quinta-feira, 7 de novembro de 2019

“O risco é que o óleo atinja áreas mais sensíveis, os corais. O mais efetivo lá é o patrulhamento do mar. A ideia que a gente está executando é evitar que o óleo atinja essas áreas. Pois a limpeza dos corais é mais complexa e cara, nem se compara com a limpeza de uma praia”, explica Cottens, do ICMBio.
Para Coelho, do Projeto Tamar, o número relativamente baixo de tartarugas mortas devido ao derramamento de óleo é uma grata surpresa. Em todo o Nordeste, foram encontrados cerca de vinte animais mortos. Em Sergipe, por exemplo, a pesca com redes de arrasto mata cerca de mil tartarugas por ano, de acordo com o oceanógrafo. Além disso, ajudou o fato de o petróleo ter vazado em alto mar e, portanto, longe da costa.
“Se o vazamento tivesse ocorrido mais próximo da praia, com certeza a mortalidade das tartarugas teria sido maior. Mas como o vazamento aconteceu longe da costa, os animais aparentemente visualizaram as manchas. Pode ser, mas a gente não sabe exatamente o que está acontecendo”, diz Coelho.
Ainda não está claro se novas grandes quantidades de petróleo atingirão o litoral de Sergipe. De qualquer forma, é preciso estar preparado para tudo, segundo Cottens. “Não há uma previsão, mas há um risco.”
De qualquer forma, especialistas se mostram preocupados. “Existe uma informação vinda do governo de que tem mais óleo para chegar. Estamos apreensivos com essa informação. Se ela se concretizar, será muito ruim para as tartarugas”, afirma Coelho. “Quanto mais óleo chegar de agora em diante, pior para as tartarugas, pois estamos entrando no pico reprodutivo, e mais nascimentos de tartarugas ocorrerão.”
Fonte: Deutsche Welle

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