sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Comunidades na Argentina protestam contra mineração de lítio.


Na Argentina, comunidades indígenas resistem ao interesse de empresas mineradoras pelo lítio nos desertos de sal

A Argentina, a Bolívia e o Chile têm uma das maiores reservas mundiais de lítio, elemento químico usado em ligas metálicas para baterias. Conhecido como “triângulo do lítio”, esta região concentra mais de 85% das reservas conhecidas em todo o planeta.
Na indústria, o lítio extraído se divide para uso em diversos setores como a fabricação de baterias para automóveis e produtos eletrônicos, produção de alumínios, vidros e cerâmicas, além da fabricação de lubrificantes.
De acordo com uma reportagem da BBC, locais como Salinas Grandes e a Laguna de Guayatayoc, na Argentina, estão assustadas com o interesse das mineradoras pela extração do lítio na região.
Os ativistas locais colocam cartazes, bloqueiam estradas e fazem pressão para que as empresas mineradoras não explorem a região. “Sabemos que as empresas de lítio usam milhões e milhões de litros de água doce”, falou Verónica Chávez, presidente da comunidade indígena Santuario Trez Prozos, uma das 33 que reside na área.
Para a extração do lítio nesta região, é necessário perfurar um deserto de sal para alcançar a salmoura que contém o mineral. Esta água salgada é bombardeada para a superfície, e após evaporar-se, extraem o elemento químico.
Segundo a BBC, para a produção de uma tonelada de carbonato de lítio se evapora aproximadamente meio milhão de litros de salmoura. Para este processo, utilizam cerca de 30 mil litros de água doce.
Apesar de trazer melhora econômica para algumas comunidades na zona que já conta com exploração mineral, há residentes que se queixam de diminuição do subministro de água. As províncias que têm lítio estão entre as mais pobres da Argentina.
A diretora de Política Ambiental da Fundação Ambiente e Recursos Naturais (FARN), Pia Marchegiani, afirmou que “embora a informação que temos é incompleta, acreditamos que os dados mostram um dano que já se está fazendo. O que não sabemos é a extensão deste dano”.
Marchegiani lembra que a lei ambiental prevê o princípio de precaução, “que diz que se não há suficiente informação científica, ou quando a literatura não coincide com impactos prováveis, não deveria haver um motivo para estar inativo. Deve-se atuar com antecipação”, diz.
Os profissionais interessados em ampliar o conhecimento sobre a gestão ambiental para o desenvolvimento sustentável pode optar pelo programa patrocinado pela FUNIBER, o Mestrado em Gestão e Auditorias Ambientais

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