quinta-feira, 25 de junho de 2020

Círculo Polar Ártico registra calor recorde e preocupa os cientistas.

Fogos em florestas se tornaram mais comuns e recorrentes no Ártico

As temperaturas no Círculo Polar Ártico provavelmente atingiram no sábado a maior temperatura já registrada na história, com escaldantes 38 graus na cidade siberiana de Verkhoyansk, na Rússia.

O recorde ainda precisa ser confirmado, mas ele parece ser 18 graus maior do que a média de máximas para o mês de junho.

Verões quentes não são incomuns no Círculo Polar Ártico, mas os últimos meses têm tido temperaturas altas fora do normal.

O Ártico parece estar se aquecendo duas vezes mais rápido que a média global.

Verkhoyansk, que abriga cerca de 1,3 mil pessoas, está dentro do Círculo Polar Ártico, em um lugar remoto na Sibéria. O local tem temperaturas extremas, que podem ir de uma média de -42 graus em janeiro a uma média de 20 graus na estação quente.

Este ano, uma onda de calor persistente está preocupando os meteorologistas. Em março, abril e maio, o serviço de meteorologia Copernicus Climate Change noticiou que a temperatura média esteve 10 graus acima do normal.

Esse gráfico da BBC mostra as temperaturas altas no Ártico

Neste mês, partes da Sibéria chegaram a registrar 30 graus, enquanto no mês passado, a localidade de Khatanga, também no Círculo Ártico na Rússia, registrou o recorde de 25,4 graus.

“Os recordes de temperatura estão sendo quebrados em todo o mundo, mas o Ártico está se aquecendo mais aceleradamente do que em qualquer outra parte”, diz Dann Mitchell, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

“Então, não é surpreendente ver recordes sendo quebrados nesta região. Veremos mais disso no futuro próximo.”

Por que devemos nos preocupar com aquecimento no Ártico?

O aquecimento no Ártico está provocando o derretimento da chamada permafrost – camada que antes ficava permanentemente congelada abaixo do solo.

Isso está preocupando os cientistas porque o derretimento da permafrost faz com que gases como dióxido de carbono e metano, que estavam presos ali, sejam liberados na atmosfera.

Esses gases do efeito estufa podem aquecer ainda mais o planeta e causar mais derretimento, em um círculo vicioso de retroalimentação.

As temperaturas altas também fazem com que o gelo na superfície derreta em um ritmo mais acelerado, fazendo com que o nível do mar cresça.

Também existe retroalimentação neste caso, porque a diminuição da superfície branca do gelo faz com que o mar absorva mais calor. Isso provoca ainda mais aquecimento.

O impacto de incêndios florestais também é um fator. No verão passado, houve incêndios no Ártico.

Apesar de comuns no verão, as altas temperaturas e os ventos fortes foram mais graves do que o normal.

Geralmente eles começam em maio e chegam ao seu ápice em julho e agosto, mas este ano já no final de abril esses fenômenos estavam dez vezes maiores na região de Krasnoyarsk, na Sibéria, comparado com o ano passado, segundo o ministro de Emergências da Rússia.

Este será o verão mais quente da história?

2020 certamente é um forte candidato para isso. A maior parte do norte da Europa e da Ásia teve uma primavera moderada e um verão com temperaturas até 10 graus acima do normal, em alguns lugares.

O ano mais quente já registrado foi 2016, que ainda está apenas levemente na frente de 2020.

Isso não deve surpreender ninguém.

“Nós perturbamos o equilíbrio de energia do planeta inteiro”, alerta o professor Chris Rapley, da University College London (UCL).

Ano após ano vemos recordes de temperatura sendo quebrados, diz o cientista.

“Isso é uma mensagem de alerta da própria Terra. Nós a ignoramos por nossa conta e risco.”

Fonte: BBC

Microplásticos são encontrados em ecossistema da Antártica.

Micropartículas de plástico já foram detectadas em todos os oceanos do mundo, incluindo na Fossa das Marianas, o local mais profundo do planeta

Antártica: “Materiais sintéticos entraram profundamente na cadeia alimentar”, explicam pesquisadores (Andrew Peacock/Getty Images)

Os microplásticos poluem até os ecossistemas mais remotos, como a Antártica – é o que aponta um estudo publicado nesta quarta-feira (24) na revista “Biology Letters”.

Um grupo de cientistas encontrou fragmentos de poliestireno nas entranhas de colêmbolos, minúsculos artrópodes terrestres, na costa da Ilha King George. Trata-se de uma das regiões mais poluídas da Antártica, devido à presença de estações de pesquisa científica, de infraestrutura militar e de turismo.

