A pandemia está abrindo oportunidades interessantes, que melhoram a sustentabilidade e não restringem o crescimento econômico
A preservação ambiental é vital para conter o esgotamento de recursos naturais e evitar as consequências socioeconômicas geradas pelos problemas ambientais. O esgotamento desses recursos seria uma situação extrema e isso colocaria em risco até mesmo o crescimento econômico. Essa é uma preocupação relativamente antiga na ciência econômica.
Entretanto, antes do esgotamento, temos muitos problemas decorrentes da escassez e do uso irresponsável dos recursos. Ou seja, só pelo fato de se tornarem mais escassos, eles já trariam impactos profundos em termos de bem-estar e qualidade de vida da população. Pensemos nos problemas que viriam em decorrência do esgotamento de solos, da falta de água em muitas regiões, do desequilíbrio climático associado ao desmatamento, dentre outros. A vida certamente ficaria bem mais difícil num cenário assim.
Com a pandemia provocada pela covid-19 e o distanciamento social, novos hábitos poderão ser incorporados na sociedade, reconfigurando padrões. Tudo indica que alguns hábitos de trabalho mudarão sensivelmente. Para muitos setores, o home office foi uma novidade, uma descoberta. Com planejamento, preparação, desenvolvimento de ferramentas e capacitação, uma parte expressiva das tarefas do cotidiano pode ser realizada a distância. Isso teria consequências importantes em termos de circulação de pessoas e de mobilidade urbana, por exemplo.
Novos modelos
Ainda é preciso cautela diante das incertezas, mas este momento de transição também pode servir para alavancar novos modelos de desenvolvimento, fazendo-os mais sustentáveis. Precisamos esperar para ver se padrões de consumo e produtivos também mudarão, já que estes são centrais no tema da sustentabilidade e de impactos ambientais. De qualquer forma, consolidando-se algumas mudanças, é possível vislumbrar oportunidades interessantes.
“Pessoalmente, vejo que a questão ambiental e os princípios ligados à sustentabilidade não são necessariamente restritivos ao crescimento econômico. Ao contrário, aí estão abertas grandes possibilidades de investimentos. Ficarmos restritos a apenas um modelo de desenvolvimento significa restringir a criatividade humana de criar e fazer diferente”. Osmar Tomaz de Souza, economista e professor do curso de Ciências Econômicas e do Programa de Pós-Graduação em Economia da PUCRS.
Fonte: Terra
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