Carlos Tuyama fez fotos da ave ameaçada de extinção com 45 dias de vida ao lado da mãe em ninho de Rolim de Moura, Rondônia. Ao G1, ele contou desafios de fotografar a espécie.
Com um mês e meio de vida, o filhote é visto ao lado da mãe, ambos olhando em direção à câmera. A foto impressiona pela proximidade, já que a espécie faz seus ninhos em árvores bem altas.
“Sem dúvida a melhor forma de fotografar harpias é estando próximo a um ninho, guardando uma distância que não perturbe as aves, claro”, conta Carlos Tuyama, de 54 anos.
Uma das espécies de ave mais raras da fauna da América Latina, a harpia também é conhecida como gavião-real e, quando adulta, passa de 2 metros de envergadura. Os casais ficam juntos por toda a vida e se reproduzem apenas a cada 2 anos e meio, sempre no mesmo ninho.
Carlos mora em Rolim de Moura (RO) e começou a fotografar a fauna local por hobby há 5 anos. Empresário do ramo de informática, ele e a esposa, Cristina, entraram como voluntários no Projeto Harpia pouco depois. Desde então, ele passou a se interessar particularmente por aves de rapina. Ao G1, ele falou sobre os desafios para fotografar um filhote de harpia no ninho.
“Observado do chão, um filhote só é visível quando ele tem mais que um mês de idade. Até então, ele praticamente só fica na parte mais funda do ninho, o que impede que seja visto. Mas, conforme ele vai crescendo, torna-se mais fácil, até ele ter uns 150 dias, quando já é bem grande mas ainda não consegue voar”, relata.
Segundo ele, o Projeto Harpia tem cerca de 120 ninhos da espécie mapeados em todo o Brasil, parte deles inativos. Sua estimativa é que haja cerca de 40 ninhos com filhotes com menos de 1 ano nesses ninhos.
“Eu considero que a obtenção de bons registro de harpias, assim como de várias outras espécies, depende mais do conhecimento do comportamento do animal do que do equipamento utilizado”, afirma Carlos. Segundo ele, parte do trabalho de monitoramento dos ninhos inclui compreender as rotas de entrada e saída dos adultos para instalar câmeras de vídeo sem perturbar as aves.
O Programa de Conservação do Gavião-real, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), foi criado em 1997 e anos depois passou a ser conhecido apenas por Projeto Harpia. Com o trabalho de pesquisadores, estudantes e voluntários, como Carlos e Cristina, o projeto faz o monitoramento da espécie nos ninhos mapeados no país.
Fonte: G1
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