Essas micropartículas de plástico já foram detectadas em organismos vivos em todos os oceanos do mundo, incluindo na Fossa das Marianas, no Pacífico, o local mais profundo do planeta.

Os colêmbolos foram analisados por meio de imagens infravermelho, as quais permitiram detectar, de modo inequívoco, traços de poliestireno no intestino desses pequenos animais que podem saltar como pulgas.

O fato de que essas amostras “ingiram microplástico implica que estes materiais sintéticos entraram profundamente na cadeia alimentar”, explicam os autores.

Estas amostras estão muito presentes nos solos antárticos, que não estão cobertos de gelo e representam menos de 1% do território.

“O plástico entrou em uma das cadeias alimentares terrestres mais remotas do planeta”, e isso “representa um novo fator de estresse potencial para os ecossistemas polares, que já enfrentam a mudança climática e o aumento das atividades humanas”, alertam.

Os pesquisadores destacam o problema específico apresentado pelo poliestireno expandido, cuja porosa estrutura facilita a instalação de musgos e de microalgas. Estes, por sua vez, atraem outros organismos.

Os efeitos da ingestão de microplásticos entre os animais – marinhos, ou terrestres – são objeto de vários estudos no mundo, que tentam avaliar o impacto dos produtos químicos presentes e de patógenos que podem se fixar nos detritos flutuantes.

Fonte: Exame

Riscos climáticos são ignorados pelas empresas, diz estudo.

Mais da metade das empresas reconhece que as mudanças climáticas representam riscos financeiros, mas apenas 10% traçam cenários

Geleira na Groenlândia: aquecimento global representa um risco para o sistema financeiro e pode ser o gatilho para uma nova crise (Joe Raedle/Bloomberg)

Os riscos climáticos são uma preocupação cada vez maior no mercado financeiro. Recentemente, o Banco de Compensações Internacionais (BIS), uma espécie de banco central dos bancos centrais, publicou um extenso documento no qual alerta que as mudanças climáticas podem ser o gatilho de uma nova crise financeira global, mais grave do que a do coronavírus.

É cada vez maior a pressão para que os governos incluam as mudanças climáticas como um dos pilares da retomada econômica pós-pandemia. No final de maio, a União Europeia apresentou o Green Deal Europeu, um plano de incentivo econômico que tem a redução das emissões de carbono como fio condutor.

O objetivo é promover uma retomada verde, digital e resiliente. “Precisamos ter a certeza de que a recuperação da crise do coronavírus esteja calcada na transformação ambiental e digital”, afirmou Frans Timmermans, primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, que está à frente do plano.

Apesar do cenário de risco crescente e da pressão de investidores e reguladores, poucas empresas estimam os impactos financeiros associados às mudanças climáticas. A conclusão é de um estudo feito pela consultoria EY. Enquanto 54% das companhias reconhecem o clima como uma questão material para os negócios, apenas 10% traçam cenários climáticos, tanto para estimar os riscos quanto para prospectar oportunidades.

O estudo, denominado Barômetro Global de Divulgação de Riscos Climáticos, examinou a divulgação de resultados de mais de 950 empresas, em 34 países, durante o período 2018-2019. O objetivo do trabalho foi identificar o nível de adoção, pelas companhias, das recomendações da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD, na sigla em inglês), organização que busca desenvolver uma taxonomia para os riscos climáticos, de modo que possam ser mensurados financeiramente.

“A divulgação de informações sobre o planejamento dos cenários das mudanças climáticas fornece às empresas novas contribuições para a estratégia e o planejamento do negócio, o que melhora a capacidade e os processos internos”, afirma Leonardo Dutra, sócio da EY responsável pela área de mudanças climáticas.

No Brasil, os bancos são os que melhor trabalham o tema. Empresas com grande exposição ao chamado risco de transição, que são os riscos associados à perda de mercado em virtude de novos padrões tecnológicos ou de consumo, que afeta especialmente setores intensivos em carbono, como mineração, manufatura e transportes, também apresentam uma pontuação mais elevada.

De modo geral, o Brasil está entre os dez países com mais empresas que utilizam a metodologia da TCFD. Quase 90% dos respondentes mencionam elementos da força-tarefa e 42% aprofundam o tema.

Fonte: Exame

terça-feira, 23 de junho de 2020

Alterações no regime de inundação ameaçam árvores centenárias da Amazônia.

