porque há menos ruído e a qualidade do sinal é melhor”, diz Lecocq.
A diminuição do ruído, segundo ele, tem um significado importante não apenas para os cientistas.
“Como sismólogos, estamos testemunhando a boa vontade do povo em respeitar as medidas”, diz Lecocq.
“Todo ser humano pensa que o que ele faz não é importante, mas quando milhões de pessoas fazem isso ao mesmo tempo, a superfície da Terra percebe.”
“Espero que continuemos em casa e respeitemos as regras para sairmos juntos dessa crise”, conclui o sismólogo.
Fonte: BBC

Cinco motivos pelos quais pandemia de coronavírus pode não ser boa para o meio ambiente.


Imagens de lugares com menos poluição têm circulado no mundo, dando uma certa esperança de que a pandemia global do coronavírus esteja, ao menos, nos dando essa notícia boa.
Mas cientistas alertam que pode não ser bem assim.
Apesar da menor circulação de pessoas, do arrefecimento da economia e da consequente diminuição das emissões de gases do efeito estufa, há pontos que afetam negativamente sobre o clima nessa situação toda.
Primeiro, porque experiências passadas mostraram que essas diminuições pontuais não levaram a mudanças a longo prazo.
Em segundo lugar, porque já estamos produzindo mais lixo, principalmente hospitalar. Em Wuhan, primeiro epicentro da crise na China, por exemplo, a quantidade de lixo cresceu quatro vezes.
Terceiro: o consumo de energia nas cidades aumentou muito, porque usamos mais gás e eletricidade ficando em casa.
O quarto ponto é algo que parece contraditório: as partículas de poluição tem seus benefícios porque têm um efeito de escudo contra os raios do Sol. Removê-las pode fazer com que o planeta esquente mais rapidamente.
E, por fim, com o coronavírus, a questão toda do aquecimento global ficou em segundo plano.
Não sabemos o que vai acontecer, mas pode ser que essa crise nos force a rever a maneira como vivemos, talvez com menos danos ao meio ambiente.
Fonte: BBC

terça-feira, 28 de abril de 2020

Golfinhos machos “cantam” em bando para proteger e atrair fêmeas.

Segundo pesquisadores australianos, os cetáceos emitem sons sincronizados para formar grupos e atrair as fêmeas com maior potencial para o acasalamento
Golfinhos cantam para atrair e proteger as fêmeas (Foto: Creative commons)
Uma nova descoberta feita por cientistas australianos e publicada na Proceedings of the Royal Society B mostrou que golfinhos-nariz-de-garrafa, a espécie mais comum desses cetáceos, podem coordenar algumas ações com “cantos” — a primeira evidência de que outro animal, além dos humanos, consegue se sincronizar usando sinais vocais. E eles fazem isso por um motivo nobre: proteger fêmeas com potencial para o acasalamento.
Assim como nós, humanos, usamos a voz para marchar e dançar, por exemplo, reforçando a importância de um grupo ou intimidando nossos oponentes, os golfinhos também usam seus sons para se adequar ao grupo e galantear as fêmeas. O comportamento foi observado em um estudo feito em Shark Bay, na Austrália, com aprovação ética das universidades da Austrália Ocidental; de Zurique, na Suiça; e de Bristol, no Reino Unido.
Para isso, os pesquisadores usaram quatro microfones a prova d’água atrás de uma lancha e registraram 172 momentos em que vários machos faziam barulhos parecidos com estalos em torno das fêmeas. Os sons ecoavam ao mesmo tempo e na mesma frequência, em séries de dois a 49 ruídos curtos, 10 por segundo, repetidamente, formando uma espécie de cantoria que pode ser ouvida aqui.
Quando os machos apareceram sozinhos, o tempo e o ritmo desses sons já não eram os mesmos. Segundo os cientistas, isso sugere que os golfinhos usam esses sinais vocais para melhorar a cooperação em grupo e alcançar o objetivo de atrair as fêmeas.
Fonte: Revista Galileu

Antártida foi floresta tropical há 90 milhões de anos, sugere estudo.

Especialistas encontraram vestígios de raízes fósseis, pólen e esporos de plantas na região, indicando que o clima na época era bem mais ameno
Antártida foi floresta tropical há 90 milhões de anos, sugere estudo (Foto: Alfred-Wegener-Institut/James McKay)
Uma equipe de pesquisadores de diversas universidades europeias descobriu evidências de que, há 90 milhões de anos, existiam florestas perto da região onde hoje é o Polo Sul. De acordo com o artigo publicado pelos cientistas na Nature, o achado sugere que o clima naquela região do planeta era excepcionalmente quente à época.
O grupo chegou a essa conclusão após encontrar vestígios de raízes fósseis, pólen e esporos de plantas na Antártida Ocidental. Os especialistas analisaram o material orgânico e o compararam com espécieS de plantas existentes hoje em dia.
Segundo os pesquisadores, essa investigação lhes permitiu constatar não apenas que havia uma floresta no Polo Sul, mas também que o clima há 90 milhões de anos era mais quente do que se imaginava. Isso porque o trabalho sugere que os níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera eram mais altos do que o esperado, desafiando os modelos climáticos do período.
Os pesquisadores especulam que a floresta na região seria como a encontrada hoje na Nova Zelândia, com a temperatura girando em torno dos 12ºC. De acordo com a equipe, isso era comum até mesmo durente as noites polares, que duravam cerca de 4 meses.
“A preservação dessa floresta de 90 milhões de anos é excepcional, mas ainda mais surpreendente é o mundo que ela revela”, afirmou Tina van de Flierdt, uma das pesquisadoras, em comunicado. “Mesmo durante meses de escuridão, as florestas úmidas e temperadas foram capazes de crescer perto do Polo Sul, revelando um clima ainda mais quente do que esperávamos.”
Fonte: Revista Galileu

Série de webinars aborda a relação da COVID-19 com a sustentabilidade.