Estudo do Inpa mostra que degradações do ambiente provocadas pela construção de hidrelétricas em combinação com mudanças do clima podem alterar permanentemente o pulso de inundação abaixo das barragens, prejudicando ecossistemas inteiros

Fotos – Tayane Carvalho, Angélica Resende e Jochen Schöngart – Inpa

A implantação da hidrelétrica de Balbina e as mudanças climáticas alteraram o regime de inundação de florestas alagáveis pobres em nutrientes causando mortalidade de árvores centenárias da Amazônia, como a macacarecuia ou cueira (Eschweilera tenuifolia), árvore símbolo dos igapós de águas pretas e altamente adaptada ao pulso de inundação (subida e descida anual das águas dos grandes rios da Amazônia Central). É o que aponta o artigo publicado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) na revista científica New Phytologist.

O trabalho tem como primeira autora a egressa do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas – Botânica do Inpa, Angélica Resende, como um dos frutos da sua tese, além dos pesquisadores Jochen Schöngart (orientador principal de Resende), Maria Teresa Piedade, e a pós-doutoranda Flavia Durgante. Piedade e Schöngart são coordenador e vice, respectivamente, do projeto Ecológico de Longa Duração executado pelo Grupo de Pesquisa Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (Peld-Maua/Inpa), grupo que há décadas estuda as áreas alagáveis da Amazônia.

No artigo “Perturbações do pulso de inundação como ameaça a árvores centenárias da Amazônia” (Flood-pulse disturbances as a threat for long-living Amazonian trees), buscou-se elucidar a relação de distúrbios climáticos e antrópicos com o crescimento e a mortalidade da macacarecuia, pertencente à mesma família da castanha-do-pará (Lecythidaceae), que durante períodos evolutivos desenvolveu adaptações sofisticadas para sobreviver às inundações prolongadas. A espécie pode passar até dez meses do ano total ou parcialmente submersa, porém precisa de um a dois meses em terreno seco para executar suas atividades fisiológicas. Á árvore forma madeira densa, possui crescimento lento e alta longevidade (no estudo foi encontrada uma árvore de mais de 800 anos).

Para isso, Resende comparou o crescimento e a mortalidade da espécie em um ambiente não perturbado (Parque Nacional do Jaú) e em outro ambiente perturbado pela alteração do pulso de inundação, causado pela implementação da hidrelétrica de Balbina (a jusante da barragem), no Rio Uatumã, na década de 1980, no município de Presidente Figueiredo. “A usina foi um dos piores desastres socioambientais brasileiros. A construção inundou uma área de floresta nativa de 2,4 mil km2 e quando entrou em operação não atendeu nem metade da demanda de energia elétrica da capital amazonense, que continuou dependente de usinas térmicas”, destaca Schöngart.

Conforme o estudo, o patrimônio genético de uma das espécies arbóreas mais adaptadas à inundação está ameaçado. “Isso representa o risco de perda de indivíduos que durante séculos passaram por diferentes eventos de cheias e secas, bem antes da chegada dos europeus à região amazônica, mas que agora morrem em consequências da atuação do ser humano moderno que vem alterando direta (usina hidrelétrica) ou indiretamente (mudanças climáticas) o regime de inundação da maior bacia hidrográfica do mundo”, destacam os autores no artigo.

Reultados

As árvores que cresciam na área não perturbada apresentaram diferenças no crescimento após 1975, quando se sucederam períodos de intensas cheias nos rios da Amazônia Central, e grandes mudanças climáticas no panorama global se intensificaram, o que afetou até mesmo as áreas remotas de igapó da Amazônia. “Ainda na área não perturbada, algumas árvores morreram em períodos distintos, muitas vezes associados a eventos de La Niña e nas fases frias da Oscilação Interdecadal do Pacífico, que é o resfriamento das águas superficiais do Oceano Equatorial do Pacífico a curto (ano) e em longo (décadas) prazos, respectivamente, resultando no aumento das chuvas e cheias na Amazônia Central, como observada nas décadas recentes”, explicou Schöngart.

Quanto às árvores crescendo na área perturbada pela alteração no pulso de inundação, causada pela hidrelétrica de Balbina, houve alterações distintas no padrão de crescimento após a implementação da hidrelétrica, período no qual ocorreu mortalidade em massa de macacarecuia, e também de outras espécies como o arapari. Estudo anterior feito pelos autores deste artigo mostrou por meio de análises de imagens de satélite alta mortalidade de árvores em igapós que ficam até 125 km abaixo da barragem de Balbina (publicado em 2019 em Science of the Total Environment), chegando a ter áreas baixas de florestas alagadas dominadas por milhares de árvores mortas, conhecidas como paliteiros. Neste estudo os autores já evidenciavam que as árvores desta espécie morreram em consequência da construção e operação da barragem de Balbina.

Para chegar a esses resultados, foram usados dados de campo, coleta de amostras de árvores vivas e mortas para analisar os anéis de crescimento no Laboratório de Dendroecologia do Inpa e no laboratório de isótopos de carbono do Instituto Max Planck de Biogeoquímica com o qual o grupo MAUA tem um longo histórico de cooperação técnico-científica. A partir dessas análises, foram feitas análises estatísticas cruzando as informações com eventos históricos de alterações climáticas e antrópicas nas duas unidades de conservação.

Conforme Resende, parte das árvores morreram no período da construção da barragem, quando houve uma grande redução na disponibilidade de água nos igapós a jusante da barragem, como consequência do represamento do Rio Uatumã, para a criação do Reservatório de Balbina. Outro momento que causou a morte de árvores foi durante a operação da barragem que criou condições permanentes de inundação, ultrapassando a capacidade adaptativa da espécie, e resultando em mortalidade massiva, ou seja, extremos de falta ou excesso de água, causam a mortalidade desta espécie superadaptada à inundação regular.

“A previsão é que a frequência e magnitude desses dois extremos de falta e excesso de água deverão aumentar, devido às mudanças climáticas em curso e dos planos de implementação de dúzias de grandes usinas hidrelétricas nos rios amazônicos”, diz Resende, que é engenheira florestal e atualmente faz pós-doutorado na Embrapa Amazônia Oriental, no Pará.

Recomendações

Em conjunto com outros resultados obtidos no âmbito do projeto Peld-Maua do Inpa, os resultados evidenciam os impactos em florestas alagáveis de igapó na Amazônia Central, causados por alterações do pulso de inundação em consequência de mudanças do clima e do uso de terra (usinas hidrelétricas).

Os autores recomendam em termos de políticas públicas que os tomadores de decisão considerem os potenciais impactos nas áreas alagáveis a jusante das usinas hidrelétricas planejadas, quando da realização do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). Também sugerem que haja ajuste na geração de energia das usinas existentes e em construção, de forma a considerar a manutenção de um pulso de inundação nas áreas alagáveis a jusante da barragem assegurando a sobrevivência dos organismos e dos importantes processos ecológicos desses ambientes críticos.

Para a mitigação das mudanças climáticas globais na Amazônia, os autores entendem que isso exige ações concretas em nível internacional, reduzindo as emissões de gases de efeito de estufa em nível global e regional e, simultaneamente, reflorestando áreas degradadas em grande escala.

Financiamento

O estudo foi financiado pelo CNPq-Fapeam, no âmbito de projetos do Programa Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA), PELD e INCT-Adapta.

Fonte: INPA

Cidade da Sibéria, no Circulo Polar Ártico, registra 38°C no fim de semana.

Temperaturas recorde na Sibéria preocupam cientistas. Calor incomum para a região está ligado ao aumento nos incêndios florestais.

Crianças brincam em lago de Verkhoyansk, no norte da Rússia, no domingo (21) — Foto: Olga Burtseva via AP

Termômetros marcaram temperaturas acima do comum neste fim de semana, mesmo para o verão, no norte da Rússia — inclusive em cidades localizadas acima do Círculo Polar Ártico. No sábado (20), a cidade de Verkhoyansk, na Sibéria, registrou 38°C, um recorde local de calor.

De acordo com o site Pogoda i Kimat, que reúne dados meteorológicos da Rússia, a cidade vem registrando temperaturas médias de 10°C a 14°C acima do normal para a estação.

Autoridades russas estão preocupadas com a onda de calor na região do Ártico. Com o calor, incêndios florestais se arrastaram pela região. Só na República de Sakha, onde está localizada a cidade de Verkhoyansk, mais de 275 mil hectares de floresta pegaram fogo, segundo agências de monitoramento.

Termômetro em Verkhoyansk, na Rússia, marca mais de 30°C neste domingo (21), temperatura pouco usual mesmo no verão russo — Foto: Olga Burtseva via AP

Recorde de amplitude

Verkhoyansk entrou para o “Guiness” como a cidade com maior amplitude de máxima e mínima temperaturas registradas: o mais frio registrado no local foi de -68°C. Até este sábado, os termômetros por lá tinham marcado 37,2°C como o recorde de calor.

Fonte: G1

Itália embrulha geleira para proteger neve dos Alpes do aquecimento global.