A Rede Brasil do Pacto Global está promovendo uma série de webinars que relacionam a Covid-19 com temas ligados à sustentabilidade. Foto: CNJ
Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas está promovendo uma série de webinars que relacionam a COVID-19 com temas ligados à sustentabilidade.
Durante todo o mês de abril, especialistas foram convidados para compartilhar seu conhecimento na série “Quarentena com o Pacto”.
Confira abaixo os temas e datas dos próximos webinars:

COVID-19 e Corrupção: Riscos para o setor de saúde e contratações públicas

Participe deste webinar para conhecer quais são os riscos de corrupção em tempos de pandemia. Vamos abordar especificamente o setor de saúde e as contratações públicas feitas com recursos emergenciais.
Convidado: Eduardo Pazinato – UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre drogas e crime)
Data e hora: dia 8 de abril, das 14h às 15h30. Inscreva-se aqui.

COVID-19 e Agricultura: Como a produção agrícola e a distribuição de alimentos serão impactadas?

A promoção de isolamento social está mudando as formas de trabalho e produtividade. Este webinar visa discutir o impacto dessas mudanças na produção agrícola e na distribuição de alimentos.
Convidado: Marcos Jank – professor de agronegócio global do INSPER e titular da Cátedra Luiz de Queiroz da ESALQ-USP
Data e hora: dia 9 de abril, de 11h até 12h30. Inscreva-se aqui.

COVID-19 e Clima: Como estão conectados?

No início deste ano, vimos uma queda notável nas emissões de dióxido de carbono, principal gás causador de efeito estufa, na China e em outros países. Neste webinar, vamos discutir este e outros aspectos de como a crise climática se relaciona com a pandemia.
Convidado: Carlos Nobre – pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP, Coordenador Científico do Instituto de Estudos Climáticos da UFES e Presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas
Data e hora: dia 14 de abril, de 14h até 15h30. Inscreva-se aqui.

COVID-19 e seus impactos sobre Direitos Humanos e Trabalho

Este webinar aborda a relação da pandemia com os direitos humanos e o trabalho. Reflitir sobre esses temas é essencial para que empresas e organizações continuem apoiando a Declaração dos Direitos Humanos, os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos e outros tratados que foram incorporados pelo pais.
Convidados: Andreza Souza – Gerente de Sustentabilidade da Natura
Angela Terto – Assessora Nacional de Direitos Humanos no ACNUDH (Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos)
Laerte Sznelwar – Psicanalista, professor da Escola Politécnica da USP e pesquisador integrante da equipe de psicodinâmica do trabalho no Institut de Psycodynamique du Travail, em Paris.
Data e hora: dia 22 de abril, de 11h até 12h30. Inscreva-se aqui.

COVID-19 e ODS6: a importância do saneamento básico para o combate ao coronavírus

A falta de água e saneamento coloca bilhões em risco de contaminação pelo coronavírus. Este webinar discute o que as empresas podem fazer para minimizar as condições às quais a população mais vulnerável está exposta, causada pela falta de infraestrutura de saúde e saneamento adequadas.
Convidados: Ana Freitas Ribeiro, médica sanitarista e epidemiologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas
Renata Ruggiero Moraes – Diretora Presidente do Instituto Iguá de Sustentabilidade
Édison Carlos – Presidente Executivo do Instituto Trata Brasil
Marina de Castro Rodrigues – Coordenadora de responsabilidade social da Aegea Saneamento
Data e hora: dia 23 de abril, de 10h até 11h30. Inscreva-se aqui.

UN Global Compact Academy produz série especial sobre COVID-19

Além da Rede Brasil, a Academia do Pacto Global também está produzindo uma série de webinars sobre a Covid-19. Eles serão apresentados em inglês e contam com a participação de especialistas internacionais.
Confira os próximos:

COVID-19 e o apoio ao mundo do trabalho

Este webinar discute os impactos sociais e econômicos da pandemia relacionados ao trabalho e emprego.
Com a participação do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder; do diretor-geral da Organização Internacional dos Empregadores, Roberto Suárez Santos; e da secretária-geral da Confederação Sindical Internacional, Sharan Burrow.
Dia 7 de abril (terça-feira), às 11h (horário de Brasília). Inscreva-se aqui.

Como os negócios podem apoiar as mulheres em tempos de crise

A atual crise atinge homens e mulheres de forma desproporcional. Este webinar discute ações que podem ser tomadas para apoiar as mulheres em serviços essenciais.
Dia 14 de abril (terça-feira), às 11h (horário de Brasília). Inscreva-se aqui.
Fonte: ONU