Um enorme lençol branco cobre parte de uma montanha dos Alpes no norte da Itália. A tela térmica tenta proteger do derretimento a geleira Presena, que já perdeu mais de um terço de seu volume, desde 1993.

Geleira é coberta na Itália para evitar derretimento durante o verão — Foto: AFP/Miguel Medina

Um enorme lençol branco cobre parte de uma montanha dos Alpes no norte da Itália. A tela térmica tenta proteger do derretimento a geleira Presena, que já perdeu mais de um terço de seu volume, desde 1993.

A geleira fica a cerca de 3 mil metros, entre Trentino-Alto-Adige e a Lombardia, e é uma importante estação de esqui italiana. No entanto, o aquecimento global e os verões cada vez mais quentes reduzem a cada ano a quantidade de neve no alto da montanha.

“Esta área está encolhendo cada vez mais, por isso precisamos cobrí-la o máximo possível”, explica Davide Panizza, 34, chefe da empresa Carosello-Tonale, contratado pelo governo da região para a operação.

Geleira é coberta na Itália para evitar derretimento durante o verão — Foto: AFP/Miguel Medina

O projeto começou em 2008, quando foram cobertos quase 30 mil metros quadrados de gelo com lona térmica. Este ano, sua equipe está instalando 100 mil metros quadrados da proteção.

“A tela é uma lona de geotêxtil que reflete a luz [do sol]”, diz, “e ajuda a preservar a neve”.

Embalando uma montanha

Neste vale entre as regiões de Trentino e Lombardia, a uma altitude de mais de 2.700 metros, os trabalhadores desenrolam longas tiras de lona refletiva, embrulhando uma parte da montanha.

Cada uma das tiras mede 70 metros de comprimento por 5 metros de largura, e custa € 400. Sua cor branca se mistura com aquela da neve que restou.

As tiras de lona são costuradas umas às outras cuidadosamente, para evitar que escorreguem pela encosta ou que se soltem durante intempéries climáticas que possam ocorrer nos próximos meses.

São seis semanas de trabalho ao longo da primavera para que o tecido esteja bem instalado e proteja a geleira durante o verão. Em setembro, já no outono, a tela térmica será retirada.

Geleira é coberta na Itália para evitar derretimento durante o verão — Foto: AFP/Miguel Medina

Um verão cada vez mais quente

Após um mês de maio que bateu recordes de temperatura no mundo, como o mais quente desde 1981 e temperaturas de 0,63 grau acima da média, os cientistas afirmam esperar novos recordes de temperatura para os próximos tempos.

Neste final de semana, a Sibéria, conhecida por suas temperaturas baixas e sua proximidade do círculo polar ártico, registrou 38°C.

Na França, o serviço meteorológico Météo-France publicou no final de abril um relatório que previa temperaturas mais altas e mais secas do que o normal durante o verão. Em 2019, Paris chegou a registrar 42,6° C em agosto.

Fonte: G1

sábado, 20 de junho de 2020

Momento é oportuno para pensar num futuro mais sustentável.

Momento é oportuno para pensar num futuro mais sustentável

Diretora de Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) ressalta que o momento atual é propício para planejar uma economia sustentável para o futuro.

As medidas de contenção da pandemia provocada pelo COVID-19, em quase todo o mundo, provocaram efeitos positivos para o meio ambiente. As emissões de gás de efeito estufa diminuíram e a qualidade do ar melhorou nas grandes cidades.

A diretora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen, afirmou que se deveria aproveitar este momento para planejar uma economia mais sustentável, que possa render benefícios tanto para as pessoas como também para o planeta.

“Devemos ter em conta os sinais ambientais e o que significam para o nosso futuro e bem-estar”, Andersen. Ela lembra que os efeitos que vemos agora são temporais já que derivam de uma desaceleração aguda da economia, mas que por outro lado, a pandemia vai produzir um aumento de resíduos perigosos para o meio ambiente e para a saúde.

Ela ressalta ainda que, de acordo com o Instituto Scripps de Oceanografia, deveríamos diminuir o uso de combustíveis fósseis em 10% durante todo um ano, em todo o mundo, para que realmente se reduzissem os níveis de dióxido de carbono.

No período pós-crise, poderemos redesenhar os planos econômicos, e incluir então as estratégias que incluam medidas sustentáveis como são o uso de energia renovável, edifícios inteligentes, transporte limpo, entre outras medidas da chamada economia circular.

O momento também é propício para entender que a gestão da natureza está relacionada com a gestão da saúde humana. Então, o momento é propício para um plano de recuperação que mantenha a natureza rica e diversa para que possa sustentar a vida e os recursos que todos necessitam.

Para se preparar profissionalmente para enfrentar os desafios, a formação é uma importante aliada. A FUNIBER patrocina programas de pós-graduação no âmbito do desenvolvimento sustentável como é o Mestrado em Projetos de Gestão Ambiental

Fonte:

La pandemia de coronavirus es una oportunidad para construir una economía que preserve la salud del planeta

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Proteger as abelhas e os apiários, crucial para o meio ambiente.

Proteger as abelhas e os apiários, crucial para o meio ambiente

Além de proteger o meio ambiente, as abelhas também representam a garantia econômica de muitas populações rurais em todo o mundo. Porém, com a pandemia provocada pelo COVID-19, prevê-se impacto drástico sobre o setor.

Já sabemos o papel fundamental das abelhas para a polinização, o que garante a biodiversidade da flora. Para a celebração do Dia Mundial da Abelha, comemorado no passado 20 de maio, a Organização Mundial para a Alimentação e a Agricultura(FAO) destacou a importância vital das abelhas para a segurança alimentar, especialmente em tempos de crise.

Cuidar das abelhas representa também cuidar da economia de grupos sociais rurais que contam com o mel como alimento, fonte de produção e polinização natural. Segundo a FAO, a pandemia provocada pelo COVID-19 também afetou drasticamente o setor apiário. Estima-se que para cada quatro campos de colheitas de sementes e frutas de consumo humano, três contam com as abelhas e outros polinizadores.

Mas as práticas agrícolas com uso de agrotóxicos e as altas temperaturas associadas à mudança climática vêm afetando profundamente as abelhas, que desaparecem com os anos.

Iniciativas sustentáveis

Neste contexto, é apreciável o trabalho de 159 famílias que se dedicam, em Sucre, na Colômbia, a transformar a paisagem local de uma atividade agrícola para uma atividade apícola. Os moradores da região desenvolvem ações que ajudam a conservar o meio ambiente e reproduzir a flora para que as abelhas tenham mais néctar.

Os moradores, após problemas ambientais derivados do desmatamento na região, resolveram mudar a forma de produzir optando por soluções sustentáveis. Eles se formaram para adquirir título de técnicos em apicultura e começaram a desenvolver núcleos de colmeias. Atualmente, já contam com 500 colmeias instaladas em 20 apiários, e passaram a comercializar o mel “Chengue”.

Porém, grande parte do mercado consumidor deste mel está nas feiras próximas. “Está complicado porque tínhamos estipulado assistir a feiras para mostrar o produto, mas chegou o coronavírus, tudo isso nos afetou para a venda dos produtos”, afirmou Gina Ortiz, que trabalha com o projeto desde dezembro de 2018.

FUNIBER oferece diversos programas de formação para os profissionais interessados em melhorar os conhecimentos na área ambiental, como por exemplo, o Mestrado em Projetos de Gestão Ambiental.

Fontes:

World Bee Day 2020: FAO calls for more to be done to safeguard our tiny food heroes, amid alarming decline

Familias de Montes de María se la juegan con proyecto productivo de abejas

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Queda de emissão atual é similar à da II Guerra Mundial.

Apesar da queda nas taxas de emissão de CO2, é necessária uma mudança mais estrutural na forma em que vivemos, se queremos combater as mudanças climáticas.

Desde a II Guerra Mundial não conseguíamos viver uma queda tão forte da taxa de emissão de dióxido de carbono como as que vemos agora, durante a pandemia provocada pelo COVID-19.

Segundo pesquisadores, provavelmente este ano veremos um descenso entre 4% e 7% da emissão por causa do confinamento.

O diretor da Carbon Global Project, Pep Canadell, um dos pesquisadores deste estudo, comenta que a taxa final vai depender se houver a necessidade de novos confinamentos massivos.

O estudo foi publicado na revista Nature Clima Change, e além desta estimativa, indicam que para o período analisado entre janeiro e abril, meses em que países distintos tiveram que aplicar o isolamento, as emissões baixaram um 8,6% em comparação ao mesmo período de 2019.

Grande parte desta redução ocorreu devido à queda no uso de transporte nas vias públicas, especialmente nas estradas, além da queda na produção industrial e de geração de energia.

No caso da aviação, considerado o setor mais afetado pela pandemia, sua responsabilidade sobre a queda nas taxas de emissão de dióxido de carbono foi menor, por volta de 3% da caída global.

Entretanto, a queda é apenas um dado temporal já que não há mudanças estruturais na maneira de desenvolvimento econômico. É provável que no próximo ano, quando se recuperem lentamente as economias, haja uma subida considerável da emissão.

Além disso, para um efeito positivo para a atmosfera, diminuindo o acúmulo de CO2, seriam necessários quedas de ao menos 1% e 2% anuais durante 10 ou 15 anos para que se notasse os efeitos na atmosfera.

FUNIBER patrocina estudos para quem deseja ampliar a formação na área ambiental, um exemplo é o Mestrado em Mudanças Climáticas, um programa que oferece o conhecimento necessário sobre os temas fundamentais das mudanças climáticas para desenvolver uma visão integradora do problema atual em âmbitos ambiental, político-social e econômico.

Fonte:Las emisiones de dióxido de carbono caerán entre un 4% y 7% este año por el confinamiento

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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Projeto estudo alternativas sustentáveis para a gestão de aquíferos.

Projeto estudo alternativas sustentáveis para a gestão de aquíferos

O Projeto RESERVOIR, desenvolvido em quatro países, planeja desenvolver serviços e metodologias para uma gestão de aquíferos mais sustentável.

Através da observação de imagens de satélite, modelos numéricos e monitorização, pesquisadores internacionais buscam melhorar a gestão dos aquíferos criando um plano de gestão. Atualmente estão desenvolvendo um projeto piloto na região do Valle del Guadalentín, em Múrcia, na Espanha.

Com esta versão inicial, o projeto, titulado RESERVOIR, que conta com o apoio do programa de inovação Horizon 2020 da União Europeia, espera desenvolver produtos e serviços que possam ser aplicados nos projetos de gestão de águas subterrâneas como alternativa para um modelo mais sustentável.

Além da Espanha, participam do projeto a Itália, a Jordânia e a Turquia.

Segundo participantes do projeto, o objetivo é “ajudar no desenvolvimento de novos planos de gestão dos aquíferos para que sejam mais eficientes e possam responder melhor aos distintos impactos derivados do crescimento da população e mudança climática”, afirmou Carolina Guardiola, uma das integrantes do grupo espanhol e especialista em hidrogeologia e gestão de aquíferos.

FUNIBER promove a Especialização Gestão Integral da Água para profissionais interessados nas soluções para tratamentos, uso racional da água e redução da poluição nos diversos ecossistemas.

Fonte: Optimizar la gestión sostenible de los acuíferos

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Bacia do Xingu tem alta no desmatamento e ONGs cobram ação do MP e do governo do PA.

Entre janeiro e abril, houve uma alta de 20% na perda de vegetação da região; o desmatamento no local representa 40% do obsevado no Estado do Pará, e ONGs alertam para risco de devastação ser a pior da história neste ano

Altamira, 27/08/2019 – ISA – Sobrevoo sobre áreas desmatadas e/ou atingidas pelo fogo na região do médio Xingu, mostrando área de queimada entre a Volta Grande e a TI Ituna Itatá. Foto: Marcelo Salasar/ISA

SÃO PAULO – Em meio à alta de desmatamento observada em toda a Amazônia desde o ano passado, a região da Bacia do Xingu, no Pará, que abriga cinco das 10 terras indígenas mais desmatadas em 2019, foi particularmente afetada nos primeiros meses deste ano e já responde por 40% de toda a perda de vegetação observada no Estado.

O alerta foi feito pelas ONGs Greenpeace, Instituto Internacional de Educação do Brasil, Imazon, Imaflora, Instituto Socioambiental (ISA) e Rede Xingu+ após uma análise dos dados de janeiro a abril de três sistemas que monitoram por satélite a devastação da floresta.

O período, apesar de chuvoso na região, o que historicamente dificulta as ações de desmatamento, ainda assim teve 20% mais corte que nos mesmos meses do ano passado. Diante desses dados, as organizações enviam nesta quarta-feira, 17, uma representação aos Ministérios Públicos Federal e do Pará cobrando ações de combate aos crimes ambientais.

O pedido ressalta que é justamente agora nos meses de junho e julho que o desmatamento é mais alto. Só no Pará, o aumento de alertas foi de 136% nos últimos dez meses.

“Análises de sistemas de alerta do desmatamento na Amazônia Legal indicam a urgente necessidade de adoção de providências perante o crescente desmatamento na Amazônia Legal, com destaque para o Estado do Pará e para o corredor de Áreas Protegidas da Bacia do Xingu”, escrevem as ONGs no documento, passado com exclusividade ao Estadão.

“As ações de combate ao desmatamento fazem-se ainda mais urgentes e necessárias em meio à pandemia da covid-19, uma vez que os criminosos ambientais podem contagiar as populações mais distantes de qualquer atendimento médico, especializado ou não, e com sistema imunológico mais vulnerável, como as indígenas e, sobretudo, povos isolados”, alertam.

O texto considera os dados de desmatamento até abril. Entre agosto de 2019 e abril de 2020, os alertas do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) somaram 566.624 hectares na Amazônia Legal. Isso “revela uma tendência de aumento de 94% em relação ao mesmo período do calendário anterior, ou seja, de agosto de 2018 a abril de 2019. No Pará, esse aumento foi de 170%, passou de 86.425 ha para 233.011 ha”, escrevem as ONGs.

Elis Araújo, advogada do ISA explica que ao colocar os pontos de alertas no mapa foi possível perceber que o desmatamento está se interiorizando, atingindo áreas que eram até então intocadas. A interpretação é que está se consolidando um novo arco do desmatamento ao longo das BRs 163, 319 e 364, pressionando terras indígenas e unidades de conservação.

“As áreas protegidas da Bacia do Xingu, entre os Estados do Pará e Mato Grosso, figuram entre as regiões mais vulneráveis, com quase nove mil hectares desmatados só neste ano (até abril), 56% a mais do que o mesmo período de 2019”, afirmam as ONGs.

Elis ressalta que o Pará é o Estado que mais contribui para o desmatamento da Amazônia. “E no Estado, os municípios da Bacia do Xingu (Altamira, São Félix do Xingu, Pacajá e Senador José Porfírio) são os que mais desmatam, respondendo por 40% do total desmatado entre agosto de 2019 e abril de 2020”, diz.

A representação destaca o risco dessa alta no momento em que a região é afetada pela pandemia de covid-19. “A tendência de alta do desmatamento na Bacia do Xingu, onde existe um corredor de áreas protegidas (Terras Indígenas e Unidades de Conservação) de 26 milhões de hectares, em que habitam de povos indígenas, inclusive, isolados, e populações ribeirinhas e extrativistas, representa dois graves riscos: risco de contágio dessas populações mais distantes e carentes de qualquer serviço de saúde e risco de ocorrência de incêndios florestais ainda mais frequentes e intensos que no ano passado. Esses incêndios podem provocar doenças respiratórias na população local e até do sudeste, e agravar o estado de saúde daqueles já acometidos pela covid-19”, afirma a advogada.

No documento, as ONGs ressaltam ainda denúncias feitas pela Rede Xingu+ desde 2019 sobre invasões, exploração ilegal de madeira e garimpo ilegal em cinco terras indígenas (TIs) e quatro unidades de conservação da Bacia do Xingu.

Elas pedem que os Ministérios Públicos Federal e Estadual estruturem suas representações nos municípios da Bacia do Xingu e aperfeiçoem sua atuação para combater as organizações criminosas que promovem as invasões de terra, a exploração ilegal de madeira e o garimpo ilegal nas áreas protegidas da região.

Ao governo do Pará, é solicitado que haja planos de manejo e bases e ações de fiscalização nas unidades de conservação (UCs) estaduais presentes no corredor, como a APA Triunfo do Xingu, que é a UC mais desmatada dos últimos dez anos, e a Floresta Estadual do Iriri.

“As pressões nessas áreas continuam neste ano. O Ibama estava atuando em algumas delas, como a TI Ituna Itatá e conseguiu zerar o desmatamento lá em março e abril. Depois, das exonerações do Ibama, não sabemos como ficarão essas operações na Bacia do Xingu. Pedimos ao MPF que continue as investigações sobre essas exonerações para checar se houve prejuízo ao que já estava planejado”, afirma Elis.

Ela se refere à derrubada de toda a cúpula de fiscalização do Ibama após uma operação na terra indígena que resultou na destruição de equipamento de garimpo ilegal. Em resposta, os fiscais exonerados publicaram um artigo descrevendo como a operação foi bem sucedida para conter o problema.

O governo federal, porém, não foi endereçado na representação. Segundo Elis, isso ocorreu por causa do enfraquecimento das instituições de fiscalização.

“Se as taxas estão altas no período chuvoso, imagina o que pode ocorrer no período seco? Esse período começou agora, no final de maio. Se não houver fiscalização, o segundo semestre será o pior da história para a Bacia do Xingu”, alerta a advogada.

Fonte: Terra